A disponibilidade dos ativos é um assunto recorrente aqui no Portal. E não é para menos: mesmo antes da pandemia, os líderes já sofriam as pressões por produtividade. Agora, diante de uma retomada cada vez mais iminente, contar com uma planta preparada para suprir a demanda é imprescindível. A manutenção, claro, tem papel central em garantir que tudo estará pronto para a produção. Mas, em meio a tantos detalhes, um cuidado muito simples pode acabar passando despercebido: a limpeza de máquinas e equipamentos.
Esse trabalho deve ser incorporado à rotina do operador, o que ajuda a manter um ambiente industrial adequado e, inclusive, contribui para a segurança. Entretanto, realizar uma limpeza minuciosa, no interior dos ativos, precisa estar no planejamento dos profissionais especializados. Isso se aplica a qualquer setor: onde há maquinário pesado, e essencial, essa atividade é necessária.
Isso porque ele está exposto a uma série de condições extremas. No agronegócio, a chuva e a poeira são presença constante. O mesmo acontece na mineração, onde além desses fatores, as cargas elevadas também precisam ser consideradas. Já nas condições operacionais das cimenteiras soma-se a esses, a alta temperatura presente no processo industrial.
Neste artigo, você entenderá como as condições extremas tornam a limpeza das máquinas e equipamentos uma rotina imprescindível para a disponibilidade dos ativos. E, claro, saberá quais os cuidados primordiais que não podem faltar no checklist de inspeção. Acompanhe!
Condições extremas: como elas afetam o desempenho dos equipamentos?
A condição extrema a qual os ativos são expostos tem relação direta com a limpeza de máquinas e equipamentos. As graxas, tão necessárias para o bom funcionamento dos rolamentos, quando em excesso, podem trazer diversos problemas, como o superaquecimento. Entretanto, isso é facilmente evitável se os profissionais o considerarem um ponto crítico na inspeção. Detectada a aplicação excedente, um simples processo de limpeza é responsável por evitar uma falha.
No setor cimenteiro, a parte de extração lida com contato direto da poeira. É claro que a limpeza de máquinas e equipamentos nessa indústria não se foca em tentar erradicar esse problema, já que é impossível. Porém, é preciso considerar essa adversidade. As partículas presentes no ar podem acessar os sistemas internos, principalmente o de lubrificação. Uma vez em contato com o fluido, elas circulam por todos os componentes, gerando desgaste mecânico capaz de levar ao colapso. A contaminação do lubrificante, por sinal, é a principal causa raiz de falhas nos ativos.
Outro ponto de atenção na hora de realizar a limpeza dos equipamentos da indústria do cimento, é a parte externa do maquinário. Especialmente, aqueles que operam na etapa de extração, que interagem diretamente com o calcário e com a terra. O serviço pode fazer com que lascas de tinta sejam retiradas da superfície, deixando o metal com contato direto com a umidade do ar. Assim, a oxidação é o primeiro sinal de alerta, precisando ser imediatamente combatida. Caso contrário, o problema evoluirá para a corrosão e ferrugem, que compromete a função do material.
Limpeza de máquinas e equipamentos: quando e como fazer?
Vale lembrar que a limpeza de máquinas e equipamentos é exigência normativa na indústria! A NR12 tem o objetivo de contribuir para a segurança da planta e “estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização”. A utilização mencionada engloba transporte, manutenção, inspeção, montagem e desmonte, operação, ajuste e instalação, além de, claro, os procedimentos de higienização.
O tempo entre uma limpeza e outra depende muito do ambiente ao qual o ativo está exposto e, também, do tipo de resíduo que precisa ser removido. Remover a poeira das portas e escotilhas que dão acesso ao sistema de lubrificação é um trabalho muito mais fácil, porém, mais frequente que a limpeza de correias transportadoras, por exemplo.
Dessa forma, manter um cronograma é essencial. Mas não apenas para ter controle sobre os períodos de higienização. Deve-se considerar que essa é uma tarefa que demanda tempo e não pode ser realizada com os ativos em operação. Portanto, é preciso executá-la em dias em que eles não serão tão exigidos ou que, pelo menos, o fluxo de trabalhadores no local seja menor.
O que é necessário para realizar a limpeza dos equipamentos
Costuma-se dizer que a limpeza de máquinas e equipamentos acontece em duas etapas. A primeira, é o planejamento que mencionamos acima. A segunda, a higienização, propriamente dita. Existem duas formas de realizá-la: manualmente, com técnicas e produtos específicos, ou por hidrojateamento. É importante considerar, também, o que diz o manual do fabricante. Lá constam instruções valiosas, que garantirão a eficiência do trabalho.
Entretanto, na hora de realizar a limpeza, alguns itens são comuns ― e indispensáveis:
- produtos de finalização: no caso de equipamentos que lidam com a poeira e o risco de oxidação, existem protetores que devem ser aplicados para reforçar a proteção.
- placas de sinalização: embora não sejam usadas na limpeza em si, são indispensáveis para evitar acidentes e cumprir as normativas;
- produtos para remoção de resíduos: eles variam de acordo com o ativo e com a sujeira que será removida;
- panos de microfibra: dê preferência a esses, uma vez que os de algodão podem soltar fiapos;
- lavadora de alta pressão: bastante utilizada para remoção de manchas de óleo e graxa.
Manter o cronograma de limpeza de máquinas e equipamentos é imprescindível para assegurar a disponibilidade dos ativos. Portanto, não negligencie esse cuidado e, se possível, instrua os operadores sobre pontos que devem ser inspecionados diariamente, além de definir parâmetros para que a equipe responsável seja acionada. A manutenção eficiente é uma das formas de aliviar as pressões de custos na indústria de cimento e rotinas simples podem ter um grande impacto no saving.
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