Manutenção Industrial

Transporte aquaviário: os principais cuidados com motores

O Brasil é o terceiro maior do mundo em extensão de hidrovias. O país conta com mais de 50.000 km, por onde navegam barcos a motor e veleiros. Dado o tamanho da nossa costa e a grande quantidade de rios, não é surpresa que o transporte aquaviário tenha papel fundamental na movimentação de cargas pelo território nacional. Mas não são apenas bens de consumo que usufruem desse modal. A cabotagem a diesel, por exemplo, foi responsável pela locomoção de mais de 9 milhões de passageiros, apenas na Região da Amazônia, de acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).

Independente do tamanho da embarcação, um ponto de atenção é unanimidade quando o assunto é manutenção no transporte aquaviário: os motores. Há até quem adapte motores a diesel regulares, como os utilizados em caminhões e ônibus, para o uso marítimo. Essa prática, chamada de maritimização, como você pode imaginar, não é nada recomendada. Isso porque nem mesmo os lubrificantes disponíveis para esse modal são adequados para suprir as necessidades dessa modificação.

Os motores do transporte aquaviário, mesmo quando desenvolvidos propriamente para essa utilização, exigem uma série de cuidados especiais. E a maioria deles têm a ver com o combustível utilizado na embarcação. Para entender melhor essas particularidades e saber quais as propriedades que um lubrificante precisa ter para atender esses sistemas, conversamos com os especialistas técnicos da PETRONAS. Neste artigo, Bruno Hauber e João Luis Sant’anna comentam os principais pontos.

Acidez: o principal desafio dos motores do transporte aquaviário

Acima, mencionamos que o combustível utilizado é o responsável por determinar quais as especificações que o lubrificante do motor deve ter. Segundo com o Hauber, “isso se dá porque tudo depende do enxofre, que gera acidez no motor. Então, de acordo com essa informação, será determinado se o óleo precisa ter um TBN (Total Base Number) alto ou baixo. O TBN, vale mencionar, é a reserva alcalina necessária para que o lubrificante combata os ácidos resultantes da combustão”.

Para se ter uma ideia, o PETRONAS DISROL 12 HS, é indicado para motores que utilizam combustíveis destilados ou mistura de combustíveis leves com até 1,0% de enxofre trabalhando sob condições severas. Enquanto isso, outro produto da mesma linha, o PETRONAS DISROL 400, é recomendado para os de média rotação que trabalham com combustível com até 3,5% de enxofre.  Com a queima, a acidez gerada pode ser a responsável por aumentar a corrosividade, o que ataca, diretamente, os componentes do motor.

Glossário de Lubrificação

Marine Fuel Oil x Marine Diesel Oil

Na tabela abaixo, você encontra as principais distinções, e impactos na lubrificação, dos diferentes tipos de combustíveis utilizados no transporte aquaviário. Acompanhe.

Marine Fuel Oil (MFO) Marine Diesel Oil (MDO)
Diesel com 35.000 ppm de enxofre Diesel com 10.000 ppm de enxofre
Combustão pesada Combustão leve
Necessita um lubrificante mais “robusto” Não tem essa necessidade
Exige um fluido de alto TBN Permite o uso de um lubrificante de menor TBN*

*Mesmo assim, demanda um TBN ainda maior que os de motores regulares.

PETRONAS DISROL: versatilidade e tecnologia em lubrificantes marítimos

Sabendo da importância de contar com bons insumos no transporte aquaviário, a PETRONAS Lubricants Internacional investiu na criação de lubrificantes próprios para esses motores a diesel. A linha DISROL conta com mais de 10 produtos, divididos por aplicação:

Motores de 2 tempos do tipo cárter:

  • PETRONAS DISROL 5 LS SAE 30;
  • PETRONAS DISROL 5 LS SAE 40.

Motores 4 tempos de alto TBN:

  • PETRONAS DISROL 300 SAE 30;
  • PETRONAS DISROL 300 SAE 40;
  • PETRONAS DISROL 400 SAE 30;
  • PETRONAS DISROL 400 SAE 40;
  • PETRONAS DISROL 500 SAE 30;
  • PETRONAS DISROL 500 SAE 40.

Motores 4 tempos de baixo TBN:

  • PETRONAS DISROL 10 HS 15W-40;
  • PETRONAS DISROL 12 HS 30;
  • PETRONAS DISROL 12 HS 40.

Tanta variedade serve para, justamente, poder atender a todos os motores a diesel do transporte marítimo e suas particularidades. Isso porque a velocidade do eixo de saída também tem influência nessa escolha. Os de baixa velocidade, que alcançam até 500 RPM, são os de 2 tempos tipo cárter. A denominação LS (low speed) na nomenclatura do lubrificante facilita a identificação. Já os de 4 tempos, operam entre 500 e 900 RPM e, quando acima desse valor, já são considerados de alta velocidade. Nos produtos PETRONAS, a abreviação HS (high speed) faz a distinção entre eles.

Entretanto, mesmo com diferenciações na formulação, toda a linha PETRONAS DISROL foi criada a partir de óleos básicos selecionados e aditivos de alta performance. Outro ponto de destaque é a formulação única, o que significa que é a mesma em qualquer país.

Qualidade certificada pelas principais OEMs do mercado marítimo

Todos os lubrificantes da linha PETRONAS DISROL passaram por testes práticos em embarcações. Também, foram aprovados pelos dois principais fabricantes mundiais de motores para o transporte aquaviário que, juntos, correspondem a 80% da demanda global.

A linha é homologada pela Wartsila (empresa finlandesa de fornecimento de equipamentos navais, em especial, motores de propulsão) e pela da MAN (referência mundial na fabricação de motores diesel a combustão). Essas certificações dão aos lubrificantes PETRONAS DISROL o atestado de qualidade necessário para que se tornem uma das principais opções para esses sistemas.

Mais que isso, garantem que a indústria está usando insumos de procedência garantida e performance testada. Sem dúvidas, a homologação de fábrica deve ser considerada um diferencial na hora de escolher o melhor lubrificante. Mais que assegurar que o fluido está em consonância com as recomendações dos desenvolvedores, a certificação também diz muito sobre quem produz esse insumo. Como são necessários grandes investimentos financeiros em busca delas, consegui-las mostra o interesse em oferecer um produto diferenciado, além da tecnologia necessária disponível para desenvolvê-lo.

Agora que você já conhece os cuidados que os motores do transporte aquaviário exigem, atente-se aos pontos que trouxemos neste artigo na hora de escolher o lubrificante apropriado. Continue acompanhando o Inovação Industrial para mais dicas e cadastre-se na lista do Telegram para receber nossas novidades em primeira mão.

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