Pensando na indústria como um corpo humano, seus órgãos vitais seriam as máquinas e os equipamentos que integram a linha de produção.
É simples: assim como o coração, o cérebro e os pulmões são fundamentais para nossa saúde, o maquinário das fábricas é essencial para o bom funcionamento da cadeia produtiva.
Nesse contexto, um acompanhamento cuidadoso é primordial para a sobrevivência das empresas. Afinal, paradas imprevistas e eventuais falhas podem representar infartos fulminantes para os negócios, gerando queda na produção, mão de obra ociosa e lucro cessante, por exemplo.
A verdade é que são inúmeros os possíveis problemas causados pela falta de disponibilidade de máquinas, resultando em danos financeiros e reputacionais para as empresas.
Quer entender melhor? Apresentaremos neste post os principais impactos da indisponibilidade de linha e a importância da manutenção para a saúde financeira da indústria. Acompanhe!
Queda na produção
O primeiro impacto sentido pela falta de disponibilidade de máquinas e equipamentos é a queda na produção industrial. Atrasos por quebras, falhas operacionais ou manutenções emergenciais podem gerar parada parcial ou, em situações extremas, até mesmo paralisação integral da linha.
Não restam dúvidas de que a diminuição na produção pode causar prejuízos incalculáveis para a indústria, uma vez que resulta em perda de potenciais vendas do produto manufaturado. Muitas vezes, a redução na oferta dos itens fabricados ainda precisa ser reajustada com um sobrepreço do estoque disponível, reduzindo o potencial competitivo da companhia.
Acúmulo de inventário
Outro ônus causado pela indisponibilidade da linha é o acúmulo de matérias-primas, peças e insumos industriais. Esse impacto pode ser sentido principalmente pelo agronegócio e pelo setor alimentício, cuja manufatura depende quase que integralmente de bens perecíveis. Nesse cenário, fábricas despreparadas para estocar um volume elevado de produtos podem potencializar a perda de materiais essenciais a produções futuras.
A aquisição de matérias-primas consome grande parte do capital de giro das indústrias, representando investimentos diários que, em muitos casos, envolvem cifras milionárias. Portanto, a falta de disponibilidade de máquinas que processem esses bens ao longo da cadeia de produção representa não só prejuízos a curto prazo, mas também perda de investimentos posteriores.
Além de paralisar o capital de giro, o acúmulo de inventário pode prejudicar a relação entre a indústria e seus fornecedores, visto que a compra dos itens essenciais para o funcionamento da cadeia de produção envolve meses de antecipação e planejamento.
Aumento dos custos fixos
Encargos de presença constante no balanço da indústria, os custos fixos incluem aluguel de equipamentos e galpões, folha de pagamento de funcionários e impostos, entre outros. Plantas que trabalham abaixo do seu potencial ótimo precisam transferir seus custos fixos para a produção atual, na tentativa de reduzir os prejuízos causados por eventuais paradas de linha.
Pense em uma fábrica que, devido à indisponibilidade de máquinas, passa a operar a 50% da sua capacidade. Nesse caso, será preciso repassar metade de seus custos fixos à porção ativa da linha, resultando na redução da margem de lucro dos itens produzidos.
Sem contar que, além de aumentar o valor de mercado do produto final, a alta nos custos fixos também pode impactar diretamente a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) da empresa durante o período de falta de disponibilidade da linha.
Ociosidade de operadores
Um dos impactos mais conhecidos da falta de disponibilidade da linha é a ociosidade de operadores, que pode representar uma verdadeira sangria ao caixa da indústria. Afinal, paradas não planejadas resultam na não utilização da mão de obra disponível, que precisa receber seus salários independentemente da efetivação ou não do serviço.
Apesar de muitas vezes contornada pelas empresas na forma de folgas ou férias coletivas concedidas aos operários, a ociosidade de operadores continua a refletir em prejuízo no caixa da companhia. Isso porque a parada na produção precisa ser compensada posteriormente pela planta. Se não houver planejamento, esses turnos podem resultar no pagamento de horas extras e encargos adicionais aos trabalhadores.
Vale lembrar ainda que, além de impactar diretamente no lucro da indústria, a ociosidade de operadores pode interferir no nível de segurança e até na moral do chão de fábrica como um todo, com reflexos imensuráveis para a produtividade da planta.
Perda de clientes
Causada pela ruptura no fornecimento de bens manufaturados pela indústria, a perda de clientes e contratos surge como o prejuízo final da falta de disponibilidade de máquinas. Esse é um ponto que merece atenção principalmente no segmento B2B, em que as empresas muitas vezes dependem do produto oferecido pela indústria para o bom funcionamento de sua própria cadeia de produção.
Além dos danos financeiros, o não cumprimento de contratos resultante da falta de disponibilidade de máquinas também pode prejudicar de maneira irreparável a reputação e a confiabilidade da indústria perante o mercado. Em casos extremos, quebras de contrato são responsáveis por manchar o nome da companhia, que precisa investir ainda mais recursos para retomar sua credibilidade.
Pagamento de lucro cessante
Principal indicador financeiro atrelado à indisponibilidade das máquinas, o lucro cessante precisa ser acompanhado de perto pelas empresas. Previsto pela legislação brasileira, refere-se à compensação financeira devida por uma empresa a uma outra, caso haja interrupção na entrega de produtos ou serviços geradores de receita à parte prejudicada.
Imagine uma fabricante de equipamentos agrícolas cuja linha de montagem de colheitadeiras está indisponível. Aqueles clientes que se virem incapazes de colher suas safras pela falta do equipamento deverão ser compensados financeiramente pela montadora, na forma de lucros cessantes.
Cláusula mitigatória que tem por objetivo garantir o bom funcionamento da cadeia produtiva, o lucro cessante é consequência direta de falhas operacionais na indústria — entre elas a falta de disponibilidade de máquinas. Por essas e outras, é essencial que as empresas estejam sempre em dia com suas rotinas e seus planos de manutenção.
Redução dos impactos
Um bom Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) é peça fundamental para o lucro operacional das empresas. Saiba desde já: o PCM é responsável por garantir que o custo de produção da planta esteja sempre planejado e, claro, dentro do possível.
Para que o PCM incorra em menos impactos ao caixa da empresa, é importante que reparos estejam dentro ou até abaixo do orçamento planejado pela equipe de manutenção. Lembre-se, afinal, de que manutenções cuidadosamente planejadas resultam em menos gastos com reparos de máquinas, compras de peças ou insumos e operações corretivas emergenciais.
Além disso, o bom gerenciamento da manutenção industrial pode trazer otimização para a linha de produção. E ele pode ser alcançado com o acompanhamento preciso de 2 indicadores essenciais: o Tempo Médio entre Falhas (MTBF) e o Tempo Médio para Reparos (MTTR) de máquinas e equipamentos.
Associados ao cálculo de disponibilidade da linha ou Overall Equipment Effectiveness (OEE), esses KPIs podem ser comparados ao batimento cardíaco da indústria. Trata-se da linha mestra de uma equipe de manutenção eficiente, cujo principal objetivo é afastar os impactos causados pela falta de disponibilidade de máquinas.
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