Lubrificação

Entenda a classificação de viscosidade de lubrificantes para escolher o ideal

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Óleos lubrificantes são produtos usados com o objetivo de minimizar o calor, o ruído e o desgaste de motores e equipamentos, contribuindo para aumentar a vida útil de seus componentes.

Eles têm diferentes aplicações, seja para carros ou para a indústria, e suas propriedades precisam ser adequadas a fatores variados, como temperatura, ambiente, aplicação e tipo de serviço. A viscosidade se encaixa aí.

Elaboramos este texto para falar especificamente sobre a classificação de viscosidade de lubrificantes. Ao longo dos próximos tópicos, mostraremos sua importância, suas aplicações e indicações, entre outros detalhes. Continue a leitura para saber mais!

Por que levar a viscosidade em conta?

Segundo Rafael Tavares de Oliveira, Technical Advisor da PETRONAS,

A viscosidade está diretamente relacionada aos parâmetros de operação do equipamento, sejam eles rotação, pressão ou temperatura. Essa característica é o que vai conferir ao equipamento o filme que separa as partes metálicas do contato, protegendo contra corrosão e desgaste excessivo. A viscosidade é, portanto, o primeiro parâmetro que deve ser avaliado na hora de escolher o lubrificante.

Basicamente, a viscosidade é a medida da resistência do lubrificante a determinada temperatura. Ela é verificada a partir de temperaturas controladas, normalmente 40ºC e 100ºC, usadas como referência por representarem grande parte das aplicações automotivas e industriais.

Como a viscosidade oscila de acordo com o resfriamento ou o aquecimento do ambiente, criou-se o Índice de Viscosidade (IV) para representar essa variação numericamente.

Trata-se de um número adimensional, que não tem uma unidade de medida. Um IV baixo significa que a viscosidade varia muito, enquanto um IV alto indica que a temperatura não exerce grande influência na viscosidade.

Na prática, segundo o engenheiro da PETRONAS, isso quer dizer que

Se você tem um lubrificante com IV 100 e outro com IV 200, o que tem o índice maior terá uma viscosidade mais estável à medida que a temperatura de operação varia.

Qual a importância da viscosidade do lubrificante na indústria?

A aplicação de lubrificantes na indústria e nos automóveis é a mesma e deve ser um passo a passo recomendado por especialistas. Em uma operação industrial, porém, uma escolha inadequada pode gerar diminuição da vida útil dos componentes, queda na produtividade, prejuízo no desempenho e aumento do desgaste do equipamento, entre outras possibilidades igualmente prejudiciais.

Se uma determinada empresa usa a viscosidade inadequada do óleo lubrificante em um equipamento que trabalha por várias horas no dia — enfrentando um clima frio na parte da manhã e uma temperatura mais quente à tarde —, a tendência é que essa máquina precise de manutenção com mais frequência do que outra que usa a viscosidade ideal para essas variações.

Se isso acontece, surgem perdas na produção, o custo dos produtos aumenta, há um impacto negativo nas finanças e a organização perde no quesito competitividade.

Multiviscosidade

A fim de minimizar a troca a cada 6 meses em decorrência da variação de temperatura, os chamados lubrificantes multiviscosidade foram desenvolvidos.

Pelo nome, já é possível deduzir que eles têm uma viscosidade adaptável à variação de temperatura — no inverno e no verão. Assim, promovem a lubrificação com eficiência, garantindo o devido funcionamento dos equipamentos.

Qual o melhor lubrificante para cada uso?

Os lubrificantes com alto IV são mais indicados para máquinas e equipamentos em ambientes em que as variações de temperatura não são muito bem controladas, podendo apresentar grande amplitude entre a mínima e a máxima. Nessas situações, é preciso contar com um produto com uma viscosidade mais estável.

Por outro lado, lubrificantes com baixo IV, de acordo com Rafael Oliveira:

São muito utilizados em equipamentos ou aplicações onde já é conhecida a temperatura, rotação e/ou pressão do equipamento. São recomendados para equipamentos onde se tem um conhecimento completo da variação de temperatura, onde é possível monitorar esses índices de variação.

Como ler as especificações de viscosidade?

Tanto na aplicação industrial quanto na automotiva, é preciso verificar se as especificações do produto estão de acordo com as informações indicadas no manual. Rafael Oliveira explica que:

no caso de um lubrificante automotivo, o nível de viscosidade é definido pela SAE. Se é necessário um lubrificante de motor 5w30, é preciso procurar no rótulo do vasilhame se o produto em questão atende a essa especificação.

E o raciocínio é o mesmo para o lubrificante industrial. Nesse contexto, porém, a norma que define os intervalos de viscosidade é a ISO. Assim, se o manual indica que o equipamento precisa de um lubrificante hidráulico ISO Vg 68, é essa informação que deve ser buscada na embalagem.

Como funciona a nomenclatura SAE?

A Society of Automotive Engineer (SAE) ou Sociedade dos Engenheiros Automotivos criou a classificação de viscosidade SAE, que pode ser definida como uma propriedade que varia de acordo com a temperatura. Assim:

  • lubrificantes identificados com a letra W, de winter (inverno, em inglês), têm viscosidade mais leve, com medidas voltadas para temperaturas baixas;
  • já no verão, a viscosidade precisa ser alta (medida a 100ºC), mas com os mesmos padrões de qualidade.

Óleos de verão

A nomenclatura desses óleos é mais simples: SAE 20, 30, 40, 50 e assim por diante.

Óleos de inverno

Contam com a sigla SAE e uma numeração, seguida da letra W: SAE 5W, 10W, 15W, 20W e assim por diante.

Óleos multiviscosos

Como dissemos, são aqueles com aplicações que se adaptam tanto ao verão quanto ao inverno. Sua denominação fica assim: SAE 20W-40, 15W-50 e assim por diante. Lembrando que o W equivale a inverno.

Nesses casos, o primeiro número está relacionado à viscosidade com o motor frio, em temperatura ambiente. Quanto mais baixo ele for, menor será o esforço para iniciar o funcionamento.

Por outro lado, quanto maior for o número, mais viscoso é o lubrificante e, por isso, escorre menos, o que o torna mais eficiente para a lubrificação.

Essa classificação é fundamental para a identificação e escolha adequada do lubrificante. O objetivo é conseguir uma rápida movimentação tanto dos equipamentos quanto do óleo, no inverno rigoroso e em altas temperaturas — sem prejudicar a lubrificação, já que, quanto mais quente, menor é a viscosidade do fluido.

Ao entender esses conceitos, fica mais fácil compreender a classificação de viscosidade SAE, o significado das siglas e para que exatamente servem.

Onde entra a Norma ISO?

Enquanto a nomenclatura SAE se refere aos lubrificantes automotivos, a Norma ISO define a viscosidade para os lubrificantes industriais.

A classificação conta com a sigla Vg, de Viscosity grade ou grau de viscosidade, além de um número, que varia de 2 a 1500 centistokes (cSt) e representa a média de viscosidade a 40ºC. Assim, se o óleo é Vg 68, significa que a viscosidade média dele a 40ºC é de 68 cSt.

De acordo com o engenheiro da PETRONAS:

No que diz respeito aos lubrificantes industriais, existem algumas normas específicas, como a DIN (norma alemã com padrões técnicos voltados para garantir a qualidade de produtos industriais), que define classificações de performance para lubrificantes industriais, tanto engrenagens quanto hidráulicos.

Como você pôde ver, entender a classificação de viscosidade de lubrificante é fundamental para escolher a melhor opção de acordo com a especificação dos equipamentos.

O uso correto contribui para garantir o funcionamento das máquinas, preservando seus componentes e aumentando sua vida útil, além de otimizar a gestão da manutenção.

Por fim, se você quer saber mais sobre a aplicação dos óleos lubrificantes, não hesite em entrar em contato conosco para ver como podemos ajudar!

Glossário de Lubrificação

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17 Comments

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    Att. Engº Rivaldo Souza

    1. Olá Rivaldo,

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      Obrigado

  3. Boa noite ! Como desenvolver óleo hidráulico de alta performance com viscosidade a 40°C 16. Viscosidade 100°C 4.5. Com índice de viscosidade > 160

    1. Olá Antônio, tudo bem?

      Você pode se cadastrar na página https://materiais.inovacaoindustrial.com.br/fale-conosco e lá tem a opção de ter mais informações. Assim a equipe técnica pode entrar em contato com você e sanar qualquer dúvida que você tenha.

      Obrigado pelo interesse.

  4. Olá amigo, gostaria de saber como é classificado a viscosidade do lubrificante segundo a DIN (norma alemã)

    Att

    1. Olá Marcos, tudo bem?

      É classificado da mesma forma que na norma ISO VG.

      Explicando o assunto:

      DIN é a sigla de “Deutsches Institut für Normung” que significa Instituto Alemão de Padronização. Sendo assim existem muitas normas DIN para lubrificantes como a DIN 51524 que é para óleos hidráulicos, DIN 51517 que trata de óleos para redutores, a DIN 51825 para graxas e muitas outras.

      Sobre viscosidade existe a DIN 51519 que é igual a norma ISO 3448, conhecida como ISO VG.

      Tanto na DIN 51519 quanto na ISO 3448 existe um conjunto de graus possíveis pré-determinados (…, 32, 46, 68, 100, 150, 220, 320, …) e a viscosidade é medida a 40o C devendo seu valor em cSt (centiStokes) estar em uma faixa que compreende ± 10% do valor nominal (Ex: DIN 51519 / ISO VG grau 100, a viscosidade deve ser entre 90 e 110 cSt @ 40o C).

      Esperamos ter sanado a sua dúvida.
      Obrigado pelo interesse!

  5. Bom Dia ! Sou Welerson e trabalho com Lubrificação de máquinas gostaria de saber quais conhecimento vocês teriam para eu agregar em trabalho gostei muito do que li sobre viscosidade !

    Obrigado !

    1. Bom dia Welerson.

      Agradecemos seu interesse em nosso conteúdo. Nas categorias Lubrificação e Manutenção industrial, você terá todos os conteúdos referentes a lubrificação de máquinas. Para não perder nenhum dos nossos artigos, assine a nossa newsletter e receba a cada 15 dias um e-mail com o resumo dos últimos posts, ok?

      Mas caso queira conhecer mais sobre a PETRONAS e seus produtos, cadastre-se aqui: https://materiais.inovacaoindustrial.com.br/fale-conosco, e um dos especialistas entrará em contato com você para tirar eventuais dúvidas.

      Obrigado novamente pelo interesse!

  6. Bom dia tenho uma hidrolavadora de alta pressão só que no manual mi indicaram o óleo hidráulico isso 100 só que não to conseguindo acha qual óleo posso substituir esse para troca de óleo da bomba

    1. Olá Bruno, tudo bem?

      Primeiro, obrigado pelo interesse em nosso blog. Pedimos para um técnico da PETRONAS te ajudar com essa dúvida e ele respondeu o seguinte:

      Considerando a informação no manual, o fluido indicado é o PETRONAS Hydraulic 100.

      Além de ser um ISO VG 100, ele atende a norma internacional mais importante da indústria que é a DIN 51524 parte II (HLP) e diversas normas dos principais fabricantes de bombas hidráulicas (Eaton 03-401-2010; Fives Cincinnati P-68/P-69/P-70; Bosch Rexroth RD90220; Parker Denison HF-0, HF-1, HF-2; entre outras)

      Espero que essa resposta tenha te ajudado. Para mais informações sobre produtos PETRONAS, entre em contato pelo link: https://materiais.inovacaoindustrial.com.br/fale-conosco

      Obrigado novamente.

  7. Bom dia tenho uma hidrolavadora de alta pressão só que no manual mi indicaram o óleo hidráulico isso 100 só que não to conseguindo acha qual óleo posso substituir esse para troca de óleo da bomba

    1. Olá Bruno, tudo bem?

      Primeiro, obrigado pelo interesse em nosso blog. Pedimos para um técnico da PETRONAS te ajudar com essa dúvida e ele respondeu o seguinte:

      Considerando a informação no manual, o fluido indicado é o PETRONAS Hydraulic 100.

      Além de ser um ISO VG 100, ele atende a norma internacional mais importante da indústria que é a DIN 51524 parte II (HLP) e diversas normas dos principais fabricantes de bombas hidráulicas (Eaton 03-401-2010; Fives Cincinnati P-68/P-69/P-70; Bosch Rexroth RD90220; Parker Denison HF-0, HF-1, HF-2; entre outras)

      Espero que essa resposta tenha te ajudado. Para mais informações sobre produtos PETRONAS, entre em contato pelo link: https://materiais.inovacaoindustrial.com.br/fale-conosco

      Obrigado novamente.

  8. Boa noite
    Estou com uma bomba elétrica Weg submersa para manutenção e estou com dificuldade para encontrar o óleo hidráulico nuto h 32 , gostaria de saber se posso utilizar utilizar o óleo hidráulico 68 ou se poderia me indicar algum que possa utilizar que tenha as mesmas características.

    1. Olá Edivan, tudo bem?

      Primeiro, obrigado pelo interesse em nosso blog. Pedimos para um técnico da PETRONAS te ajudar com essa dúvida e ele respondeu o seguinte:

      Nós da PETRONAS não indicamos que seja utilizado o 68, pois a viscosidade é muito maior do que a recomendada (lembrando que os números 32 e 68 representam a viscosidade média a 40°C em cSt). A viscosidade indicada pelo fabricante do equipamento deve ser sempre respeitada.

      A solução é encontrar um fluido com a viscosidade adequada (ISO VG 32) e que atenda as mesmas especificações de desempenho da referência indicada pelo fabricante do equipamento. O nosso produto que possui estes requisitos é o PETRONAS Hydraulic 32.

      Caso, você tenha interesse em consumir esse produto em larga escala, peço que entre em contato através deste link: https://materiais.inovacaoindustrial.com.br/fale-conosco.
      Se o seu interesse é apenas para consumo próprio, a PETRONAS possui diversos distribuidores cadastrados em todas as regiões do país.

      Mais uma vez agradecemos o seu interesse e contato.

    2. Edivan, complementando nossa resposta, se quiser, pode também nos passar a sua cidade, estado, e volume de lubrificante que seria interessante para você que podemos indicar o distribuidor da PETRONAS, tudo bem?

      Conta com a gente!

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