Lubrificação

Lubrificação industrial: como não errar na hora de fazer a escolha?

O processo de lubrificação industrial é vital para qualquer fábrica que deseja assegurar maior longevidade e durabilidade para o seu maquinário.

Afinal, o óleo, quando empregado de maneira correta, diminui os efeitos do atrito entre as peças, da corrosão e da abrasão, elevando a vida útil dos componentes de um ou mais equipamentos.

Além disso, ele é responsável pela dissipação de parte do calor produzido, bem como pela remoção de produtos abrasivos. Ele ainda colabora para a vedação das câmaras de combustão.

Embora tenha muitas funções, nem sempre a lubrificação industrial recebe a devida atenção. Por conta disso, aumentam-se as chances de errar na escolha dos óleos, o que pode comprometer o estado de conservação dos equipamentos.

Para ajudar a evitar isso, separamos os principais tipos de óleos e os fatores que os tornam adequados. Você ainda verá dicas para escolher a substância ideal para a sua indústria e, assim, otimizar suas estratégias de lubrificação. Não deixe de conferir!

Quais os principais fatores que fazem um bom óleo lubrificante?

Um óleo lubrificante de alto desempenho é composto por um conjunto de atributos de boa qualidade. Para começar, é preciso destacar que ele tem grande parte de sua porcentagem de formulação constituída de óleo básico.

O restante, em menor quantidade, corresponde aos aditivos, sendo que a interação dos dois componentes é muito importante para a qualidade final do lubrificante.

Falando em óleo básico, quanto mais saturado ele for, menor será o problema de degradação por oxidação e melhor será sua estabilidade térmica.

Vale mencionar que o óleo básico corresponde a cerca de 90%, podendo chegar a até 99% da formulação de um lubrificante, o que demonstra a sua importância.

Por outro lado, também é essencial que tenhamos uma boa aditivação, pois a tecnologia dessas substâncias é responsável em grande parte pelo desempenho do produto em uso.

Outro item importante são as especificações que ele segue. Isso porque, dependendo de quais forem, teremos a segurança de que a substância atende normas mundiais e de empresas fabricantes de equipamentos que exigem o mais alto grau de performance dos lubrificantes.

Em se tratando de características físico-químicas, podemos destacar alguns atributos que asseguram maior qualidade ao óleo, como o índice de viscosidade.

O produto precisa ser viscoso o bastante para proteger as peças do atrito gerado, porém deve ser fluido o suficiente para se espalhar entre várias regiões do equipamento e expandir sua proteção. Além disso, se for muito viscoso poderá gerar resistência à movimentação das partes do maquinário.

Outro ponto é a estabilidade de oxidação, pois seu efeito proporciona mudanças químicas nas moléculas de base do lubrificante.

A consequência líquida de oxidação prolongada é a de elevação na acidez do óleo, gerando corrosão, enquanto ocorre uma elevação — física — na viscosidade. Além disso, vale mencionar que oxidação alta reduz a vida útil do produto.

Quais os diferentes tipos de lubrificante e como escolhê-los?

De modo geral, podemos encontrar vários tipos de substâncias que são utilizadas como lubrificantes de alguma espécie. Veja as mais comuns:

  • óleo — vem em forma líquida e é o mais indicado para lubrificação. Somente em casos em que não temos a possibilidade de usá-lo é que temos que partir para outros meios;
  • pastas — contam com aplicações restritas na indústria;
  • ceras — são ideais como produtos protetivos. Por exemplo, podemos passá-la em uma peça que foi usinada e será levada para um local distante para depois ser montada em um conjunto;
  • graxas — esse tipo de lubrificante é pastoso, tendo certa consistência que é especificada pelo grau NLGI da graxa. Essas substâncias são normalmente utilizadas em locais que não são completamente fechados, o que impede a utilização de um lubrificante líquido.

De modo mais específico, existem os seguintes tipos de óleos usados para lubrificação industrial:

Lubrificantes minerais

São originados do petróleo. Têm boa compatibilidade com materiais distintos e custos menores, mas necessitam de intervalos de tempo também menores para trocas, proporcionando gastos com paradas.

São empregados em motores pesados a diesel, em manutenção (hidráulica, de sistemas de circulação, de compressores etc.) e para transmissões e eixos.

Lubrificantes graxos

São pastosos, demonstrando diferentes níveis de consistência e com aplicações diversificadas. Como mencionado, podem ser empregados em lugares em que não é possível realizar vedações para a utilização de lubrificantes líquidos.

Eles também evitam que uma contaminação adentre uma peça aberta de um equipamento. A lubrificação alcançada em altas velocidades é menor e eles são menos eficientes na dissipação do calor, além de terem resistência inferior à oxidação em comparação aos óleos lubrificantes do grupo anterior. São usados em maquinário industrial, em pinos e buchas, em sistema centralizado de lubrificação etc.

Lubrificantes sintéticos

Têm grande desempenho. Aliam performance superior com intervalos de tempo maiores para trocas, o que eleva a disponibilidade dos equipamentos.

Contam com maior índice de viscosidade, conseguem atuar em temperaturas diversificadas, inclusive, aguentando algumas mais altas. Todavia, têm alto custo de aquisição. Os lubrificantes sintéticos são empregados, na maioria das vezes, em manutenções e motores.

Lubrificantes semissintéticos (compostos)

Um produto assim geralmente é fruto da junção de óleo sintético com óleo básico mineral. Por isso, sua performance está relacionada diretamente à quantidade e à qualidade da substância sintética usada.

Lubrificantes compostos também permitem períodos maiores de utilização antes de ser preciso realizar trocas, o que ajuda a terem bom desempenho.

Por outro lado, têm custos maiores e há dificuldade em mensurar o volume necessário desses produtos para utilização. São muito usados em motores e em equipamentos hidráulicos para se economizar energia.

Apesar dessas opções, é preciso comentar que, em se tratando de fluidos, há uma infinidade de variações no mercado, dos mais básicos até os mais complexos.

Isso serve para as linhas hidráulica, gear (engrenagens), compressor, entre outras. Reforçando que essas substâncias variam em termos de qualidade e de períodos de troca.

Nesse caso, se quiser acertar na escolha, o melhor a fazer é procurar o contato de uma área técnica para verificar a aplicação e chegar em um consenso entre custo e benefício.

O que é necessário ficar atento na hora de escolher um lubrificante?

Existem diversos aspectos que devem ser verificados para a escolha de um produto. Por exemplo, o manual do equipamento que o receberá.

Partindo do que o documento descreve, podemos até procurar um óleo com maior desempenho, mas nunca diminuir a sua qualidade. Além disso, é preciso analisar:

  • a temperatura máxima e mínima em que é possível utilizá-lo;
  • seus níveis de contaminação;
  • a máxima velocidade de operação à qual ele resiste;
  • o tipo de atrito suportado;
  • as condições do ambiente;
  • as normas de especificação e os padrões de qualidade que ele atende etc.

Em se tratando de especificações, podemos citar as obtidas com órgãos como DIN, ISO e outros, bem como as de fabricantes de equipamentos. Entre elas, Bosch, Alston, Siemens etc.

Se você não quer errar na hora de fazer a sua lubrificação industrial, é fundamental seguir as observações apontadas acima. Além disso, existem alguns equívocos comuns que você deve evitar.

O primeiro deles é olhar somente para os valores entre as opções de óleos a escolher, realizando uma negociação em que se opte pelo mais barato e não pelo que gera melhor custo-benefício.

Se observarmos apenas um produto que atende uma norma HLP, por exemplo, deixamos de lado outros requisitos, como as normas de especificação dos equipamentos que pedem maior tecnologia.

Isso tanto em aditivação quanto em qualidade dos aditivos usados. Um produto com mais qualidade protegerá muito mais o maquinário, conservando-o para a sua real função, que é produzir.

Outro ponto a analisar em sua lubrificação industrial é a possível redução do consumo de lubrificante, especialmente se você adquirir as versões de maior qualidade.

Afinal, produtos com maior performance tendem a necessitar de tempos maiores de substituição, de modo que são menos trocados e consumidos, o que colabora para a questão ambiental.

Ficou com alguma dúvida sobre como não errar na hora de fazer a escolha da lubrificação industrial? Compartilhe nos comentários para que possamos ajudá-lo!

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