Embora tenham sido popularizados após 2010, os drones já têm uma longa história. Eles surgiram ainda na década de 60 com uma função bem distante da que conhecemos hoje. A necessidade de monitorar inimigos sem expôr os soldados ao risco, levou a marinha norte-americana a desenvolver esses equipamentos, que só teve seu uso admitido em meados dos anos 70.
Desde então, muita coisa mudou, seja no seu uso ou nas tecnologias aplicadas. Largamente utilizados para o entretenimento, o agronegócio já percebeu que eles podem ser grandes aliados na produtividade da lavoura. Poder contar com um veículo aéreo capaz de sobrevoar grandes extensões de terra de maneira remota, certamente, foi uma das grandes evoluções que a agricultura de precisão levou para o campo.
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Trabalhando em conjunto com sensores, softwares e GPS agrícola, os drones fornecem ao produtor informações que, antes, seriam difíceis ― algumas até impossíveis ― de obter. Um bom exemplo é o acompanhamento da pastagem, contagem de plantas e a detecção de doenças em parte do terreno. A mobilidade desses equipamentos também permite o monitoramento de áreas remotas, onde o acesso é dificultado pela própria lavoura.
Para entender melhor as reais aplicações dos drones no agronegócio, continue a leitura. Ao final, você perceberá que eles já têm sido, até mesmo, um diferencial competitivo para muitos produtores.
Drones versus VANTs: entenda as reais diferenças
Mesmo que o termo drone tenha se popularizado para referir-se a todos os modelos de veículos aéreos não embarcados, existem algumas diferenças entre os que são utilizados para fins recreativos e os que cumprem algum papel comercial.
Os drones são os modelos mais simples e, comumente, utilizados para competições ou divertimento. Os do tipo multirrotor são os mais conhecidos: utilizam quatro hélices que, em rápida rotação, levantam o equipamento, nos moldes do que acontece com um helicóptero. Podem ser adquiridos sem nenhum tipo de licença especial, mas têm uma série de restrições quanto ao seu desempenho. Esse tipo tem limitações quanto à velocidade, são poucos resistentes e a autonomia é entre 20 e 30 minutos. Não à toa, são comercializados como uma evolução dos aeromodelos.
Do outro lado, temos os VANTs, que são tecnicamente iguais aos drones. Mas, para serem denominados assim, precisam ter finalidade comercial e levar consigo alguma carga embarcada, como sensores, câmeras ou produtos, a exemplo dos defensivos agrícolas. Diferente do anterior, têm asas fixas, em formato de delta, como nos aviões. A hélice, posicionada atrás, faz o equipamento decolar.
Por se tratar de um equipamento de uso profissional, os VANTs são muito mais eficientes que os drones comuns. Como a energia é necessária apenas para impulsioná-los, não sendo utilizada para mantê-lo no ar, a autonomia é muito maior, de 40 minutos até modelos que atuam por 16h ininterruptos.
Conheça 5 funções que os drones desempenham no agronegócio
Os veículos aéreos não tripulados têm chamado a atenção não só pelas facilidades nos usos que você verá a seguir, mas, também, por outro aspecto muito importante para o agronegócio: a economia gerada. A aquisição de um drone tem um custo muito inferior ao dos aviões utilizados para pulverização ― isso sem citar os demais gastos, como manutenção e depreciação, por exemplo, e alguns produtores afirmam que o investimento teve retorno em apenas uma safra.
Confira abaixo 5 funções que os drones podem exercer no agronegócio e entenda a versatilidade de aplicação dessa tecnologia.
1. Detecção e controle de pragas
Equipados com sensores e câmeras, os drones sobrevoam as plantações e fornecem imagens para que o produtor possa diferenciar as plantas afetadas por pragas daquelas que estão saudáveis. Com a doença detectada antes de espalhar-se pela plantação, os próprios veículos auxiliam no seu combate.
Por serem pequenos e conseguirem chegar próximo às plantas, as aeronaves diminuem o desperdício de defensivos, agindo apenas onde é necessário. Esse trabalho é bem mais ágil que o realizado por aviões agrícolas, chegando a ser executado com 5x mais rapidez.
2. Controle de irrigação
Quando as plantas atingem determinada altura, fica complicado para o produtor se certificar de que os bocais para irrigação estejam funcionando devidamente. Porém, não ter o controle desse sistema pode acarretar muitos prejuízos, seja no desperdício de água ou na falta dela em determinados pontos da lavoura.
Equipados com sensores hiperespectrais, térmicos e multiespectrais, os VANTs sobrevoam o campo e conseguem detectar exatamente quais pontos necessitam de irrigação, bem como os que contam com o excesso de água.
3. Contagem de animais e plantas
Os produtores rurais que lidam com o gado, podem usar os drones para diversos fins: encontrar animais perdidos, contar a boiada sem precisar dispensar um colaborador para isso e assegurar que o rebanho esteja seguro. Por meio das câmeras de imagem térmica, é possível identificar se há bois feridos ou nascimentos ocorrendo. Os dados obtidos pelos equipamentos também dão a visão de onde o pasto está adequado e onde há necessidade de reforma.
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Já a contagem de plantas é feita pelo próprio drone, quando equipado com software de mapeamento aéreo, o NDVI (Normalized Difference Vegetation Index). Os sensores, captam os espectros gerados pelas plantas e o sistema faz o cálculo das bandas espectrais. Assim, além disso, é possível identificar também falhas na linha de plantio e deficiências nutricionais.
4. Monitoramento de área devastada e de focos de incêndio
A preservação ambiental também é um dos pilares da agricultura de precisão, que oferece inovações para que o índice de desmatamento não suba e, assim, não aconteça tanto impacto na distribuição de chuvas e empobrecimento do solo. A visão aérea obtida pelo drone permite que o agricultor detecte com precisão as áreas devastadas.
Em regiões onde há muitos casos de incêndio, os equipamentos são utilizados para encontrar os focos. Mesmo com condições de baixa visibilidade, conseguem captar imagens que apontam onde estão as chamas. Assim, elimina-se o risco do contato humano com o fogo e aumentam as chances de controlá-lo rapidamente.
5. Demarcação de áreas
Mais uma vez, as imagens aéreas geradas pelo drone auxiliam o produtor na tomada de decisão. Por meio delas, é possível ter a visão geral da propriedade, podendo determinar quais os pontos propícios para o plantio. Isso evita também que os limites de semeadura sejam extrapolados.
São muitos os tipos de drones utilizados na agricultura, desde os modelos mais simples, que pesam cerca de 2 kg, até os maiores, que chegam aos 150 kg. É importante ressaltar também a necessidade de registro junto à Anac, que varia de acordo com o tamanho. Veículos com peso até 25 kg precisam ter um cadastro junto à Agência Nacional de Aviação, enquanto os que extrapolam esse limite necessitam de registro junto ao órgão.
Agricultores que já dispõe de aviões agrícolas podem usar essa tecnologia junto a eles. Um exemplo é a pulverização de grandes áreas, onde a aeronave é recomendada. Outro, é a utilização dela para captação de imagens e o uso do drone apenas no local que o produtor julgar necessário.Continue acompanhando o Portal Inovação Industrial para mais novidades sobre a agricultura de precisão. Clique aqui e acesse todos os nossos artigos voltados para o setor do agronegócio.
Equipamento muito útil no agronegócio e que proporciona agilidade e confiabilidade para tomadas de decisão