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Agronegócio e a crise mundial: como manter a produtividade?

O ano de 2020 já começou mostrando que algumas instabilidades poderiam surgir logo nos primeiros meses. A disseminação do coronavírus foi o primeiro sinal de alerta para diversos segmentos. As tensões na geopolítica, que derrubaram o preço do barril de petróleo logo no começo de março, foram mais um fator decisivo para que uma crise mundial se instaurasse.

Com as medidas de isolamento social e mudança nas dinâmicas de consumo, muitos setores da economia sofreram um forte impacto. O agronegócio, por sua vez, tem tudo para passar com tranquilidade pela pandemia e variações do petróleo e retomar o crescimento logo que o cenário estabilizar.

Neste artigo, você vai entender melhor o que levou à crise mundial e o que o agronegócio deve fazer para se manter produtivo. Acompanhe.

Como as oscilações de preço do petróleo afetam o agronegócio

Logo no começo do ano, o mercado financeiro vivia momentos tensos frente à evolução da pandemia do coronavírus. No início de março, outro evento que contribuiu para mexer com a dinâmica econômica mundial: o preço do barril de petróleo despencou depois das negociações fracassadas entre a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), chefiada informalmente pela Arábia Saudita, e a Rússia.

Saiba mais: Como a queda do preço do barril de petróleo em meio a crise impacta o mercado de lubrificantes 

O agronegócio, claro, também sente os reflexos dessas crises. Mas, para o alívio do produtor brasileiro, os impactos podem ser bem menores que os vistos em outros setores. O fato é que, sim, o preço do petróleo impacta de diferentes formas no campo:

  • com uma lavoura muito mais automatizada, a dependência do petróleo como combustível ou como parte dos insumos necessários para a produção e manutenção, como lubrificantes, é muito maior;
  • como a grande maioria do transporte é rodoviário, oscilações no petróleo levam à variação no preço dos combustíveis.

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Embora esses dois pontos pareçam favoráveis em um cenário onde o preço do petróleo atinge sua maior baixa nos últimos 30 anos, outros fatores precisam ser considerados:

  • os setores sucroenergéticos, como os produtores de etanol de milho e cana, uma possível queda no preço da gasolina pode aumentar a concorrência e afetar os custos de produção;
  • a volatilidade do preço dos commodities e a taxa de câmbio em alta também representam riscos para o setor. 

Isso quer dizer que, sim, o agronegócio brasileiro sentirá alguns dos efeitos da tensão entre Arábia Saudita e Rússia e da pandemia de Covid-19. De todo modo, esses impactos podem ser minimizados com medidas que mantêm a produtividade do campo em meio à crise. 

Enfrentando a crise: como manter a produtividade do agronegócio

Mesmo que exista um bom argumento para que o agronegócio não seja  tão impactado com a crise, o de que as pessoas não deixarão de procurar alimentos, é inegável que a pandemia afeta outras cadeias ligadas à produção. A curto prazo, o impacto no embarque de mercadorias pode alongar o ciclo de caixa e, caso o problema logístico se estenda, comprometer a entrega de fertilizantes e defensivos importados.

Entretanto, é impossível prever os desdobramentos da crise mundial. De todo modo, é preciso que ações sejam tomadas imediatamente para evitar efeitos maiores e ter uma retomada mais acelerada quando o ambiente estabilizar. Conheça algumas medidas que irão ajudar a manter a produtividade no campo.

Cuidados para evitar a contaminação

Em primeiro lugar está a segurança de quem trabalha no setor. Como este precisa continuar produzindo para que toda a população se alimente, a saúde do produtor é mais importante do que nunca.

Algumas atividades, como a entrega do leite,  ainda dependem do contato interpessoal e devem ter atenção redobrada às instruções de segurança da OMS. Tudo que vem de fora deve ser higienizado com uma solução de uma parte de água sanitária para nove partes de água. Ainda, deve-se manter a distância de 1,5m entre as pessoas.

Além disso, todos os funcionários que estiverem trabalhando devem receber orientações sobre biossegurança e ter disponíveis os materiais necessários para evitar a contaminação (álcool em gel, sabão, luvas e máscaras).

Mecanização dos processos

A agricultura 4.0 é um diferencial em momentos de crise. Ainda que seu uso demande petróleo, é possível fazer com que os processos agrícolas se mantenham ativos mesmo sem intervenção humana. Fazendas que já contam com essas tecnologias demandam menos funcionários trabalhando ao passo que mantém a produção.

Assim como se sabe que a crise mundial irá passar, também é sabido que outras acontecerão. Seja rusgas na política interna, ou uma nova ameaça sanitária, o fato é que a atual pandemia abriu os olhos de muitos produtores para a necessidade de automação do campo. Dessa forma, investir na agricultura de precisão é uma medida que traz benefícios em todos os cenários, desde a normalidade até os momentos de crise.

Atenção ao caixa e ao estoque

Qualquer instabilidade no cenário deve ser encarada com prudência. Diante de uma crise mundial, que impacta diversos setores ligados à produção do agronegócio, o cuidado na tomada de decisão deve ser redobrado.

Como você leu acima, as importações e exportações podem afetar a vinda de insumos necessários para a próxima safra. Isso faz com que o gerenciamento de compras e estocagem seja metódico e considere essas oscilações para não ter atrasos na produção de 2021.

Para manter a produtividade diante da crise, um bom aporte financeiro é fundamental. É preciso cuidado na hora de alocar os recursos, uma vez que não se sabe por quanto tempo a situação irá se estender.

Mesmo que o agronegócio não seja o setor mais afetado, no momento, é preciso estar atento ao cenário como um todo. Principalmente, usando esses acontecimento como exemplo para ações necessárias, mas muitas vezes negligenciadas, como a elaboração de planos de contingência e automatização dos processos.

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