Todo produtor sabe que quando as janelas de plantio ou colheita se abrem, todo minuto importa. Nesse momento, uma máquina parada é sinônimo de um prejuízo enorme, além de prejudicar toda a sequência de trabalho. A melhor forma de evitar isso é investindo na manutenção e o momento ideal não poderia ser outro: a entressafra. Durante esse período de descanso do solo, a equipe responsável pelos cuidados preventivos deve entrar em ação imediatamente, garantindo a disponibilidade para a próxima safra.
É claro que cada propriedade tem seu próprio intervalo, uma vez que depende da cultura e das condições climáticas de cada local, mas a entressafra não deve ser um período de inatividade. Neste artigo, mostraremos de que maneira ela pode ser estratégica para o agronegócio e qual a participação da equipe de manutenção nesse objetivo. Acompanhe.
Manutenção agroindustrial: a chave para usar a entressafra estrategicamente
Um artigo intitulado “Custos ocultos no setor de agronegócio: Análise de um caso no sub-setor”, apresentado no XIV Congresso Brasileiro de Custos, dedicou-se a quantificar o impacto da indisponibilidade dos equipamentos. O trabalho mostrou que, de um total estimado em R$ 8.688.309,98 de custos indiretos nos meses de colheita, R$ 4.741.200.00 referem-se apenas aos momentos em que o processo é interrompido. Bastante significativo, ainda mais se tratando de um segmento que, por não determinar o preço final do produto, tem na eficiência a principal aliada da produtividade.
A partir do uso estratégico da entressafra, pode-se garantir que os ativos estarão prontos para a operação. Isso quer dizer que, no momento em que as máquinas param, o trabalho da equipe de manutenção deve começar.
Mas para que isso aconteça, um esforço prévio deve ser feito: o planejamento. Nele, é necessário elencar, principalmente, o nível de criticidade dos ativos ― a fim de determinar as prioridades ― e o histórico de intervenções. Por meio disso, é possível entender quais recursos precisarão estar disponíveis, além de determinar o cronograma das atividades e o detalhamento das ações de manutenção que serão implementadas.
Já que estamos falando de estratégia, é impossível não mencionar o papel do alinhamento de setores no aproveitamento da entressafra. Afinal, para que a equipe de manutenção consiga atuar em tempo hábil, é fundamental que tenha os insumos e ferramentas necessárias para isso. Ou seja, estar em sintonia com o setor de compras permite manter tudo de acordo com o planejado.
Gestão de fornecedores: a importância dos parceiros na manutenção agroindustrial
Mais que meros vendedores, os fornecedores devem ser vistos como um enorme potencial estratégico para qualquer propriedade. Especialmente se forem aqueles voltados aos insumos de alto valor agregado, tal qual os lubrificantes. Quando encarados como parceiros técnicos, são uma ótima fonte de dados sobre o mercado e, também, sobre os produtos mais indicados para cada operação. Por atender a uma série de clientes, do mesmo ou de outro setor econômico, essa expertise se mostra uma excelente aliada da produtividade e da eficiência operacional.
Leia mais em: Como escolher os fornecedores na hora da compra de insumos agrícolas.
Dessa forma, ter uma boa política de gerenciamento de fornecedores é o primeiro passo para ter relacionamentos comerciais proveitosos. Entretanto, alguns detalhes exigem muita atenção, tanto da equipe de compras quanto de manutenção. Confira abaixo.
Logística: por que considerá-la é tão importante
Na grande maioria das vezes, as atividades do agronegócio são desenvolvidas em locais remotos. Assim, além da forte dependência do clima, a logística agroindustrial torna o cumprimento do calendário de safras um assunto ainda mais delicado. Isso porque ela enfrenta uma série de desafios, como o acesso às propriedades. No período de chuvas, esse trabalho fica ainda mais complicado, uma vez que a maior parte dos caminhões não consegue chegar ao destino.
Porém, comprar mais não é a solução para driblar esse problema. “Nesse segmento, o estoque é encarado como capital imobilizado. Por isso, é difícil vermos fazendas com grandes quantidades de lubrificantes ou peças armazenados na propriedade”, comenta Frederico Figueira, gerente comercial para o setor de agronegócio da PETRONAS. Ainda segundo o profissional, “a logística de suprimentos deve ter peso hora da negociação. Afinal, para quem depende das condições ideais para o trabalho, não pode comprometer tudo por conta de uma carga que não chegou”.
Treinamentos: a entressafra como oportunidade de qualificação
Além de ser um ótimo momento para colocar as manutenções em dia, a entressafra também é uma excelente oportunidade para investir na qualificação dos colaboradores. E, aqui, os fornecedores podem, mais uma vez, ser grandes parceiros. A PETRONAS Lubricants Internacional, por exemplo, ministra diversos cursos com os envolvidos nas rotinas de lubrificação, direta e indiretamente. Logo, os treinamentos englobam não apenas a equipe de manutenção, mas os colaboradores que interagem diariamente com as máquinas e os responsáveis pela compra dos insumos e setor financeiro.
Em entrevista ao Portal Inovação Industrial, o gerente de manutenção automotiva da Biosev, Carlos Scatena Filho, falou sobre a importância desse respaldo: “Como a nossa indústria é sazonal, demandamos muito treinamento e orientação na entressafra. Então, além do reconhecimento, do nome construído no mercado, o que a PETRONAS oferece casa perfeitamente com as nossas necessidades, que vão além da lubrificação”.
Como você pôde ver, a entressafra passa longe de ser um período inativo para o agronegócio. Ela é, na verdade, uma pausa necessária para que tudo seja ajustado e esteja pronto para a próxima safra. A manutenção dos equipamentos é um bom exemplo de como ela pode ser estratégica, uma vez que essa atenção se converte, facilmente, em produtividade e maior vida útil dos equipamentos utilizados no campo.
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