O cuidado com as máquinas e os equipamentos de uma empresa é fundamental para garantir um bom desempenho e a produtividade esperada. Nesse sentido, algumas rotinas básicas podem ser adotadas pelos operadores na linha de produção, não as deixando a cargo apenas dos técnicos.
Aí surge a chamada manutenção autônoma. Você já ouviu falar sobre ela?
Este post vai explicar melhor do que se trata, por que a manutenção autônoma pode ser vantajosa (ou não) e como ela pode ser implementada na sua empresa. Continue acompanhando para saber mais sobre o assunto!
O que é a manutenção autônoma?
Um dos 8 pilares do programa Total Productive Maintenance (TPM), esse processo tem como meta fornecer autonomia para que os operadores consigam adotar rotinas de inspeção, identificação e solução de pequenas anomalias ou falhas que podem surgir nas máquinas durante a produção.
Seus principais objetivos são:
- identificar e resolver problemas em estágio inicial;
- reduzir (ou eliminar) paradas de produção decorrentes de pequenos problemas;
- aumentar a disponibilidade de máquinas e equipamentos por meio de limpezas, correções, ajustes ou setups ágeis;
- melhorar o desempenho junto com a equipe responsável pela manutenção;
- promover a confiabilidade, a segurança e a qualidade dos equipamentos, processos e produtos.
Que vantagens ela oferece?
Entre as principais vantagens da adoção desse pilar do TPM podemos citar:
- a redução do índice de quebras ou de outras falhas nos equipamentos;
- a diminuição das ocorrências de parada na linha;
- a redução dos custos operacionais em decorrência da diminuição dos problemas;
- o aumento da produtividade.
Precisamos dizer, no entanto, que também existem algumas desvantagens relacionadas ao método, sendo uma delas a perda de produtividade do operador enquanto ele dedica seu tempo para cuidar do equipamento. Isso porque, apesar de ajudar a resolver muitas falhas, a manutenção autônoma contribui para a diminuição do indicador homem/hora.
E, como é de se imaginar, em uma planta grande, com mais colaboradores, o impacto é maior.
Como ela pode ser implementada?
A implementação da manutenção autônoma segue 7 passos simples. Falaremos sobre eles nos tópicos a seguir!
Etapa 1: limpeza inicial
Nessa fase, os operadores são orientados a desenvolver o senso de limpeza e a rotina de inspeção nos equipamentos pelos quais são responsáveis. Para isso, é preciso focar em algumas questões, como:
- aprendizado relacionado às funções da máquina;
- criação de um cronograma para as rotinas de limpeza;
- definição da realização de paradas para a solução de pequenas falhas;
- criação de um plano para a solução de falhas mais complexas;
- simplificação do local de trabalho com a eliminação de materiais desnecessários ou raramente usados.
Etapa 2: eliminação de fontes de sujeira e lugares de difícil acesso
Na segunda etapa, deve-se utilizar um controle visual para a identificação de defeitos e a deterioração forçada.
Etapa 3: criação de padrões de trabalho
Os operadores devem saber tomar decisões com base em suas próprias avaliações, entendendo qual é seu papel e criando padrões para a realização do trabalho.
Etapa 4: realização de uma inspeção geral no equipamento
É necessário fazer uma inspeção geral no exterior da máquina e providenciar as devidas correções. O objetivo aqui é aumentar a confiabilidade da inspeção feita pelos colaboradores e, consequentemente, dos equipamentos, a fim de minimizar a deterioração.
Etapa 5: definição das responsabilidades sobre os processos
É necessário definir as especificações e responsabilidades das inspeções, da manutenção e da operação. Tudo isso deve ser feito com base na criação de um manual de padrões de inspeção.
Etapa 6: manutenção autônoma sistêmica
O objetivo é padronizar e organizar o controle de manutenção. Para isso, deve-se:
- implementar um sistema de autogestão, a fim de melhorar o fluxo do trabalho;
- definir procedimentos claros para a manutenção da qualidade e da segurança;
- identificar a relação entre o equipamento e a qualidade.
Etapa 7: prática da gestão autônoma
Até aqui, todas as qualificações necessárias para o operador já foram atribuídas. Dessa forma, ele será capaz de trabalhar com autonomia. As atribuições envolvem:
- aplicação das habilidades adquiridas em todas as etapas anteriores;
- análise constante das informações sobre os equipamentos;
- padronização e implementação das melhorias, aumentando a vida útil das máquinas.
Como você pôde ver, as etapas que envolvem a implantação do programa de manutenção autônoma estão voltadas para a capacitação dos operadores em prol da prática da autogestão.
Vale ressaltar, porém, a importância da aplicação de treinamentos e a conscientização sobre o papel que cada um tem dentro do processo, bem como quais são as consequências de um trabalho não realizado conforme o esperado.
Afinal, é possível capacitar os operadores de máquinas?
Podemos dizer, portanto, que é sim possível capacitar os colaboradores, desde que eles recebam o devido treinamento, reconheçam a importância desse trabalho e contem com a padronização das rotinas a serem executadas.
Tudo isso funciona como um guia, ajudando a tomar decisões precisas e realizar os procedimentos corretamente.
Além do mais, a empresa precisa contar com o apoio de um profissional de manutenção (operador ou técnico), com domínio da área, para conduzir os treinamentos e destacar as oportunidades de atuação dos colaboradores do setor operacional.
O foco deve ser voltado para os 6 maiores motivos de perdas na produtividade:
- quebras e falhas nas máquinas e equipamentos;
- tempo necessário para a realização de ajustes e trocas de serviços;
- pequenas paradas;
- baixa velocidade das máquinas;
- retrabalhos e outros defeitos nos processos;
- perdas de materiais e produtos acabados.
Dessa forma, os operadores de produção passam a ter conhecimento e autonomia (daí vem o nome de manutenção autônoma) para executar tarefas simples, mas que antes eram realizadas apenas por equipes mais especializadas.
É assim que se reduz a incidência de pequenos problemas, direcionando a equipe técnica para questões mais elaboradas. Assim também é que se implementa a rotina de melhorias contínuas no chão de fábrica.
A capacitação dos operadores para a realização das manutenções autônomas é essencial para garantir o aumento do ciclo de vida das máquinas e dos equipamentos, além de evitar o risco de paradas de linha, o que prejudica o desempenho geral das operações.
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Boa tarde, tenho acompanhado as postagens e tenho aproveitado ao máximo todas as informações descritas, sempre trabalhei tentando implementar a Manutenção Autônoma, sei da sua importância e de seus benefícios quando aplicada de correta, parabéns.
Muito obrigado pelo interesse!