Lubrificação

Lubrificação centralizada: vale a pena sistematizar?

Muito usada na mineração, a lubrificação centralizada é um sistema que pode reduzir paradas do maquinário, otimizar o uso de lubrificantes e facilitar o trabalho de manutenção de diversos equipamentos na indústria.

Por incrível que pareça, mesmo oferecendo todos esses benefícios (e tantos outros, na verdade), algumas pessoas ainda têm certa resistência ao sistema de lubrificação centralizada. Normalmente, isso se deve ao pouco conhecimento que têm sobre seu funcionamento ou por acreditarem ser caro ou pouco confiável — meros boatos.

Para esclarecer suas dúvidas sobre o tema e aproveitar para explicar melhor os benefícios e principais usos da lubrificação centralizada, conversamos com Eliezer Vasconcelos de Abreu, engenheiro mecânico e technical advisor da PETRONAS. Confira o que descobrimos acompanhando os próximos tópicos!

O que é a lubrificação centralizada?

Também chamada de sistema de lubrificação automática, quando falamos em lubrificação centralizada estamos nos referindo a um equipamento especial que distribui lubrificantes de forma automatizada por diversos equipamentos. Com isso, a precisão da lubrificação é maior e as chances de excesso ou de insuficiência do produto são praticamente eliminadas.

A lubrificação centralizada também facilita a previsibilidade dos gastos com óleos e graxas, além de reduzir os recursos humanos empregados na manutenção do maquinário. “A lubrificação centralizada é recomendada em locais que podem colocar em risco a vida do lubrificador. É importante sempre que há a necessidade de disponibilidade maior de equipamentos”, explica Eliezer.

Por essa razão, a mineração é uma das áreas que mais utiliza a lubrificação centralizada. Afinal, além da baixa mobilidade de equipamentos como correia transportadora e retroescavadeira favorecerem a implementação do sistema, a operação em minas normalmente não para.

Com a lubrificação automática, não é preciso pausar os equipamentos para fazer a lubrificação.

Quais os principais benefícios da lubrificação centralizada?

O principal benefício trazido pela lubrificação centralizada é que o sistema permite o funcionamento contínuo dos equipamentos, sem paradas para lubrificar. Nesse caso, como diz Eliezer, “você não interrompe a atividade do equipamento para fazer a lubrificação. Já na lubrificação manual, provavelmente terá que parar o equipamento”.

Outra vantagem significativa aqui diz respeito à precisão na aplicação dos lubrificantes.

Como tudo é feito de maneira automatizada, o consumo é otimizado em níveis ideais, sem excessos ou desperdícios. A otimização do consumo de lubrificantes também ajuda o setor de compras, que consegue calcular com mais certeza a demanda de óleos e graxas para os equipamentos abastecidos pela lubrificação centralizada.

A efetividade do sistema também é um benefício importante, pois não existe a possibilidade que uma falha humana na rotina prejudique o funcionamento da máquina. “Você vai ter uma extensão na vida útil do equipamento, porque lubrifica de forma otimizada e tem a quantidade correta do lubrificante sempre no momento correto”, avalia Eliezer.

Com a redução do envolvimento humano na atividade, até os riscos de acidentes de trabalho são menores. Nesse cenário, a variável do erro humano na lubrificação é praticamente eliminada, o que garante um funcionamento melhor e mais previsível dos equipamentos. Como ninguém aplica manualmente o lubrificante, esse fator de risco também deixa de existir.

Vale ressaltar que a redução da necessidade de mão de obra para a lubrificação também impacta nas despesas da empresa. Sem precisar dedicar tantas horas da equipe de manutenção para essa tarefa, é possível deslocar os recursos humanos para outras responsabilidades. Mas atenção: é importante que exista sempre uma pessoa para configurar e acompanhar o funcionamento do próprio sistema de lubrificação centralizada!

Quais são as condições de implementação?

Não existe uma instrução geral para a implementação da lubrificação centralizada. Na maior parte das vezes, no entanto, ela é recomendada para todo maquinário que precise operar sem pausas, seja estacionário ou se mova muito pouco.

Geralmente, a lubrificação centralizada é feita com base em um projeto de implementação das demandas de cada empresa e dos seus equipamentos. “Acima de tudo, é importante avaliar o tipo de lubrificante que o equipamento pede para a lubrificação automática e para a manual”, alerta Eliezer.

Para a lubrificação manual, o fabricante do equipamento pode especificar um lubrificante menos viscoso. Já na lubrificação automática, o fabricante normalmente pede uma graxa um pouco mais fluida, já que ela terá que percorrer um trajeto maior na tubulação.

Geralmente, o próprio fabricante do equipamento especifica o lubrificante a ser utilizado, seja com a lubrificação manual ou com a lubrificação automática. Além disso, alguns equipamentos já contam com um sistema padronizado que simplifica a implementação da lubrificação centralizada. Isso é mais comum em setores como a mineração.

Que cuidados tomar com a lubrificação centralizada?

Apesar de reduzir a necessidade de trabalho braçal com a lubrificação de equipamentos, a implementação desse sistema não é razão para a dispensa do time de manutenção da empresa. Afinal de contas, é preciso contar com profissionais que dominem o tema para monitorar e configurar a lubrificação centralizada.

É necessário certificar o nível do reservatório, seja de óleo ou de graxa. Esse reservatório precisa estar sempre abastecido com o lubrificante correto e limpo, para evitar a contaminação do lubrificante. Os reservatórios precisam estar em perfeitas condições para que o lubrificante não seja contaminado”, aconselha Eliezer.

Além do mais, também é preciso que a manutenção dos equipamentos elétricos e eletrônicos estejam sempre em dia. A tubulação precisa estar bem identificada, de forma que todos entendam que por ali passa o lubrificante. Dessa forma, no caso de qualquer vazamento, a manutenção corretiva deve ser imediata.

Por fim, é recomendável analisar regularmente os pontos de lubrificação, pois, mesmo sendo um sistema automatizado, falhas ainda podem acontecer. “É sempre bom verificar se aquele ponto está sendo corretamente lubrificado, observando o consumo de rolamentos e mancais para avaliar se essa lubrificação está sendo eficiente”, recomenda Eliezer.

Como garantir a disponibilidade do equipamento?

Para o bom funcionamento da lubrificação centralizada, é essencial usar o lubrificante correto. “É preciso sempre ter o lubrificante especificado pelo fabricante do equipamento. É importante avaliar as condições de armazenagem desse lubrificante e evitar qualquer tipo de contaminação”, instrui Eliezer.

Os sistemas de lubrificação centralizadas têm um direcionamento bem menor que a lubrificação manual. Então, se é utilizado um lubrificante com uma viscosidade incorreta ou uma graxa com uma consistência inadequada, isso pode ser extremamente prejudicial para o equipamento.

Se a gestão de insumo não for feita corretamente, a lubrificação centralizada pode se tornar um problema.

Agora que você já sabe como funciona a lubrificação centralizada e quando vale a pena investir nesse modelo, que tal entrar em contato com a PETRONAS para garantir a disponibilidade de lubrificantes a fim de alimentar adequadamente o sistema da sua indústria?

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