O conceito de Floresta 4.0 está intimamente ligado ao da Indústria 4.0. Ambos são caracterizados pela inovação e automação nos processos do dia a dia. Antes do surgimento desse conceito, as atividades de colheita florestal eram mais desgastantes, inseguras e sem conforto para os trabalhadores. Como exemplos, podemos citar a derrubada de árvores com serras e motosserras, o contato direto com materiais cortantes, transporte das toras, dentre outros.
De acordo com o Portal da Indústria, o Brasil possui uma vasta cobertura florestal, sendo a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas da Rússia. Assim, esse setor não poderia ficar atrás e inovar foi preciso. Cada vez mais conectado e com acesso a qualquer tipo de dados, ele tem sido um protagonista e pioneiro na adoção de tecnologia, como o uso de drones e Internet das Coisas.
Dessa forma, neste artigo, falaremos um pouco sobre a Floresta 4.0 e como o setor de papel e celulose vem se modernizando. Continue a leitura e confira!
Floresta 4.0: conheça um pouco mais esse conceito
A Floresta 4.0, floresta digital, floresta inteligente, entre outros nomes, é caracterizada pelo uso de tecnologias digitais nas tarefas. Isso com o objetivo de otimizar a gestão, produtividade e segurança dos processos. É um conceito que está sendo construído rapidamente e que está sendo aplicado aos processos de gestão. Nisso também inclui a manutenção e operação nas atividades de colheita e silvicultura, assim como o uso de novas tecnologias para acompanhamento dos ativos florestais na produção de madeira para celulose e papel.
Ela tem permitido a arrecadação de inúmeras informações relacionadas às florestas. Essas que antes não eram analisadas e que, agora, tomam corpo e trazem outra visão para a tomada de decisões, de forma mais rápida e efetiva.
A informatização operacional que a Floresta 4.0 propõe já é uma realidade em grande parte das atividades, desde a coleta de dados que citados, até produtividade dos trabalhadores. Para isso, as informações são recolhidas em dispositivos móveis, por meio de softwares específicos, que interfaceiam os dados e possibilitam uma visão dinâmica das operações.
Porém, a Floresta 4.0 não é apenas a revolução tecnológica, automação e conectividade, mas também uma mudança no modelo de negócios. Nessa nova realidade, a interação homem-máquina é muito frequente. Assim, ela parte da comunicação e integração de usuário e dispositivos. Inclusive, respostas no tempo certo e com a qualidade necessária, o que permite criar métodos para alcançar resultados efetivos.
- Para entender um pouco mais sobre essa revolução, leia também a entrevista que fizemos:CENIBRA discute Floresta 4.0 e fala da importância da PETRONAS como fornecedor estratégico de consumíveis.
Como o setor de papel e celulose está se modernizando
As etapas que compõem a produção florestal são a silvicultura, logística e indústria. Com a Floresta 4.0, elas podem ser monitoradas e aprimoradas. E isso é válido desde o uso de equipamentos e sensores na hora do plantio, até na colheita e caminhões de transporte, indo, por fim, até o processo de mudança industrial.
A etapa de transporte, por exemplo, tem um alto custo, porém é indispensável para a indústria florestal, pois é por ela que os materiais são enviados até as fábricas e dessas até os clientes. Assim, ter controle e gestão sobre essa metodologia é primordial. Atualmente, podemos contar com caminhões adaptados para o deslocamento da madeira, além de equipamentos específicos para a colheita e:
- análises via LiDAR (Light Detection And Ranging);
- softwarespara gestão e planejamento florestal;
- uso de imagem de satélites de alta resolução;
- simuladores virtuais de treinamento;
- drones adaptados para atividades;
- IoT (Internet das Coisas);
- e muito mais!
É importante mencionar que, nesse setor, uma das primeiras áreas a evoluírem foi a colheita. Isso porque começaram a ser usadas máquinas de alta tecnologia em automação, e que trouxeram grandes vantagens para o meio operacional. Uma delas foi o aumento da produtividade. Inclusive, esses equipamentos proporcionaram uma evolução tecnológica para todos os setores, como as plantadeiras automatizadas. Também aos equipamentos que realizam diversas tarefas silviculturais de forma simultânea e automática. Tudo isso contribui para a otimização da ergonomia das atividades e, claro, reduz custos.
Desafios do setor de papel e celulose
Apesar da Floresta 4.0, com suas tecnologias e inovações, ajudar bastante o setor de papel e celulose, este ainda encontra alguns desafios. Como é bastante complexo, porque envolve toda a área florestal e fabril, são vários equipamentos que trabalham ininterruptamente para poder atender a demanda.
A área florestal conta com máquinas como guindastes, carregadeiras, transportadora de lascas e descascador de madeira. Já as fábricas, com reator de oxigênio, bombas e cilindros. Assim, dá para ver que o maquinário é bem diversificado e que há uma necessidade de manutenção.
Afinal, desde a extração da madeira, até a prensa dos fardos de papel, os equipamentos são submetidos a processos muito agressivos. Então, a manutenção encontra desafios na erosão e abrasão ― resultante das partículas sólidas que ficam em contato contínuo com o metal ― e a corrosão. Esta é relacionada com os químicos utilizados em tarefas como o branqueamento de celulose.
Dessa forma, para a redução dos desgastes, precisa-se identificar a causa raiz da falha, fazendo um estudo tribológico dos fatores que a ocasionam. Com isso, será possível ter uma redução de custos.
Outro ponto que a manutenção precisa se atentar é quanto às altas temperaturas e o contato frequente com vapor ou água. Por isso, assim como em outros, o setor de papel e celulose precisa dispor de uma rotina de cuidados preditivos e preventivos.
Ainda, pode ser visto como um desafio para esse setor a gestão de tecnologia. Muitos grandes players utilizam softwares e sensores que avisam e detectam falhas, além de automatizar várias tarefas. Dessa maneira, há bastante coleta de dados que ajudam a tomar decisões de forma rápida e eficiente. E o acesso a essas informações ajuda os profissionais a intervirem nas falhas.
- Leia também:Manufatura 4.0: como parcerias tecnológicas estratégicas geram competitividade no setor de papel e celulose.
Agora você pôde compreender um pouco mais sobre a Floresta 4.0 e como o setor de papel e celulose vem modernizando seus processos. Aproveite e faça a leitura de outro material: Como diminuir custos na indústria de papel e celulose e aumentar produtividade? E para receber informações em primeira mão, inscreva-se em nosso canal no Telegram.