Não é novidade para os trabalhadores da mineração que os equipamentos precisam suportar condições extremas. Logo, a manutenção preventiva ou a preditiva se tornam fundamentais. A questão é que até essa atividade, que evita custos e aumenta a vida útil, pode ser um desafio nesse setor. Isso porque os locais remotos e de difícil acesso tornam mais lenta a chegada de peças ou de profissionais que realizam algum conserto ou reparo. Por isso, utilizar metodologias como a FMEA é uma forma de identificar os possíveis problemas e ter certa previsibilidade.
Neste conteúdo, explicaremos o que significa essa sigla, sua importância nas revisões de ativos da mineração e como aplicá-la. Veja mais!
Entenda o que é a FMEA e sua relevância no setor de mineração
Do inglês Failure Mode and Effect Analysis, a Análise de Modo e Efeitos da Falha (FMEA) teve sua origem há muitos anos devido a operações militares. Na época, o objetivo era compreender a fundo os erros que surgiam nos sistemas desse segmento.
Hoje, o propósito é semelhante. Essa técnica visa a identificar e avaliar problemas encontrados em produtos, sistemas, processos, serviços e softwares. Para que, então, possa otimizar e melhorar de acordo com o que foi encontrado.
Neste texto, focaremos na FMEA para os equipamentos de mineração. Como em qualquer segmento, sua aplicação evita paralisações na produção por conta de defeitos que podem ser previstos. Logo, também aumenta os lucros, melhora a qualidade da entrega final e a previsibilidade das manutenções. Sem contar, é claro, na diminuição de custos com consertos.
No tópico a seguir, mostraremos como colocá-la em prática. Confira!
Saiba como desenvolver uma análise FMEA
Tendo em mente a relevância da análise FMEA para a mineração, chega o momento de saber como aplicá-la na sua realidade. Leia os tópicos abaixo e siga-os em ordem para ter sucesso na atividade. Acompanhe!
1. Faça um diagnóstico
Assim como em inúmeras outras análises, o primeiro passo é ter uma visão holística dos processos da empresa. A ideia aqui é criar um diagnóstico e entender o estado de cada equipamento existente.
Faça perguntas como: o rendimento dele está correto? Tem alguma peça ou função prejudicada? A produção poderia ser mais ágil?
2. Identifique as falhas
Com a primeira etapa realizada, chega o momento de visualizá-la identificando as falhas que possam surgir. Seja nos fluxos de trabalho ou nos próprios ativos. Por exemplo, se há uma máquina que precisa de troca de óleo com muita frequência. O que está causando esse problema? Qual defeito maior pode aparecer devido a essa situação? Além disso, os trabalhadores têm dificuldade de executar alguma atividade específica? Verifique tudo aquilo que pode atrasar seus colaboradores e prejudicar o padrão do produto ou serviço.
3. Avalie os riscos de cada falha
Uma das principais vantagens da FMEA para a mineração é poder prever os riscos que as falhas encontradas podem gerar. Isso porque fica mais fácil criar planos de ação para eliminá-los e até para lidar com eles quando aparecerem. É na terceira fase que essa função deve ser realizada.
Com os contratempos listados, você precisa compreender quais os riscos que eles podem trazer. Dessa forma, avalie cada equipamento de maneira minuciosa e se pergunte: caso ele pare de funcionar, quais são os impactos para o meu negócio? E para o fluxo de caixa ou para a fábrica?
Leia no blog: Estratégia de custos na mineração: como unir saving e performance na compra de lubrificantes?
4. Classifique os problemas por gravidade
Para compreender por completo essa etapa, pense em um hospital. Quando alguém chega com problema na emergência, os profissionais precisam classificar o seu nível. Afinal, uma dor leve terá menos prioridade do que um acidente grave. Por isso, é preciso ter critérios para medir e saber quem atender primeiro.
Em uma mineradora, o mesmo deve acontecer. Um defeito em uma máquina que não tem alta criticidade, deve ter menos preferência de resolução do que em outra que tem potencial de paralisar a produção.
Portanto, categorizar esses cenários por ordem de importância faz toda a diferença. Lembre-se de fazê-lo por ordem de frequência e urgência também. Dessa forma, você será mais eficiente nas manutenções. Depois, diminuirá os efeitos negativos que essas adversidades trazem para o faturamento.
5. Calcule o Nível de Priorização de Risco
A FMEA é uma análise qualitativa, mas traz dados que são transformados em quantitativos. Isso acontece por meio do cálculo do Nível de Priorização de Risco, o NPR. Basicamente, é uma maneira de colaborar com a etapa anterior, pois ajuda a relacionar as falhas de acordo com o seu peso para a companhia.
Na prática, quanto maior esse indicador, mais urgente é a correção do problema e, sem dúvidas, mais rápida deve ser sua solução. Para fazer a conta, você precisa multiplicar a gravidade (G), a probabilidade de ocorrência (O) e a probabilidade de detectar a falha (D). Assim, esse será o cálculo exato:
NPR = G x O x D
Quando falamos da gravidade, o número 10 indica a situação mais preocupante. Já na probabilidade de ocorrência, é ele quem diz que há mais chances de acontecer. Por fim, o último índice mostra as maiores possibilidades de encontrar falhas.
6. Crie um plano de ação
Com essa visão completa em mãos, você deve criar um plano de ação para agir de acordo com cada falha. O objetivo é impedir que elas se tornem realidade, diminuir a constância ou mesmo saber como lidar com maior agilidade quando ocorrerem.
Esse documento deve ser minucioso. Explique em detalhes o que precisa ser feito para ter eficácia e quem são os responsáveis por cada função.
7. Analise os resultados
Não há como saber se a FMEA na mineração está trazendo bons frutos se você não analisar o que vem sendo realizado. Por isso, crie atividades para avaliar os resultados das atividades em certos períodos de tempo. Pode ser mensal ou trimestral, por exemplo. Identifique aquilo que precisa de aperfeiçoamento, os principais desafios encontrados e o que deve se manter porque teve excelente performance.
Agora, que tal conhecer quais são as tecnologias que estão chegando no setor de mineração? É só conferir esse outro conteúdo em nosso blog. Até a próxima!