A crise mundial na saúde com a pandemia de Covid-19 ainda não acabou e todos os setores da indústria já sentem seus reflexos. Mesmo assim, cientes do seu papel na sociedade, diversas federações, sindicatos e associações industriais e empresas privadas têm se unido ao poder público em busca de medidas que visam a conter o avanço do vírus.
Embora cada estado tenha determinado suas próprias ações para o funcionamento das indústrias, é consenso que as atividades administrativas devem ser exercidas em regime de home office. Mas o que fazer com os colaboradores que precisam estar, diariamente, no chão de fábrica? Manter a produtividade, mesmo em momentos de crise profunda como a que vivemos, é possível por meio de medidas implementadas por líderes e gestores.
Vale relembrar que, mesmo antes da primeira confirmação de Covid-19 no Brasil, a indústria brasileira já vinha em uma conjuntura de recessão. O levantamento da Fundação Getúlio Vargas, Sondagem da Indústria, já mostrava que mesmo no fim do ano passado, o cenário era nebuloso para o crescimento do setor.
Fatores como as altas cargas tributárias, boom do desemprego e um ambiente de incertezas que breca investimentos, fizeram com que a Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) brasileira chegasse a apenas 75% na transição de novembro para dezembro de 2019. A última vez que esse índice passou dos 80% foi em 2014. Isso significa que a ociosidade dos equipamentos fabris é grande.
No artigo de hoje, você vai encontrar uma série de dicas que irão ajudar a manter a produtividade e atravessar este momento de crise e outros que podem surgir. Acompanhe.
Como manter a produtividade em meio à crise mundial
Neste momento, líderes, gestores e diretores devem agir com calma sobre as decisões e com rapidez na implementação de ações. Todas as medidas adotadas, além de auxiliar a manter a produtividade durante a crise mundial, podem ser essenciais para a retomada do crescimento assim que a situação normalizar.
Conheça algumas práticas que podem ajudar a indústria brasileira a passar pela crise mundial.
Pense suas ações como uma forma de posicionamento
Todas as medidas adotadas em horas de incerteza devem ser encaradas como um posicionamento oficial. Uma resposta rápida, que considere a saúde do trabalhador a prioridade número 1, e uma postura transparente com todos os envolvidos no negócio, desde fornecedores até os clientes finais, pode ser fundamental para reduzir os impactos da crise mundial.
Empresas de todo o mundo estão colocando em prática seus planos de contingência, adaptando-os ao momento ou mesmo elaborando-os emergencialmente.
Organize um comitê de gerenciamento de crise
É de suma importância que existam profissionais dedicados exclusivamente ao gerenciamento da crise. E são várias as áreas que devem estar diretamente ligadas a esse trabalho, uma vez que a pandemia da Covid-19 pode afetar todos os setores de uma empresa.
No comitê, devem estar envolvidos profissionais das áreas de relações públicas, jurídica e operacional. Mesmo que, comumente, trabalhem isolados, em momentos de crise, é fundamental a cooperação entre eles. Essa união é imprescindível para respostas claras e rápidas e é preciso que tenham autonomia para estabelecer ações e demandas prioritárias.
Reforce sua comunicação interna
Em meio a um cenário de informações desencontradas e muitas perguntas sem respostas, é preciso que a indústria se comunique de forma clara com quem a ajuda a atravessar a crise. Deixe os colaboradores a par de todas as medidas adotadas e explique o que as motiva. Além de engajar os trabalhadores nas questões, essa postura torna a empresa uma fonte confiável.
Reforce junto aos trabalhadores as ações para a segurança das operações e repasse a eles informações seguras e dados concretos. É preciso que o comitê de crise estabeleça quais medidas de atendimento médico devem ser tomadas para atender os colaboradores e se assegure de que todos estão em conformidade às exigências sanitárias. As campanhas de orientação e esclarecimentos devem ser prioridade.
Colete dados sobre a crise
Uma única certeza existe sobre a crise mundial que acontece agora: ela não será a última. Com cada vez mais tensões na política externa, como a que derrubou o preço do barril de petróleo no começo de março, e também instabilidades econômicas em vários países, é possível que a indústria brasileira precise lidar com novas tensões, em breve. Ter uma coleta de dados criteriosa e confiável pode ajudar a se preparar para o futuro.
São as informações coletadas que devem servir de guia para a gestão da crise, jamais deixando que “achismos” guiem as ações. Tê-los em mãos ajudam a visualizar diferentes cenários, tanto a curto, quanto médio e longo prazo.
Esteja atento às medidas do setor industrial
Além de agir internamente, é fundamental que todos os setores da indústria atuem juntos em busca de soluções. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), enviou recentemente ao Congresso Nacional um conjunto de 37 propostas que visam a atenuar o impacto da crise. As medidas englobam a área de tributação, financiamento, legislação trabalhista, política monetária e normas regulatórias que interessam a todas as indústrias brasileiras.
É preciso que o setor industrial esteja próximo e unido em busca de melhores condições de enfrentamento junto ao governo federal. Com a diminuição do consumo decorrente do isolamento social, a crise econômica é uma realidade latente e precisa ser pensada desde já.
Mesmo que o ambiente seja de incertezas, é preciso encarar a crise mundial de frente. A indústria precisa amadurecer para a gestão de crises e fazer desta uma oportunidade de estruturar melhor seus planos de contingência. Com ações rápidas e embasadas por informações sérias e concretas, é possível manter a produtividade e ter uma retomada mais acentuada nos próximos meses.
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