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Queda do preço do barril de petróleo impacta o mercado de lubrificantes

O preço do petróleo é bastante dependente de uma série de fatores, assim, tanto as altas, quanto as baixas, são sensíveis a variações econômicas e de política externa. Em um momento de pandemia, não seria diferente: o avanço global do coronavírus foi um acontecimento que mexeu profundamente com a dinâmica mundial. E foi um dos agentes que contribuíram para a queda do barril de petróleo que, no dia 06 de março já havia caído 10%.

A chegada da crise na saúde mundial já trazia um clima de insegurança entre os investidores. Mas a grande responsável pela derrubada no valor foi a guerra comercial travada entre Arábia Saudita e Rússia, dois dos maiores produtores do commodity. No dia 09 de março, então, o mundo viu o resultado dessa tensão: o petróleo registrou uma baixa que não se via desde a Guerra do Golfo e os barris passaram a ser negociados a preços abaixo dos US$30.

Para entender melhor o que levou à queda do barril de petróleo e quais os impactos no mercado de lubrificantes, continue a leitura e saiba melhor.

Queda do barril de petróleo: o que explica?

A Arábia Saudita tem uma posição de destaque quando o assunto é a exportação de petróleo: além de ser o maior vendedor do mundo, o país tem uma capacidade de produção próxima aos 12 milhões de barris por dia. O preço de extração também é difícil de concorrer: apenas US$2,80 por barril. Isso dá a ele uma posição confortável, que lhe permite aumentar ou reduzir a produção com facilidade. 

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a qual o país preside informalmente, já vinha, desde o início de 2020, monitorando os preços e produção, tendo em vista o avanço da Covid-19 e a diminuição da demanda. A entidade buscava junto aos países parceiros, então, a redução na produção. Desta forma, o preço do commodity estabilizaria e não haveria excesso de oferta do mercado.

Entretanto, a Arábia Saudita condicionou o corte na produção à colaboração da Rússia que, mesmo não sendo parte da Opep, era uma forte aliada do grupo. O acordo não foi aceito pelo terceiro maior produtor de petróleo do mundo, e a negativa causou a reação saudita. Foi quando os sauditas anunciaram medidas que vão à contramão do que foi inicialmente proposto: o aumento da produção e a redução dos preços, oferecendo descontos de até 20% no petróleo bruto.

Os impactos da decisão saudita

Com o tombo nos preços, os mercados globais ficaram ainda mais tensos. Afinal, em meio à instabilidade gerada pela pandemia, o baixo preço do barril pode provocar grandes estragos em economias do mundo todo. Assim, a resposta dos mercados financeiros foi rápida: já no dia 9, o petróleo do tipo Brent sofreu queda de 30% na abertura do mercado asiático e, poucos segundos após o início das operações, o valor de US$45 chegou a US$31,52.

A queda do barril de petróleo, além das desvalorizações de ações de empresas petroleiras, traz outra grave consequência: a fuga de investidores. Com um cenário marcado por incertezas, é natural que se busque soluções de investimento mais seguras, deixando de lado empresas que são diretamente afetadas por essa baixa.

Como essa queda impacta o mercado de lubrificantes?

A resposta é simples: ainda não se sabe quais os efeitos que a queda do barril terá sobre os produtos derivados desse insumo, inclusive os lubrificantes. Toda previsão deve ser encarada com cuidado, uma vez que não é apenas o preço do barril que impacta no custo final ao consumidor.

Dois fatores tornam o cenário imprevisível: o avanço do coronavírus e o entendimento entre a Arábia Saudita e a Rússia. O primeiro fez com que a Opep diminuísse a projeção da demanda de petróleo de 990 mil barris/dia para 920. Ainda de acordo com a entidade, as expectativas podem ser ainda menores, a depender do avanço da Covid-19.

No que tange às relações entre os dois países, os especialistas apontam que um acordo seja possível, uma vez que manter o preço baixo não é atrativo para ninguém. Entretanto, vale ressaltar que a Rússia já anunciou ter reservas que possibilitem manter o valor do barril entre US$25 e US$30 o barril por um período de 6 a 10 anos. A Arábia Saudita também tem reservas significativas, embora menores que as russas, e o baixo custo da extração do commodity lhe garante margens confortáveis.

As expectativas neste momento

O clima segue tenso e a queda de braço entre os países não parece perto do fim. Mesmo com o governo russo não descartando negociações com a Opep, nenhuma reunião ainda foi marcada para discutir o assunto. Então, toda conclusão a respeito do futuro deste impasse ainda é bastante prematura.

Mesmo que o melhor cenário ocorra e haja acordo entre a Rússia e a Arábia Saudita, além da contenção da Covid-19, é preciso considerar o panorama pós-pandemia. A recuperação da economia mundial ainda é uma incógnita e poucos se arriscam a prever quanto tempo levará para que volte ao normal ― como os estragos ainda não podem ser contabilizados, é difícil saber como será a retomada.

Por ora, resta acompanhar o desenrolar das negociações envolvendo a Opep, a Arábia Saudita e a Rússia e também a evolução da crise na saúde mundial. Embora seja difícil ― e até desaconselhável ― fazer previsões sobre os impactos da queda do barril do petróleo no mercado de lubrificantes, é bom lembrar que um cenário de preços baixos não traz benefícios a nenhum dos envolvidos.

Assim, espera-se que o entrave envolvendo esses países seja resolvido em pouco tempo. Quanto ao coronavírus, resta torcer para que seus impactos consigam ser minimizados o quanto antes.

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