Água, contaminantes sólidos e a degradação do óleo são algumas causas da formação de espuma no lubrificante. Isso apenas para citar as principais! Em certas indústrias, esse fenômeno é até esperado, mas, mesmo assim, deve ser monitorado de perto para não exceder os parâmetros determinados. Caso contrário, uma série de consequências danosas ao equipamento podem ocorrer. A primeira delas é a inutilização do fluido, que já não consegue mais trocar o calor da máquina com o ambiente e eleva a temperatura operacional.
Entretanto, outros problemas surgirão caso a espuma no lubrificante não seja eliminada. E é sobre eles, e também acerca das razões mais prováveis para o seu aparecimento, que falaremos neste artigo. Acompanhe e entenda mais.
Espuma no lubrificante: afinal, o que pode causar esse problema?
A espuma no lubrificante nada mais é que a formação de bolhas de ar na superfície do fluido. Dependendo do caso, ela pode até mesmo vazar pelo equipamento por meio de varetas de nível e respiradouros.
São muitos os motivos que levam à formação de espuma no lubrificante. Além dos citados no início, a própria agitação do óleo durante a circulação já possibilita a entrada de ar no fluido. Vazamentos, cavitação da bomba e baixos níveis do reservatório também são apontados como fatores responsáveis por esse problema.
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Acontece que, para encontrar a melhor solução, a causa raiz deve ser investigada. Para isso, deve ser conduzida uma análise laboratorial, onde serão feitos ensaios de tendência de formação e de estabilização de espuma ― esses ensaios são descritos na norma ASTM D982. Ainda é necessário investigar possíveis contaminações, como a cruzada, por água, por particulados sólidos ou graxa.
A formação de espuma no lubrificante reduz a eficácia da lubrificação, aumenta o desgaste e pode causar danos aos componentes do sistema. Portanto, é importante monitorar a formação de espuma e adotar medidas corretivas. Entre as principais, destacam-se a troca do fluido, o uso de aditivos antiespumantes adicionais ou a melhoria do sistema de lubrificação.
Como evitar a espuma no lubrificante?
Cuidado redobrado com a contaminação cruzada
Misturar tipos diferentes de lubrificante em um mesmo sistema é bastante prejudicial. Por isso, a melhor forma de evitar esse problema é com a identificação correta dos tambores de óleo e, também, dos equipamentos. Os QR Codes são ótimos aliados para garantir a aplicação correta. Isso porque, no momento do abastecimento, já existem tecnologias que verificam o código do equipamento e reconhecem o que foi lido no tanque. Caso não haja similaridade entre eles, a operação é interrompida.
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Atenção com a aplicação de graxas
As graxas industriais, quando em contato com lubrificantes, tornam-se contaminantes. Dessa forma, o momento da relubrificação deve ser feito com atenção, uma vez que o excesso de graxa pode fazer com que ele vaze e tenha acesso ao óleo. Além disso, a reaplicação em volume maior que o recomendado aumenta a temperatura operacional. E, diferentemente dos lubrificantes, a graxa não troca o calor do equipamento com o ambiente. Assim, ela se degrada, ocorrendo a separação entre o óleo e o espessante presentes na fórmula. Quando isso acontece, o último endurece e obstrui a entrada de graxa na pista do rolamento. Ou seja, mesmo o excesso de graxa pode levar à lubrificação insuficiente.
Respeitar o intervalo de troca do lubrificante
Com o passar do tempo, é natural que o lubrificante oxide, sendo necessária a substituição. Quando isso demora muito para acontecer, o maquinário fica exposto a uma película protetora ineficiente, bem como aos mecanismos de desgaste que o pacote de aditivos visa combater. O agente antiespumante é um ótimo exemplo. Caso o intervalo de troca não seja respeitado, ele perde suas propriedades e, assim, não consegue mais combater a formação.
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Verificação do nível de lubrificante e monitoramento
Assim como os baixos níveis do reservatório dão início à espuma no lubrificante, aqueles muito altos agitam o lubrificante e promove a formação de espuma. Portanto, certifique-se de que a quantidade de fluido é adequada para evitar faltas ou excessos. Também é recomendado implementar um programa de monitoramento para acompanhar a formação de espuma no lubrificante. Isso pode incluir análises laboratoriais, inspeção visual ou a utilização de sensores de detecção.
Contaminação: como ela adentra os sistemas de lubrificação?
Os contaminantes, como você viu, podem ser muitos. Alguns são inerentes à atividade, como a poeira presente na mineração ou agricultura. Entretanto, outros resultam da manipulação equivocada dos tambores de lubrificante ou da imperícia dos profissionais durante uma substituição.
O local onde os lubrificantes ficam guardados precisa ser rigorosamente inspecionado, uma vez que luminosidade, calor excessivo e umidade degradam o óleo. Baldes, tambores e demais recipientes de acondicionamento devem ser armazenados em lugares limpos e secos, previamente designados. Os tampões devem estar bem firmes e, se guardados na posição vertical, os tambores precisam ser fechados devidamente.
Ainda existem aqueles contaminantes que são gerados internamente, a exemplo da oxidação e degradação térmica, que, ao longo do tempo, transformam-se em contaminantes. Por isso, é muito importante realizar o controle de contaminação, mesmo que nenhum método seja 100% garantido. Esse processo é dividido em exclusão e remoção.
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