Manutenção Industrial

Inspeção geral do equipamento: entenda a importância dessa prática

A inspeção geral do equipamento é uma das fases integrantes da manutenção autônoma. Seu principal objetivo é mostrar para os operadores a importância de realizar adequadamente a limpeza e o controle das máquinas.

Elaboramos este conteúdo para explicar do que se trata essa atividade, por que ela é tão importante, quais são os riscos de não realizá-la com a frequência ideal e como exatamente ela deve ser executada. Confira!

Por que a inspeção geral do equipamento é importante para as empresas?

Com um bom plano e uma execução adequada, a inspeção geral do equipamento contribui para o sucesso das operações e da manutenção como um todo. Isso é especialmente importante para empresas que atuam mais com a rotina corretiva, com equipes reativas que esperam o problema acontecer para agir.

Entre os principais objetivos dessa atividade estão:

  • aumentar a confiabilidade dos equipamentos por meio da inspeção e eliminação da deterioração forçada;
  • introduzir controles visuais voltados para a identificação de componentes, características e qualquer outra informação a respeito do equipamento;
  • viabilizar a inspeção de qualidade por parte de qualquer colaborador;
  • fazer com que os profissionais conheçam a estrutura e as partes do equipamento;
  • adotar o tratamento de anomalias por meio de boas práticas e realização de trocas e reparos de peças;
  • desenvolver a liderança;
  • treinar os colaboradores para que eles compreendam a utilidade das informações coletadas na inspeção.

Qual o momento ideal para a realização da inspeção geral?

Para algumas atividades, como a limpeza e o aperto de porcas e parafusos, o ideal é que seja feita uma checklist diária. Nesse cenário, os operadores se organizam para realizar tais inspeções em algum momento do dia — geralmente no início do expediente.

Como em alguns casos as verificações só podem ser feitas com os itens parados, a recomendação é que elas sejam realizadas naqueles momentos em que a demanda está baixa ou em que as operações ainda não se iniciaram.

Por outro lado, existem situações que dependem dos equipamentos estarem em funcionamento, como no caso da verificação de ruídos e da temperatura. Nesse contexto, a inspeção deve ser feita com a operação em andamento.

Lembrando que o ideal é que, em todas as verificações, as informações levantadas sejam devidamente documentadas (principalmente as irregularidades) e repassadas para a equipe de manutenção. Com base nisso, é possível criar um planejamento e uma programação de reparos a fim de corrigir as falhas identificadas.

É importante destacar que a periodicidade ideal para cada inspeção é um critério que precisa ser definido junto à equipe de manutenção, que, por já ter conhecimento a respeito das rotinas, saberá indicar a frequência certa.

Quais são os principais riscos de não realizá-la periodicamente?

A não realização das inspeções no tempo certo permite que falhas que necessitariam de correções simples passem despercebidas, transformando-se em problemas maiores ao longo do tempo. A simples perda de um parafuso, por exemplo, pode afetar seriamente o desempenho de um equipamento.

Além disso, podemos citar ainda outras consequências da negligência na realização de inspeções periódicas:

  • comprometimento da segurança do operador, colocando-o em risco;
  • perda na qualidade dos produtos;
  • rupturas e danos de dispositivos, ferramentas e moldes;
  • mau funcionamento dos equipamentos decorrentes de mau contato elétrico e outros problemas;
  • vazamentos, derramamentos e outros tipos de perda.​

Tudo isso demanda a realização de uma manutenção corretiva, normalmente bem mais demorada e cara. Tem-se assim um aumento no tempo de parada de produção, além de uma elevação considerável dos custos operacionais.

Como a inspeção geral do equipamento deve ser feita?

Podemos citar entre as principais atividades ligadas à inspeção geral do equipamento:

  • fornecer treinamento aos operadores com base nos manuais dos equipamentos;
  • ampliar a quantidade e a qualidade das inspeções e limpezas realizadas;
  • manter os componentes e o equipamento em condições ideais de operação;
  • identificar formas de facilitar a inspeção e a limpeza por meio de controles visuais.

Veja a partir de agora alguns pontos que devem ser observados!

Sistemas de ar comprimido

Esse tipo de inspeção ajuda a evitar a ocorrência de falhas em sistemas pneumáticos que acabam levando a paradas não programadas. Além disso, também evita o aumento do custo com energia elétrica decorrente do vazamento de ar comprimido.

Sistemas de lubrificação

Nesses casos, vale a pena verificar conexões, mangueiras, tubulações, filtros, possíveis vazamentos, entre outras falhas que podem causar desgaste prematuro de componentes.

Sistemas hidráulicos

Aqui, o ideal é fazer inspeções em tubulações, cilindros, sinalizadores do nível de óleo, saturação dos filtros, blocos de válvulas e medidores de pressão, entre outros. Deve-se procurar por desgastes, excesso de aquecimento, vazamentos e outros problemas que podem comprometer a eficiência e o desempenho do equipamento.

Sistemas de transmissão

Entre os itens que precisam ser verificados nesse sistema estão:

  • as transmissões por corrente: estado das correntes, tensionamento, alinhamento, engrenagens, funcionamento do sistema de lubrificação, peças de transmissão;
  • as transmissões por correias: estado das correias, tensionamento, verificação do estado das polias.

Painéis elétricos

Durante a inspeção desse componente, é necessário realizar uma boa limpeza, bem como verificar as conexões dos componentes, o posicionamento dos cabos e eventuais necessidades de reaperto.

Uma das grandes responsabilidades nessa inspeção está ligada à verificação da vedação das portas dos painéis, que podem levar a contaminações. Entretanto, vale ressaltar que essa inspeção não descarta a necessidade de trabalhos como a termografia.

Dispositivos de segurança

Nesse caso, o objetivo é assegurar a integridade dos operadores e da equipe responsável pela manutenção. A análise é bem objetiva em relação ao funcionamento adequado dos componentes e o diagnóstico é simples: sim ou não.

Caso seja identificado que o item não funciona corretamente, deve-se realizar uma intervenção imediata, visto que a segurança e a integridade física dos colaboradores está em jogo.

O funcionamento adequado desses dispositivos é o que vai ajudar a garantir a interrupção do processo ou a emissão de sinais de alerta para os profissionais. Por isso, essa rotina é tão importante.

A inspeção geral do equipamento é uma das etapas mais importantes da manutenção autônoma, visto que está ligada ao funcionamento adequado dos itens e à segurança das equipes de trabalho — tanto do chão de fábrica como dos responsáveis pela realização de manutenções.

Gostou deste post? Então aproveite para saber quais são os principais documentos de um plano de manutenção industrial!

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1 Comment

  1. […] ambos os casos, o problema poderia ser facilmente evitado, bastando que se realizasse uma inspeção geral do equipamento, certificando que todas as etapas foram respeitadas e que o maquinário não apresentava […]

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