Manutenção Industrial

Mínima Quantidade de Lubrificação (MQL): como diminuir o uso de fluido garantindo a performance?

Capaz de otimizar o uso de lubrificantes em processos metalúrgicos, a técnica da Mínima Quantidade de Lubrificação (MQL) é uma solução cada vez mais adotada para garantir a boa performance de equipamentos com economia de custos.

Tradicionalmente, são muitos os processos na indústria que demandam uma larga quantidade de lubrificantes e água não só para reduzir o desgaste das peças como também para resfriar os equipamentos — isso vale especialmente para operações de usinagem, em que a temperatura sobe rapidamente, podendo causar falhas e paradas.

Pensando em tudo isso, vamos explicar aqui o que exatamente é a MQL, quais as vantagens de usar uma quantidade mínima de lubrificantes e como isso pode ser aplicado na prática. Boa leitura!

Como a MQL realmente funciona?

A promoção de uma lubrificação eficiente dos equipamentos é um dos principais desafios para as operações da indústria metalúrgica. Para a usinagem, o uso de fluidos lubrificantes combinados com água é essencial a fim de evitar o desgaste prematuro e garantir a performance do equipamento.

O problema é que, além de representar um alto custo, o impacto ambiental dessa atividade é muito grande.

Além da dificuldade em descartar o lubrificante que já foi utilizado, o consumo de água é excessivo. E ainda que esse seja um recurso barato e abundante, é uma irresponsabilidade ecológica consumi-lo assim, em excesso.

Por essas razões, o processo tradicional de inundação, em que a peça é lubrificada com o encharcamento em água e líquido refrigerante, é visto com um vilão do orçamento do setor de manutenção. Contudo, a alternativa de usinagem a seco, mesmo que feita com técnicas e equipamentos voltados para esse fim, não costuma gerar resultados satisfatórios.

É nesse contexto que surge a Mínima Quantidade de Lubrificação (MQL), método de aplicação mais eficaz dos lubrificantes em processos na indústria.

Com a MQL, em vez de encharcar as peças em uma enorme quantidade de lubrificantes, o óleo é atomizado e aplicado por meio de um jato de ar comprimido diretamente no local ativo da ferramenta, ajudando na refrigeração. O lubrificante é totalmente consumido no processo, o que garante eficiência máxima no seu uso.

Usando apenas alguns mililitros de lubrificante (geralmente entre 10 e 100 mililitros por hora), a MQL proporciona uma economia bem expressiva. E a quantidade de água no processo também é muito menor, o que significa não só redução de custos na operação como minimização do impacto ecológico da atividade.

Esse método é muito preciso, mais sustentável e mais barato que o modelo por inundação, mas requer uma técnica bem mais refinada para ser aplicado com sucesso. É essencial, assim, investir na qualificação do time quando pensar em adotar a MQL.

Quais as vantagens de adotar a MQL?

A verdade é que não faltam boas razões para adotar a MQL em processos de usinagem da indústria. Naturalmente, a técnica não funciona em todo tipo de operação. No entanto, nas atividades em que ela pode ser utilizada, a recomendação é aderir ao modelo.

Talvez a principal justificativa aqui seja a redução de custos. Afinal, com a MQL, o gasto com lubrificantes é extremamente reduzido quando comparado com a alternativa tradicional de inundação.

Outra vantagem é que o processo é sempre alimentado com lubrificantes novos e limpos, o que elimina riscos de que pequenas partículas fiquem grudadas nas peças, causando danos e marcas.

Além do mais, as pequenas quantidades de lubrificante que ficam no cavaco podem ser recicladas com quase nenhum tratamento, o que economiza ainda mais água no processo.

A economia dos custos com a Mínima Quantidade de Lubrificante pode passar de 15%, segundo um estudo da Unesp que avalia resultados da técnica. Isso sem falar na redução do impacto ambiental, outro ponto positivo para esse método.

Além disso, a MQL ainda proporciona outras vantagens operacionais, como a redução nos tempos dos processos, já que a lubrificação acontece de forma simultânea à operação do equipamento e é possível usar avanços mais rápidos, pois o método é mais eficaz no resfriamento.

A lubrificação otimizada também aumenta a vida útil dos equipamentos, reduzindo a corrosão e o assoreamento. Fora que o risco de os operadores desenvolverem doenças de pele pelo contato com a substância lubrificante é praticamente eliminado.

Como migrar para o método?

Ao contrário do que muita gente pode pensar, migrar do processo tradicional para a MQL não é nada difícil. No entanto, assim como qualquer atividade na indústria, é preciso fazer um planejamento cuidadoso, ter conhecimento profissional e dispor das ferramentas corretas para dar certo.

O objetivo de um sistema MQL é entregar uma quantidade bem precisa de lubrificante no exato ponto em que ele é mais necessário. Para isso, é preciso, em primeiro lugar, ter o equipamento correto para pulverizar e controlar o volume de lubrificante utilizado.

Nas máquinas desenvolvidas para a MQL, isso é feito por meio de uma válvula de dosagem controlada por um sistema que permite a regulagem da lubricidade. Em uma fresagem, uma operação de superfície, relativamente pouco lubrificante é aplicado. Já em furações longas profundas, a quantidade necessária será relativamente maior.

Além da ferramenta correta, é importante contar com um time qualificado para operar o equipamento e selecionar as dosagens certas para cada operação. Esse cuidado também reduz ou até mesmo elimina a necessidade de limpezas constantes nas máquinas.

Por fim, é importante utilizar os insumos corretos para a MQL. Cada tipo de equipamento pode demandar um lubrificante diferente, dependendo da atividade realizada e do grau de exigência. Como não existe uma substância que funcione em todo tipo de situação, é preciso planejamento estratégico para aplicar apenas o produto correto na máquina.

A MQL é especialmente indicada para alguns tipos de operação na indústria, como torneamento, fresagem, alargamento, furação, corte por serra e qualquer atividade em que a lubrificação e a refrigeração são importantes para a performance, sendo possível conectar os acessórios ao sistema.

A Mínima Quantidade de Lubrificação protege trabalhadores e o meio ambiente, prolonga a duração de equipamentos e reduz gastos no orçamento. Adotar a MQL deve, portanto, ser prioridade em indústrias que buscam mais eficiência e sustentabilidade.

E agora que você já sabe o que é MQL e quais são as maiores vantagens da Mínima Quantidade de Lubrificação, aproveite para assinar nossa newsletter e ficar por dentro dos melhores conteúdos de manutenção e gestão industrial!

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1 Comment

  1. Recentemente postei um artigo desse no meu LinkedIn,baseado em nossas informações e dados dos nosso consumidores, muito bem elaborado, parabéns a vcs pelo artigo! Sucesso sempre!!!

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