O imprevisto faz parte da vida, mas no universo industrial, o acidente não pode existir. Por isso a legislação, a manutenção e a própria indústria evoluíram para buscar chegar ao ponto de garantir a segurança para seus trabalhadores, fornecedores e para a comunidade no seu entorno.
As estatísticas advertem que entre 2012 e 2019, a cada 49 segundos, um acidente de trabalho é registrado no Brasil. São acidentes de pequeno, médio ou grande porte, mas que criam um cenário de instabilidade para a indústria brasileira.
Acidentes comprometem vidas, atrasam produções, criam passivos trabalhistas e geram insegurança em toda a fábrica. Esse tipo de ocorrido, embora lamentável, leva toda a indústria a repensar sua forma de trabalho e suas avaliações de riscos.
Depois de grandes acidentes industriais, algumas medidas são tomadas por governos, muitas vezes por influência da sociedade, outras são elegidas pela própria indústria.
O que podemos aprender com tudo isso? Acompanhe nosso conteúdo para descobrir um pouco mais sobre as falhas em segurança industrial que abalaram o mundo e também para ver algumas dicas que ajudam a evitar grandes danos.
O que é segurança industrial?
Segurança industrial pressupõe um conjunto de medidas de segurança e também prevenção de acidentes de todos os tipos que são usadas no ambiente industrial para proteção da saúde dos trabalhadores.
Seu principal objetivo é minimizar qualquer possível ameaça de acidente ou desastre que coloque em perigo a indústria, seus trabalhadores, sua infraestrutura e o meio ambiente.
Em todo e qualquer plano de segurança industrial devem constar o que seriam os perigos e os riscos. Elementos esses que não podem ser confundidos. Denomina-se “perigo” aquilo que pode ser identificado. Ao passo que por “risco” entende-se a probabilidade do perigo tornar-se real.
Casos de falha de segurança industrial
Depois da revolução industrial, o mundo viu o desenvolvimento de muitas tecnologias, materiais e formas de produção que contribuíram para a vida da sociedade. O processo acelerado gerou também acidentes que tomaram imensas proporções. Dessas histórias são tiradas lições, que embora não consolem, ajudam a evitar novos acidentes.
Chernobyl
Foi numa madrugada de 25 de abril de 1986 que o maior acidente industrial da história aconteceu. Um teste mal conduzido da capacidade de um reator gerou uma explosão que até hoje mostra suas consequências para o planeta e os habitantes da região.
Depois do ocorrido, muitas regras de segurança na indústria da energia nuclear foram determinadas no mundo todo. São regras tão estritas que até 2011 a indústria nuclear era considerada uma das indústrias mais seguras para se trabalhar.
Era! Em 2011, houve uma grande explosão na usina de Fukushima no Japão, provocada pelos abalos vindos de um terremoto. Hoje em dia a indústria da energia nuclear segue buscando aprimorar sua segurança e reduzir seus impactos, mesmo diante de fenômenos naturais.
Brumadinho
Um dos maiores casos de acidente de trabalho já registrados no Brasil aconteceu em janeiro de 2019 quando as três barragens de rejeitos mantidas pela indústria mineradora da região se romperam.
Os danos, ainda em fase de cálculos, ultrapassam a esfera da indústria e de seus trabalhadores, atingindo também o meio ambiente, as pessoas do seu entorno e até a economia do país.
O acidente, sendo o segundo da mesma natureza em menos de 4 anos no Brasil, levanta muitos debates. As investigações, ainda não concluídas, levam a pensar que faltou auditoria e controle adequado, além de outras formas de armazenar e descartar os rejeitos.
Rana Plaza
Um acidente que mudou a forma como o mundo enxerga a indústria têxtil foi o do Rana Plaza, um prédio em condições precárias que abrigava fábricas de roupas e milhares de funcionários na periferia de Daca, em Bangladesh.
O prédio apresentava rachaduras e tremores e ainda assim, continuou sendo sede de fabricação têxtil até que em 24 de abril de 2013 desmoronou levando mais de 1000 vidas.
O ocorrido deu início a diversos questionamentos sobre a forma de produção insalubre de algumas indústrias e fez surgir o movimento Fashion Revolution que questionava as marcas sobre as condições de suas facções têxteis (como são chamadas).
Como garantir mais segurança na indústria?
Como visto, um erro pode custar muito caro. Por isso, em todos os discursos sobre segurança industrial se repete a máxima “prevenir é melhor que remediar”. Conhecer, bem e tecnicamente, o que se está fazendo, em que condições e as consequências de cada ação é fundamental.
Dados registrados até o ano de 2018, pelo Ministério Público do Trabalho, informam que as máquinas e os equipamentos têm sido os principais agentes causadores de acidentes. Os números chegam a 528.473 registros de acidentes e 2.058 mortes por esta razão, notificadas no Brasil nos últimos 7 anos.
Com isso, o país ainda perdeu mais de 14 milhões de reais por conta de afastamentos. Para evitar essas perdas, o governo edita leis sobre segurança industrial, realiza fiscalizações e apura responsabilidades.
Exemplos de normas brasileiras sobre segurança na indústria
Atualmente existem mais de 30 Normas Regulamentadoras (NRs) no Brasil para cuidar de assuntos que vão desde o trabalho insalubre até o trabalho em ambientes confinados. Nenhuma NR pode ser ignorada.
As normas indicam medidas como: sinalização, padronização de piso; uso de material adequado; uniforme adequado; atenção aos manuais de equipamentos; manuseio correto dos mesmos; até a atenção quanto ao uso de material inflamável perto de material combustível; restrição do acesso para pessoas sem conhecimento técnico em áreas de perigo; e outros. Por exemplo:
norma regulamentadora número 8
Estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem. Em seu artigo 8.2, dispõe que os locais de trabalho tenham as medidas de acordo com as posturas municipais e atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade.
Em outro ponto, exige que as partes externas, bem como todas as que separem unidades autônomas de uma edificação, ainda que não acompanhem sua estrutura, devem, obrigatoriamente, observar as normas técnicas oficiais relativas à:
- resistência ao fogo;
- isolamento térmico;
- isolamento e condicionamento acústico;
- resistência estrutural;
- impermeabilidade.
norma regulamentadora número 23
Cuida do que diz respeito à proteção contra incêndios. É a norma que orienta sobre local de trabalho e medidas que funcionários devem adotar para evitar incêndios. Em seu artigo 23.7.1, a norma dispõe que, tão cedo o fogo se manifeste, é preciso:
- acionar o sistema de alarme;
- chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros;
- desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do desligamento não envolver riscos adicionais;
- atacá-lo, o mais rapidamente possível, pelos meios adequados.
O que mais a indústria pode fazer para garantir maior segurança?
A partir das normas estabelecidas, a indústria conhece a base do que deve fazer para sua segurança. Mas não precisa se limitar a isso. Quando se trata de segurança industrial, todo cuidado é pouco. Cuidados com compliance, atualização do mapeamento de processos e o plano de lubrificação industrial podem ajudar a garantir um ambiente seguro para a indústria.
Na manutenção, além de atentar para as manutenções, principalmente as preventivas e preditivas, é válido considerar lubrificantes resistentes ao fogo. É possível encontrar produtos que auxiliem nesse aspecto, como é o caso do Hibrobak FR 46, um o fluido hidráulico que é resistente a temperaturas elevadas.
Como um lubrificante pode ajudar na segurança industrial?
“Em algumas situações, as seguradoras até oferecem desconto para a indústria que usa esse lubrificante”, conta Rafael Tavares, Assessor Técnico da PETRONAS. Segundo ele, “quando é utilizado um produto como o Hidrobak, que é resistente ao fogo, há mais segurança, pois ele evita a propagação de chama”.
Pontos em que exista a possibilidade de fontes de calor, alta pressão, possibilidade de vazamentos e/ou dificuldade de acesso podem criar condições para incêndio.
Nessa situação, o lubrificante pode evitar a difusão dos danos ao impedir a condução da chama. No caso do Hidrobak FR 46, que é um produto aprovado como Fire Resistente (Resistente ao fogo) junto à FMS, o empresário tem a garantia de que o lubrificante não dará condução para qualquer chama que eventualmente se forme.
Aliado a isso, também se reconhece como importante o mapeamento de processos. Isso para que a indústria tenha clara a distinção de responsabilidades, evite retrabalhos, encontre pontos de risco e realize ajustes na produção.
Evitar grandes danos e acidentes no ambiente industrial é uma tarefa contínua e uma responsabilidade de todos que fazem parte desse cenário. Dentre as principais obrigações, vimos que está o interesse em aprender técnicas seguras e entender os processos e suas consequências com clareza. Por isso, leia mais sobre manutenção com as referências dos nossos especialistas.