Não houve um único setor industrial que tenha saído ileso de 2020. Mesmo aqueles que exportaram e bateram recordes de faturamento, como alguns segmentos do agronegócio, sabem que o ano foi atípico e exigiu que decisões fossem tomadas de maneira quase que instantânea. Seja por conta da pandemia do novo coronavírus ou pelas instabilidades ocorridas nos cenários nacional e internacional, o fato é que 2021 ainda carregará muitos desses desafios.
Para entender as tendências e os obstáculos que aguardam a indústria neste ano, nada melhor que observar o que passou. O contexto obrigou muitos a se adaptarem, adotando tecnologias nos processos e se inserindo, às pressas, na revolução digital que ainda engatinhava no país. Mas, agora, é hora de entender que não há chance de retorno e essas mudanças vieram para ficar.
Embora a crise sanitária dê sinais de um fim próximo, os eventos de 2020 afetaram profundamente toda a indústria e os próximos meses ainda exigirão muita resiliência e adaptação da indústria. Por isso, elencamos, neste artigo, quais serão os desafios que 2021 trará para o setor. Acompanhe.
Os 4 principais desafios da indústria em 2021
Confira, agora, os desafios que 2021 apresenta para a indústria nacional.
1. Compromisso ambiental
Cada vez mais, os olhos do mundo estão voltados às questões ambientais. Tal cuidado tem, inclusive, sido o diferencial considerado por diversos países na hora de comprar commodities. Muitas iniciativas nesse sentido já foram postas em prática no ano passado, grande parte delas no agronegócio.
Mas o agro não está sozinho quando o assunto é sustentabilidade. A indústria cimenteira, por exemplo, ciente de ser um setor que emite índices alarmantes de produção de CO², já investe em iniciativas que minimizem esse impacto. A primeira delas, de 2018, é o chamado cimento verde, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Em 2020, a sustentabilidade voltou ao centro do debate no setor. O Mapa Tenológico do Cimento, desenvolvido pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e pela Associação Brasileira de Cimento Portland, apresenta diferentes alternativas para o mercado nacional a curto, médio e longo prazo.
Definitivamente, estar alinhado com as iniciativas promovidas é um quesito-chave para 2021. E, claro, ainda um desafio a ser enfrentado pela indústria.
2. Uso e aprimoramento de tecnologias
A Indústria 4.0 não é nenhuma novidade. Acontece que, embora já muito falada, ainda se mostrava timidamente no cenário nacional. Mas não teve jeito: em 2020, recorrer à tecnologia foi obrigatório. E isso aconteceu desde o chão de fábrica, que já recebia alguns investimentos em automação, até os níveis gerenciais, que viram no home office a única forma de seguir frente às restrições. Mesmo que a adaptação ao novo estilo tenha exigido algum esforço, é preciso encarar que a jornada remota ou híbrida será comum neste ano.
O grande desafio que se impõe à indústria é o aprimoramento das inovações disponíveis. O mercado tem se tornado cada vez mais competitivo, então, investimentos em tecnologias de captação de dados, que permitam a tomada rápida de decisões, devem ser prioridade. A manutenção dos ativos, em especial, tem ganhado muito reforço com a Indústria 4.0. Isso se deve ao fato de que manter o parque funcionando, sem interrupções e da forma como foi planejado é fator crucial para a competitividade.
3. Visão holística da planta industrial
Este desafio está intimamente ligado ao anterior. Até pouco tempo, as fábricas eram vistas como uma série de áreas distintas, trabalhando de forma quase que isolada. Mas a tecnologia mudou essa visão e mostrou aos gestores que tudo está interligado. As informações geradas pelo chão de fábrica podem sinalizar à manutenção que uma parada pode ser necessária. Este, por sua vez, consegue fácil acesso ao inventário do estoque que, em caso de falta do insumo requisitado, pode acionar o responsável pelas compras.
A agilidade que esse processo necessita só se alcança por meio dos softwares, sensores e outras automações que, quando inseridas no dia a dia industrial, garantem a interligação dos dados e setores.
4. Digitalização da cadeia de suprimentos
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a construção civil deverá registrar crescimento de 3,4% neste ano. Consequentemente, setores ligados a esse, como o do cimento, deverão ser puxados para a retomada. Entretanto, mesmo momentos de boas perspectivas exigem atenção. A pandemia evidenciou um grave problema na cadeia de abastecimento da indústria. Não foram raros os casos onde faltaram insumos ou, então, foi preciso recorrer a fornecedores fora da lista habitual de parceiros.
Digitalizar a cadeia de suprimentos é um dos quesitos básicos para se destacar em 2021. A partir disso, a avaliação dos fornecedores fica mais fácil de visualizar, é possível encontrar novas fontes de abastecimento e, claro, melhores negociações. A previsibilidade do estoque, também, é outro ponto positivo percebido depois da inserção da tecnologia no setor de suprimentos. Com as informações sendo compartilhadas, é possível manter as provisões na quantidade exata, evitando tanto o desabastecimento quanto a estocagem em excesso.
Como você pôde ler no início deste artigo, os grandes desafios de 2021, na verdade, já se mostraram no ano passado. Agora, é preciso aprimorar as transformações ocasionadas pelos eventos de 2020 e colocá-las no centro da gestão. Definitivamente, o mundo, e a indústria como um todo, não voltarão ao estágio “pré-pandemia” e aceitar esse fato faz parte de uma mudança poderosa de mentalidade. Agora que você já conheceu os desafios que 2021 reserva para a indústria, continue recebendo novidades do setor em primeira mão! Cadastre-se aqui para receber notícias e artigos diretamente no Telegram.