Há poucos anos, a indústria do cimento viveu um dos seus piores momentos. Entre 2015 e 2018, oito fábricas fecharam as portas. Em 2019, depois de cinco anos no vermelho, o segmento deu seu primeiro sinal de recuperação, com crescimento de tímidos 1,6%. E, diferente do que se pode pensar, durante a pandemia, iniciada em 2020, o setor manteve o bom desempenho, fechando dezembro com expansão de 16,6% no comparativo com o mesmo mês no ano anterior.
Entretanto, isso não amenizou a pressão por redução de custos. Afinal, a implementação de uma cimenteira pode levar até cinco anos para acontecer e muitos fatores externos contribuem para a volatilidade do mercado e, consequentemente, do lucro. Então, a busca por economia é primordial para manter as empresas competitivas.
Neste artigo, você encontrará alguns insights importantes que ajudarão a alcançar esse objetivo. Acompanhe.
Indústria do cimento: a lucratividade depende do saving
De fato, muitos custos envolvidos na indústria do cimento são externos, o que torna a gestão bastante delicada. Para se ter uma ideia, o modal rodoviário ainda é o mais utilizado na distribuição dos sacos de produto acabado. Dessa forma, o setor é bastante afetado por variações no preço do diesel e do frete. Quando enviado para as regiões norte e nordeste, as rotas incluem, também, o transporte hidroviário, o que acrescenta gastos e dificuldades logísticas. E, mesmo nessas regiões, os caminhões fazem parte da cadeia, transportando os lotes dos portos aos locais de revenda.
Outro ponto necessário, mas oneroso, para a indústria do cimento é em relação à energia. O Brasil consome, em média, 107 kW/h para produzir uma tonelada do produto, enquanto nos Estados Unidos, esse número sobe para 146 kW/h. Porém, mesmo com um cenário mais econômico, a energia ― junto aos combustíveis ― corresponde a 50% dos custos diretos envolvidos na fabricação.
Dessa forma, assim como acontece no agronegócio, a indústria do cimento tem o seu lucro atrelado, diretamente, à economia gerada durante a produção. E isso tem feito com que a pressão sobre os gestores, especialmente, os de suprimentos e manutenção, sintam cada vez mais a pressão pelo saving.
3 pontos de melhoria para aliviar a pressão pela redução de custos
Como você pôde perceber, muitos dos impactos nos cofres das cimenteiras estão fora da alçada dos gestores. Afinal, o preço dos combustíveis, da energia elétrica e os praticados pelo frete, definitivamente, não dependem das decisões tomadas internamente. Porém, é inegável que existem alguns fatores que podem ser contornados por meio de uma gestão eficiente. E é sobre eles que falaremos a seguir. Conheça 3 pontos de otimização que irão gerar saving e aliviar a pressão pela redução dos custos.
1. Processos de gestão automatizados
A cadeia de suprimentos foi bastante impactada na crise mundial de 2020 envolvendo a disseminação do novo coronavírus. Entretanto, é preciso pontuar que as empresas sentiram esse efeito de maneiras diferentes. Aquelas que já contavam com a digitalização e conectividade entre os parceiros de negócios puderam encontrar alternativas frente às restrições. Esse momento, sem dúvidas, foi o propulsor para que mais cimenteiras dessem atenção às inovações trazidas pela transformação digital.
Além do setor de suprimentos, outras áreas da empresa merecem receber atenção quanto à tecnologia empregada nos processos. Elas contribuem significativamente para a melhoria da gestão como um todo. Com a troca de informações em tempo real, as decisões são embasadas em dados concretos e de maneira ágil, sempre procurando eliminar os gargalos que geram custos.
2. Manutenção eficiente
A atividade cimenteira é agressiva para o maquinário, uma vez que a parte de extração do calcário em muito se assemelha à mineração. Ou seja, poeira, altas cargas e fatores ambientais fazem parte do dia a dia das fábricas. A má notícia é que esses mecanismos de desgaste são impossíveis de serem mitigados, mas, quando totalmente negligenciados, podem levar ao colapso dos ativos e a muitos custos inesperados. A quebra de um ativo ligado ao processo de moagem, por exemplo, pode interromper toda a planta e levar a atrasos nas entregas.
A parte industrial também é severa e exige atenção, embora os fatores causadores de danos sejam diferentes. Conhecê-los profundamente, tanto na etapa de extração quanto na industrial, é uma das tarefas mais importantes para os gestores da manutenção. A busca por insumos de qualidade superior, que estendam o período de trocas e garantam a performance dos ativos é uma das principais formas dessa área contribuir para o saving.
3. Negociações estratégicas
Mesmo que a implementação da tecnologia e digitalização da cadeia de suprimentos sejam as grandes lições que o pós-crise deixou para a indústria nacional, um fator muito mais humano também ganhou destaque: a importância de parceiros estratégicos. Eles podem acelerar o processo de inovação e ajudar os gestores a encontrarem pontos importantes de melhoria.
Os fornecedores de insumos são um ótimo exemplo. Além do bom relacionamento ser imprescindível para conseguir as melhores negociações quanto ao prazo e condições de pagamento, atuam juntos na busca por soluções que aumentem o saving financeiro.
Neste artigo, você pôde entender um pouco melhor sobre os pontos que podem ser otimizados para aliviar as pressões por redução de custos. Manter os gestores a par do cenário mundial e com acesso a dados que direcionem as ações são, sem dúvidas, atitudes imprescindíveis para alcançar a economia.
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