Estratégias de Custos

Custos de transporte de cargas: como economizar sem perder produtividade?

Para uma empresa do setor, os custos do transporte de cargas são uma preocupação constante. Mesmo que a demanda seja grande e o modal rodoviário movimente mais de 60% das mercadorias no Brasil, o segmento está em constante busca pelo saving. Como uma das principais despesas é referente ao preço do diesel, sobre o qual os gestores não têm controle, cabe a eles encontrar soluções internas, que garantam a economia.

Mas como conciliar essa demanda pela redução dos custos do transporte de cargas com a necessidade, cada vez maior, de produtividade? A boa notícia é que existem muitas opções de otimização. Para descobrir quais as mais viáveis, é preciso, antes de mais nada, realizar um levantamento das despesas fixas e das variáveis. Conhecê-las dará mais clareza sobre os pontos de economia e ajudará a traçar estratégias para reduzi-las.

Entretanto, alguns gargalos são comuns a todas as empresas. E é sobre eles que iremos tratar no artigo de hoje. Para isso, conversamos com o gerente comercial do setor de transportes da PETRONAS, André Luiz Povoa Inácio. Acompanhe!

Conheça os principais custos do transporte de cargas

É impossível falar em custos no transporte de cargas sem mencionar a participação dos derivados de petróleo nessa equação. Combustíveis e lubrificantes são os responsáveis por cerca de 30% do orçamento de uma transportadora e as oscilações do mercado têm sido motivo de preocupação dos gestores. Outros suprimentos imprescindíveis para as operações também pesam nos cofres. Um estudo de caso sobre a gestão dos insumos nesse segmento mostrou que os pneus representam uma despesa variável de cerca de 8% do total gasto.

Ainda, a segurança das estradas e rodovias é um ponto de atenção. Mesmo que em 2020 tenha havido uma redução de 23% no número de ocorrências de roubo de carga, ainda assim, 14.159 caminhoneiros sofreram com a ação de bandidos. Somados, os prejuízos totalizam R$ 1,2 bilhão, segundo a Confederação Nacional do Transporte. Relacionado a isso, entram, aqui, um custo fixo e outro variável: o seguro dos veículos e o risco de furto.

É claro que cada empresa tem suas necessidades e particularidades, mas, de maneira geral, os custos fixos e variáveis mais significativos são:

  • fixos: aluguel, impostos da frota e do imóvel, folha de pagamento, seguros, mensalidades de softwaresou rastreadores;
  • variáveis: combustível, manutenções, compra e reforma de pneus, horas extras, treinamentos.

O foco deve estar em gerar economia sem colocar em xeque a segurança e a produtividade dos colaboradores. Sendo assim, tentar alcançar o saving por meio dos custos fixos não é uma boa ideia. Claro, revisões de contratos ajudam a rever e renegociar alguns serviços, mas dispensar o monitoramento dos caminhões, por exemplo, pode resultar em um prejuízo muito maior.

Suprimentos e manutenção: áreas-chave na redução de custos do transporte de cargas

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), os caminhões representam 70% da frota em circulação e a maioria tem mais de 15 anos. Portanto, não é surpresa que a manutenção desses veículos tem papel importante na disponibilidade e produtividade dos ativos. Os motores a diesel, inclusive, exigem que eles sejam redobrados. “Esse combustível produz muito mais ácidos, o que corrói o motor, e as partes metálicas, por exemplo. Por isso, os insumos utilizados devem ter um bom potencial de reserva alcalina para conseguir neutralizá-los”.

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É em casos como esse que o alinhamento entre as áreas de suprimentos e manutenção faz a diferença. Por estar em contato direto com o veículo, os profissionais técnicos poderão identificar os principais pontos de atenção. Com essas informações, pode acionar os de compras para ver junto aos fornecedores as melhores opções.

O gerente comercial da PETRONAS para o segmento de CRT, ressalta a importância de buscar opções de fornecimento que melhorem o desempenho da frota: “Um caminhão que precisar parar para trocar o óleo com 20 mil km, se ele conseguir estender esse período para 35 mil, o saving gerado é muito significativo”. Porém, o ganho não se dá apenas no âmbito financeiro, com o menor consumo de óleo. Nesse setor, veículo parado significa atrasos, mão de obra e carga imobilizada. Ou seja: mais custos para a transportadora.

Como os investimentos em tecnologia ajudam o segmento de transportes a economizar

Parece contraditório dizer que um setor que tanto busca o saving precise investir para alcançá-lo. Mas esse é um mito sobre a tecnologia que deve ser superado. Atualmente, existem soluções, inclusive gratuitas, responsáveis por ajudar o setor de suprimentos a encontrar as melhores negociações. A integração da supply chain já se fazia necessária, porém, depois da pandemia iniciada em 2020, mostrou-se inevitável.

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Mas, saindo da parte interna e chegando às estradas, a tecnologia também tem se mostrado bastante útil. O planejamento de rotas mais seguras, eficientes e o compartilhamento em tempo real de informações com os motoristas podem suprir necessidades importantes do setor. Dentre elas, destacam-se a garantia do prazo de entrega, economia de combustível e índices menores de emissão de poluentes.

E, como você pode imaginar, todas essas medidas contribuem para que a frota seja muito mais produtiva, com menos paradas ― especialmente, as não programadas, que são ainda mais onerosas. Com a visualização de todas as etapas, além da conectividade entre os elos da cadeia e os dados angariados por meio das inovações, os gestores têm muito mais embasamento para a tomada de decisão. Com isso, os gargalos ficam claros e, consequentemente, as oportunidades de melhoria.

Agora que você já sabe como economizar nos custos do transporte de cargas, saiba mais sobre a  Importância da logística de suprimentos na escolha de fornecedores de insumos. Neste artigo, mostramos como um parceiro estratégico nacional pode otimizar os resultados do segmento. Boa leitura!

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