Estratégias de Custos

Produção de etanol e os impactos da cadeia de suprimentos

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O ano safra 2023/2024 tem boas expectativas quanto à produção de etanol. De acordo com a consultoria especializada Datagro, é esperado um aumento de 5,9% em comparação ao ciclo 2022/2023. Porém, mesmo que as notícias sejam animadoras, um velho problema persiste nas usinas: o custo dos insumos industriais. Por conta disso, a cadeia de suprimentos no setor está ganhando tanta atenção dos gestores quanto o acompanhamento da lavoura.

Isso porque, na impossibilidade de definir o preço final, a lucratividade da produção de etanol depende muito da otimização dos custos envolvidos na cadeia de suprimentos. E é sobre esse desafio e suas implicações para área de compras que falaremos hoje. Continue a leitura e entenda como os compradores podem economizar por meio de aquisições mais estratégicas.

Conheça os principais desafios da cadeia de suprimentos para a produção de etanol

Nos últimos tempos, o custo de produção do etanol superou seu valor de venda. Esse aumento trouxe uma série de desafios para a cadeia de suprimentos desse setor. Abaixo, você verá alguns pontos em que a área de compras precisou se adaptar (e deve aprimorar) para manter a competitividade.

Visão holística da produção do etanol

Não há dúvidas de que o grande imperativo da área de compras é o saving. Contudo, é bastante comum que esse foco acabe por limitar a visão dos profissionais. Na ânsia de garantir a economia imediata, diversas oportunidades podem passar despercebidas. Um bom exemplo disso vem de um dos clientes atendidos pela PETRONAS Lubricants Internacional que, a partir da troca do lubrificante, teve resultados expressivos. Uma das máquinas testadas, a qual rodava 300 horas com o lubrificante mineral, passou a operar por 600 horas, o que significou uma economia de R$ 2 milhões.

Leia o case completo: Como um dos principais players do mercado sucroalcooleiro economizou 2 milhões de reais com o auxílio da PETRONAS? Conheça o Urania K, um lubrificante 100% sintético!

Esse caso mostra como a cadeia de suprimentos tem a ganhar quando os profissionais passam a enxergar a operação por inteiro, não apenas o preço dos insumos. É preciso o entendimento de que a compra deve englobar mais que apenas os compradores e fornecedores, em uma relação fechada. A parceria entre manutenção e suprimentos na escolha de insumos industriais deve ser fomentada para que existam benefícios a longo prazo.

Gestão de fornecedores

Mais que ter uma base extensa de fornecedores, é preciso geri-los. Afinal, com uma cadeia de suprimentos eficiente, a usina consegue vantagens estratégicas que afetarão sua capacidade produtiva. Ainda, permite encurtar prazos de entrega e diminuir custos, o que, consequentemente, eleva a competitividade.

É bastante comum já existirem parceiros de confiança, mas, mesmo nesses casos, é preciso acompanhar o desempenho. Os prazos são cumpridos com rigor? Há facilidade na negociação? Aquilo que é solicitado é, de fato, entregue? Essas perguntas são fundamentais para quem vê, nesse relacionamento, uma chance de reduzir gastos e manter a produtividade.

Processos bem estruturados

Para que os resultados de comprar estrategicamente sejam vistos na produção de etanol, a cadeia de suprimentos precisa se profissionalizar. Isso significa que metodologias e processos devem ser instituídos, com objetivo de tornar os fluxos mais assertivos e eficientes. Para isso, a área de compras precisa deixar de ser apenas uma “ponte” entre os requisitantes e os fornecedores.

Nesse sentido, o conceito de strategic sourcing tem sido adotado por diferentes segmentos da indústria. Ele pode ser definido como um conjunto de técnicas e boas práticas que visam a atuação estratégica do setor de compras. Dessa forma, o que antes era feito de forma reativa, apenas para suprir as necessidades pontuadas pelo público interno, passou a ser encarado como uma oportunidade de desenvolver parcerias estratégicas e garantir a manutenção da cadeia de suprimentos.

Logística eficiente

Nas usinas que lidam com o plantio e colheita da cana, os esforços a fim de se ter uma cadeia de suprimentos saudável são ainda mais intensos. De acordo com o especialista da PETRONAS, Frederico Figueira, o fator climático é um grande desafio para a logística agroindustrial. Em estados como o Mato Grosso, o período de chuvas impede até mesmo que os caminhões com suprimentos acessem as fazendas.

Logo, os compradores precisam ficar atentos a esse fator na hora de considerar as opções de fornecimento. Isso porque a logística influenciará diretamente no lead time que, no setor sucroalcooleiro, está atrelado ao tempo de produção de ponta a ponta, desde a plantação até a embalagem.

Otimização de custos: a melhor forma de garantir a lucratividade na produção do etanol

Em um setor em que a qualidade não pode ser sacrificada em prol da economia, o segredo está na otimização de recursos. Não à toa, os compradores, hoje, não devem se restringir ao saving e precisam observar outros indicadores, tal qual o custo-benefício. Com ele, aquisições que, no primeiro momento, parecem mais custosas, se mostram um grande investimento a médio e longo prazo.

Os lubrificantes utilizados nos equipamentos da produção de etanol são um exemplo. Como você viu acima, a substituição de um produto mineral por um sintético foi capaz de dobrar o tempo de operação das máquinas. Ao conseguir isso, elas passam menos tempo ociosas, uma vez que o intervalo de troca do óleo foi estendido.  Assim, as paradas para manutenção diminuem. Junto a isso, soma-se a economia em relação aos insumos que seriam utilizados nessas rotinas.

Investir em parcerias estratégicas, que ajudem os compradores e demais setores a conhecerem as particularidades do maquinário e os produtos mais indicados, é essencial para garantir a lucratividade. Mais produtividade, maior disponibilidade dos equipamentos e, também, extensão da vida útil das máquinas são outros pontos em que se mostra a otimização de recursos.

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