O custo de ociosidade, na maioria das vezes, é oculto. Entretanto, seu impacto costuma ser bastante significativo: produção irregular e desperdício financeiro, enquanto algumas despesas se mantêm fixas. A principal consequência, sem dúvidas, é a perda da competitividade. Em tempos de Indústria 4.0, qualquer oscilação produtiva pode ser a responsável por comprometer os resultados.
Esse desperdício acontece não apenas nos equipamentos, mas também é perceptível quando falamos do capital humano da empresa. Um trator quebrado no setor do agronegócio, por exemplo, acarreta a parada do operador que, mesmo ocioso, continua demandando recursos financeiros. Ou então, quando os insumos corretos não são disponibilizados para a equipe de manutenção, que fica sem recursos para dar seguimento aos reparos e, consequentemente, precisa cruzar os braços até dispor do necessário.
Alguns procedimentos de gestão, como o nivelamento de recursos, ajudam a reduzir o custo da ociosidade. Embora seja quase impossível anulá-lo, é possível mantê-lo sob controle, considerando variações econômicas ou do próprio negócio.
Um plano de manutenção bem definido e estruturado, sem dúvidas, é uma das ferramentas mais eficientes para diminuir o custo de ociosidade. Mas, antes, precisamos entender melhor esse conceito. Acompanhe.
O que é custo de ociosidade?
O idle capacity, ou capacidade ociosa, é a diferença entre o que foi produzido daquilo que poderia ter sido feito, caso operasse a máquina ou colaborador operasse em seu rendimento máximo. Logo, o custo de ociosidade é o quanto é gasto em decorrência dessa inatividade. Neste ponto, é preciso elucidar outro conceito: a capacidade produtiva.
Ela pode ser dividida de duas formas: a teórica e a efetiva. Na primeira, temos o número de horas que um ativo, ou colaborador, pode produzir, sem interrupções; já a segunda considera os intervalos inevitáveis durante a produção, como finais de semana, feriados, paradas para manutenção e quaisquer outros motivos que possam estagnar o processo.
Aqui vale relembrar algo dito anteriormente: é impossível mitigar completamente o custo de ociosidade. Tanto equipamentos quanto colaboradores não produzem 100% do tempo e certas paradas são necessárias, como as de manutenção para os equipamentos e folgas, no caso do capital humano.
O grande desafio dos gestores, na verdade, é como manter esse desperdício sob controle, uma vez que negligenciá-lo pode sair ainda mais caro.
Como calcular o custo de ociosidade?
É hora de encarar o problema e colocar na ponta do lápis o quanto representa financeiramente o custo de ociosidade. É importante ressaltar que esse cálculo é feito sobre as despesas fixas, como salários, aluguel, depreciação do maquinário e quaisquer outras obrigações que são recorrentes mensalmente. Também é necessário, para a composição, o número referente à capacidade produtiva, teórica ou efetiva ― ambas podem ser utilizadas, dependendo do contexto do negócio.
A fórmula mais utilizada para chegar ao custo de ociosidade é esta:
Para ficar mais claro, vamos considerar o seguinte exemplo: uma fábrica tem a capacidade de produzir 5.000 peças por mês, entretanto, no último foram feitas 4.600. Isso representa uma ociosidade de 400 unidades. Os custos totais de operação são de R$160.000,00.
Assim, temos:
Agora que você já sabe como encontrar o valor que está escoando todos os meses dos cofres da empresa, entenda como reduzi-lo com o auxílio de um plano de manutenção.
Como o plano de manutenção pode reduzir o custo de ociosidade?
Sem dúvidas, as grandes vilãs da produtividade industrial são as paradas não programadas. Além de interromperem abruptamente a produção, os gastos envolvendo os consertos e reparos para o retorno às atividades costumam ser mais altos que os investidos em cuidados preventivos. Para se ter uma ideia, no agronegócio, a ociosidade dos ativos pode gerar um prejuízo de R$4.741.200.00, o que equivale a 54,56% de todos os custos indiretos ocorridos no período de safra.
Confira agora como um plano de manutenção pode ajudar a reduzir esse desperdício.
Diminui a ociosidade da mão de obra
Com um equipamento estagnado, provavelmente, algum colaborador envolvido diretamente com ele também estará desocupado. Ao elaborar um plano de manutenção, é possível conciliar as paradas programadas com folgas, férias ou feriados. Assim, enquanto a máquina segue inativa para manutenção, não há ninguém ocioso esperando pela retomada das atividades.
A própria equipe de manutenção é impactada com o plano. Por meio dele, sabem quando e o que fazer, também reduzindo os chamados de urgência no caso de quebra ou falhas graves.
Ajuda a manter os níveis de estoque
Em empresas onde há o alinhamento de setores não se corre o risco de um equipamento necessitar de parada e assim continuar por falta de insumos. Com o plano de manutenção em mão, fica mais fácil comunicar ao departamento de suprimentos quando determinado material deve estar à disposição da equipe responsável.
Com esse planejamento, pode-se, inclusive, antecipar ou readequar a compra. Assim, os responsáveis pelas aquisições podem realocar recursos ou procurar por fornecedores com antecedência, tendo mais tempo para negociação.
Mantém as paradas sob controle
Com o plano de manutenção, após o estudo do nível de criticidade, onde as prioridades são definidas, o risco de colapso dos equipamentos é reduzido drasticamente, havendo apenas as paradas programadas. Assim, é possível saber quando, por quanto tempo e qual ativo estará indisponível para produção.
Essa, claro, é uma vantagem estratégica, pois, como visto anteriormente, possibilita o planejamento das paradas, evitando que aconteçam em períodos de alta demanda e possam ser remanejadas para momentos mais propícios.
Como você pôde perceber, o plano de manutenção tem grande impacto no custo de ociosidade, sendo uma das maneiras mais eficientes de reduzi-lo. Também faz com que a confiabilidade nos ativos seja maior, assim como a sua vida útil.
Agora que você já sabe como reduzir o custo de ociosidade por meio do plano de manutenção, confira o artigo que auxiliará na sua elaboração: Plano de manutenção preventiva: como fazer de forma eficiente? Boa leitura!