A correta lubrificação dos acoplamentos é essencial para que toda a cadeia produtiva se mantenha. Isso porque, mesmo parecendo mecanismos pequenos, se comparados aos equipamentos dos quais fazem parte, eles desempenham um trabalho importante para confiabilidade dos ativos. É por meio deles que desalinhamentos inevitáveis do eixo são acomodados, o que evita o encurtamento da vida útil dos sistemas e a parada abrupta da operação.
Os acoplamentos são utilizados em todos os setores da indústria: correias transportadoras no segmento de papel e celulose, turbinas a vapor no setor sucroalcooleiro e fornos da siderurgia são apenas alguns dos exemplos mais comuns. Dessa forma, com diferentes usos surgem necessidades de lubrificação distintas. Não levar isso em consideração pode acarretar sérios danos, a curto prazo com os custos de manutenções corretivas; e a longo, com a perda de eficiência da operação.
Portanto, é fundamental entender como deve ocorrer a lubrificação dos acoplamentos e quais são os produtos mais adequados para esses componentes. Para entender melhor o que leva a essas diferenças, conversamos com Rodrigo Fernandes, especialista da Acoplast Brasil. Acompanhe e saiba mais sobre o assunto.
O que a má lubrificação de acoplamentos pode acarretar
Vibrações, ruídos e desalinhamentos que comprometem a qualidade final do produto devem acender o sinal de alerta para a equipe de manutenção. “É muito comum, ao serem detectados problemas, a análise da causa raiz da falha nos levar aos acoplamentos”, explica Fernandes. As inspeções devem conferir a presença de vazamentos, o número de parafusos, suas folgas e se há vibração.
A lubrificação inadequada faz com que as faces de metal entrem em contato, dando origem a um grande problema: o micropitting. Embora as ranhuras possam ser microscópicas, com a utilização do equipamento, se agravam e podem ser as responsáveis até mesmo pela quebra de um dente da engrenagem. Isso, consequentemente, leva à paralisação do ativo e à perda da produtividade.
Rodrigo completa alertando que “o uso inadequado dos lubrificantes e a não atenção aos detalhes que determinam a necessidade exata do acoplamento são responsáveis por grande parte das falhas que encontramos nesses componentes”. Neste sentido, o micropitting citado acima vai ao encontro do comentado pelo especialista. O uso de lubrificantes com propriedades antiespumantes já está comprovado como um dos catalisadores deste problema.
Assim, a lubrificação ocupa um lugar de destaque quando se fala em acoplamentos de engrenagens. É preciso que haja o alinhamento entre os setores técnicos e operacionais para a determinação do melhor insumo.
Entretanto, mesmo os mais experientes costumam ter dúvidas na hora de determinar o melhor produto para a lubrificação de acoplamentos. Abaixo, você conhece o detalhe que faz toda a diferença na hora da escolha do melhor fluido.
Óleo ou graxa: entenda quando cada tipo de lubrificante deve ser utilizado
Nem todos os acoplamentos necessitam de lubrificação, como é o caso dos acoplamentos elásticos. Contudo, os que atuam em engrenagens devem fazer parte do plano de manutenção preventiva. Nesses casos, os acoplamentos podem precisar de óleo ou graxa, tudo irá depender da rotação em que o componente atua e também de particularidades da aplicação. Por esse motivo, conhecer o funcionamento de cada acoplamento da planta e as necessidades da operação é um fator importante.
Isso porque a força centrífuga é a grande responsável por fazer com que o lubrificante desempenhe seu papel da forma correta. Naqueles submetidos a alta rotação, são necessários insumos mais viscosos, que resistam a essa força; nos que operam em baixa rotação, a viscosidade ― que ainda deve ser alta para suportar a extrema pressão a qual é submetida ― deve ser menor, para que possam circular pelo sistema e alcançar a zona de carga entre os dentes.
“Um problema comum que podemos observar no dia a dia industrial é a separação dos componentes do óleo. Em motores de alta rotação, onde a graxa, comumente, é utilizada, a força centrífuga pode fazer com que o espessante utilizado se separe do óleo. Isso leva a um acúmulo no centro do acoplamento, onde não cumpre nenhuma função. Traz ainda outro problema, que é deixar os dentes das engrenagens desprotegidos”, explica o engenheiro da Acosplast.
Já para os acoplamentos de baixa rotação, as graxas são contraindicadas. Como a força centrífuga não é suficiente para “empurrá-la” pelo sistema, o lubrificante não alcança os dentes, deixando-os em contato direto, metal com metal. Então, os óleos básicos não devem ter viscosidade menor que 200 mm²/s a 40ºC.
As características mais importantes em lubrificantes de acoplamentos
Um dos pontos mais cruciais ao se escolher o lubrificante correto para acoplamentos é saber em qual temperatura ele irá atuar. Nos fornos utilizados na siderurgia, por exemplo, é imprescindível que o insumo tenha boa resistência ao calor para evitar a perda da viscosidade e vazamentos.
Outros aditivos são importantes na lubrificação de acoplamentos. Confira abaixo:
- Alto ponto de gota: assegura que o fluido tenha uma boa estabilidade térmica, não perdendo a viscosidade sob altas temperaturas e proporciona boa adesão ao metal;
- Extrema pressão: garante que o filme lubrificante não rompa mesmo submetido a altas cargas, evitando o desgaste mecânico;
- Proteção antidesgaste: protege as peças do sistema contra o desgaste prematuro, prolongando sua vida útil;
- Resistência à oxidação: retarda o processo de oxidação do óleo básico, aumentando o intervalo de troca.
Esses são apenas alguns dos aditivos mais comuns quando falamos em lubrificação de acoplamentos, seja de graxas ou óleos. São componentes que ajudam a prolongar a vida útil do maquinário e asseguram que a operação poderá ocorrer normalmente, aumentando a disponibilidade dos equipamentos. Evidentemente, o calendário de manutenções deve ser desenvolvido e seguido à risca pelos profissionais, para que exista a confiança no maquinário.
Para garantir a qualidade, o respeito ao intervalo de troca e a análise dos lubrificantes, muitos procuram por fornecedores que oferecem assistência técnica em lubrificação. Assim, a ajuda especializada direciona para o uso dos insumos mais adequados, além de desenvolver o plano de lubrificação com os principais pontos de atenção. Este conteúdo foi produzido em parceria com a Acoplast Brasil. Continue lendo mais sobre lubrificação industrial no Guia: Melhores práticas da compra de lubrificantes. Em caso de dúvidas, estamos à disposição para ajudá-lo.