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Nas cimenteiras que contam com a etapa de produção de clínquer, diversos ativos e periféricos merecem atenção. Ciclone, forno e cooler são os principais equipamentos envolvidos. Mesmo que grande parte do processo seja químico e o funcionamento das máquinas não se mostre tão complexo, uma falha pode ser responsável por paralisar a fabricação.
Realizada logo após a primeira moagem, onde a matéria-prima é transformada em um pó fino, a farinha crua, acontece a produção do clínquer. É nesse momento que é feita a descarbonatação, onde, no forno, as altas temperaturas expulsam certos elementos em forma de gases. Os materiais restantes, unem-se para formar o clínquer, uma esfera do tamanho de uma bola de gude que, então, será moída novamente.
Algumas cimenteiras terceirizam essa etapa, comprando o clínquer pronto. Porém, naquelas em que a produção ocorre internamente, é preciso garantir a disponibilidade dos equipamentos. Para entender quais os cuidados mais importantes, conversamos com os especialistas técnicos da PETRONAS Júlio Sabino, Eliézer Vasconcelos e Daniel Cruz. Neste artigo, você encontrará algumas dicas para implementar na manutenção desses ativos e, assim, assegurar a confiabilidade. Acompanhe!
Produção de clínquer: como a manutenção garante a disponibilidade dos ativos
A produção do clínquer acontece entre a primeira moagem, onde o minério será reduzido à farinha, e a segunda trituração, momento em que são adicionados gesso, calcário ou outros elementos, dependendo do tipo de cimento que se quer fabricar. Dentre os equipamentos, o mais sensível é o forno. Isso porque esse ativo só é parado uma ou duas vezes por ano para as rotinas preventivas.
E, mesmo com a programação do desligamento, o transtorno é grande. É preciso, antes de qualquer intervenção, esperar o resfriamento. Como a temperatura de operação é bastante elevada, maior que 1.400º C, isso leva um tempo considerável. O mesmo acontece no religamento: muitas horas e energia são gastos até que ele atinja o calor necessário para a produção de clínquer.
Investir em um plano de manutenção eficiente, que seja cumprido à risca e leva em conta as determinações das OEMs é fundamental para garantir a produtividade da planta. Com as boas expectativas para o setor, que teve crescimento de 11% em 2020, isso deve ser ainda mais importante, uma vez que a retomada exigirá a disponibilidade dos ativos.
Ciclone, forno e cooler: conheça os principais pontos de atenção desses equipamentos
Nesta etapa da indústria cimenteira, dois fatores têm impacto direto na manutenção: as altas temperaturas e as estratégias de controle de contaminação. Este é um dos maiores mecanismos de desgastes presentes no setor, uma vez que a poeira é constante e pode entrar em contato com as graxas e lubrificantes utilizados.
Abaixo, os especialistas da PETRONAS comentam acerca dos três principais equipamentos envolvidos na produção do clínquer. Acompanhe e conheça os pontos essenciais de manutenção em cada um deles.
Ciclone
O ciclone é o primeiro ativo a receber a farinha vinda do moedor. Ela é composta por calcário, argila, minério de ferro ou areia. Júlio Sabino aponta que esse equipamento pode variar de empresa para empresa, mas que, normalmente, contém quatro etapas. Em cada uma delas, acontece um processo de aquecimento (que pode atingir 900º C), a fim de liberar o CO2. Essa é a descarbonatação, que mencionamos anteriormente, essencial para que as reações químicas que acontecerão no forno sejam efetivas.
Aqui, as chances de contaminação dos lubrificantes são grandes, uma vez que, de acordo com Sabino, esse é um processo sólido. Além disso, a rotação e a temperatura elevada fazem com que sejam necessários produtos robustos em determinadas aplicações, como nos mancais do motor elétrico.
Indicação dos especialistas
A graxa de complexo de lítio, PETRONAS Grease LiX EP 2/170, é recomendada para faixas de temperatura operacional de -25° C a 140° C. O produto é adequado para lubrificação de mancais de rolamento e de fricção sob cargas de extrema pressão e altas temperaturas. Proporciona excelente proteção contra desgaste, alta resistência ao desgaste pela água e inibição de ferrugem, mesmo sob calor intenso.
Forno
A farinha, livre de CO2, agora, vai para o forno, uma estrutura rotatória de aço, revestida com tijolo refratário. Dentro dele, a temperatura atinge cerca de 1.482º C. A parte superior é por onde acontece a alimentação da matéria-prima e, na inferior, um sopro de chama realiza o novo aquecimento. Com a movimentação, outros elementos são retirados e, aqueles que restam, formam o clínquer.
Neste equipamento, as altas temperaturas são o grande ponto de atenção. Como ele é giratório, os redutores ganham destaque como periférico mais sensível. Daniel Cruz comenta que o calor ao qual esse motor está submetido exige o uso de lubrificantes mais robustos, que não corram o risco de ter o filme rompido. “Aqui, uma recomendação para os responsáveis pela manutenção é o uso de lubrificantes sintéticos no lugar dos minerais”, completa.
Indicação dos especialistas
A linha PETRONAS Gear Syn PAO possui desempenho superior e foi criada para as mais variadas engrenagens fechadas. Sua composição conta com óleos sintéticos básicos de alto índice de viscosidade (PAO). Os fluidos são otimizados com aditivos inibidores de extrema pressão, antioxidantes, antiferrugem, antiespuma e antidesgaste.
Cooler
Ao sair do forno, a temperatura do clínquer é altíssima. Deve-se, então, resfriá-lo para que esteja apto à nova etapa, onde será moído novamente e receberá gesso ou calcário, a depender do tipo de cimento que está sendo produzido. “Esse é um processo que trabalha por exaustão, então, o ar passa sobre o clínquer, como se fosse uma grelha. Após a ‘extração’ do calor, esse ar é reaproveitado nos fornos, onde ajuda a economizar combustível e aumentar a eficiência da queima”, explica Sabino.
Neste equipamento, a variedade de processos torna as sugestões de manutenção bastante particulares. “Algumas cimenteiras trabalham com a exaustão por grelha, enquanto outras, por balanço. O tipo utilizado é o que determinará os principais pontos de atenção”, completa Daniel Cruz.
Indicação dos especialistas
Os especialistas da PETRONAS são unânimes ao indicar aos profissionais da manutenção que se atentem ao principal guia de um equipamento: o manual do fabricante. Lá estarão todas as especificações de cuidados de acordo com o processo utilizado na cimenteira. É fundamental que as determinações sejam seguidas, afinal, isso tem interferência direta na vida útil do equipamento.
Agora que você já conhece os principais cuidados da manutenção na etapa de produção do clínquer, confira o Portfólio PETRONAS para a indústria cimenteira. Aproveite e cadastre-se, também, na lista exclusiva do Portal Inovação Industrial no Telegram. Lá você recebe todas as nossas dicas e insights em primeira mão.