Lubrificação

Carro-torpedo: principais pontos de atenção

O processo siderúrgico conta com diferentes etapas e, consequentemente, uma vasta gama de ativos compõem a planta industrial. O carro-torpedo, por sua vez, não se encaixa em nenhuma dessas fases, mas tem um papel importante: transportar o ferro gusa, obtido na fase de redução, para a aciaria. Ou seja, é ele quem garante a continuidade da produção. Além da participação fundamental no processo, tem outra particularidade: uma vez que o alto forno não para, o mesmo acontece com a locomotiva e os vagões que deslocam o gusa.

Como em qualquer equipamento industrial, o carro-torpedo tem suas necessidades de manutenção estreitamente ligadas ao ambiente operacional. Na siderurgia, claro, as altas temperaturas não podem ser ignoradas, especialmente, quando o assunto é lubrificação na indústria do aço. As centelhas e a presença de contaminantes são pontos que também influenciam nas rotinas preventivas e escolha dos produtos utilizados.

Para entender melhor quais os principais cuidados que a equipe de manutenção deve ter com o carro-torpedo, conversamos com os especialistas da PETRONAS. Neste artigo, João Luís Sant’anna e Eliézer Vasconcelos comentam os pontos de atenção desse ativo.

Manutenção de carro-torpedo: o que priorizar?

Embora o nome sugira o oposto, o carro-torpedo atinge uma velocidade máxima de 6 km/h. Ele nada mais é que um vagão, puxado por uma locomotiva. Porém, a carga transportada exige cuidado, uma vez que o ferro gusa chega a uma temperatura de, aproximadamente, 1500º C. Isso faz com que a estrutura interna do compartimento seja bastante reforçada. O revestimento é de refratário e precisa estar aquecido a, pelo menos, 800º C, o tempo todo, para poder receber o material vindo dos fornos.

Além da temperatura, é preciso considerar, também, as altas cargas às quais o carro-torpedo está exposto. Vazio, ele pesa cerca de 240 toneladas, sendo capaz de carregar outras 300 toneladas de ferro gusa. Com essas condições, não é surpresa para os profissionais de manutenção que os rolamentos são o ponto mais delicado desse ativo.

Porém, aqui, há uma particularidade. Os rolamentos estão presentes em dois lugares. O primeiro, é no próprio vagão. Isso porque o gusa entra e sai pelo mesmo local. Na hora de pegar o material dos fornos, a “boca” está posicionada para cima. Entretanto, esse compartimento precisa ser virado para despejar o material no conversor, já na etapa da aciaria. O segundo conjunto, claro, está no suporte das rodas, que precisam aguentar mais de 500 toneladas caso o carro-torpedo esteja carregado.

Planilha de Manutenção Industrial

Rolamentos do carro-torpedo: as indicações dos especialistas da PETRONAS

Altas temperaturas, presença constante de contaminantes e pressão extrema são os principais desafios na hora de determinar a lubrificação e os insumos que serão utilizados nos rolamentos. “O carro-torpedo precisa ser confiável. Afinal, ele pega o gusa a uma temperatura altíssima. Caso ocorra um problema no transporte do forno para a aciaria, será necessária muita energia para reaquecê-lo”, pontua João Luís. E, como o processo de redução é, praticamente, ininterrupto, o mesmo acontece com os vagões que fazem esse transporte.

Abaixo, você encontra os detalhes e indicações para os diferentes rolamentos do carro-torpedo. Confira!

Rolamentos superiores

Esses são os rolamentos responsáveis por entornar o vagão, despejando o minério derretido no conversor da aciaria. Eles estão expostos às centelhas do forno, contaminação e, como não poderia deixar de ser, às altas temperaturas. A carga elevada a qual são submetidos, também, não pode ser ignorada pelos profissionais da manutenção.

Por conta dessas particularidades, os especialistas técnicos da PETRONAS afirmam que a escolha da graxa tem relação direta com a confiabilidade desse ativo. Afinal, uma falha na lubrificação desse rolamento pode trazer sérios prejuízos ― além dos riscos à segurança dos colaboradores. A indicação, portanto, é a utilização de um produto à base de complexo de lítio, desenvolvida especificamente para atuação em altas temperaturas.

A PETRONAS Grease LiX EP 2/380 suporta, além do calor, a extrema pressão exercida sobre esses rolamentos. A graxa tem aditivos que proporcionam proteção contra a corrosão das superfícies, mesmo se houver contaminação por água.

Lubrificação Industrial

Rolamentos das rodas de suporte

Esses atuam na locomoção do carro-torpedo. Os desafios de lubrificação, aqui, são semelhantes aos anteriores. Porém, deve-se dar destaque à contaminação, uma vez que as rodas estão muito mais suscetíveis à poeira e outras sujidades que os mecanismos que viram o vagão.

Os especialistas comentam que a PETRONAS Tutela MR SC é um produto que supre todas essas necessidades. Ela é uma graxa de alta performance à base de sulfonato de cálcio. É indicada para aplicações onde características extremas são exigidas, como a altas

temperaturas e exposição à lavagem com água. Também, possibilita múltiplas aplicações, com excepcional estabilidade mecânica, resistência à água, oxidação e corrosão, além das características de extrema pressão. Suas especificações, próprias para rolamentos altamente solicitados, sujeitos ao calor e à lavagem por água, proporcionam uma redução significativa na frequência de relubrificação.

João Luís e Eliézer Vaconcelos pontuam que ambos os produtos apresentados podem ser usados nos dois tipos de rolamentos. Caso o cliente opte por uma graxa única, é possível uniformizar a lubrificação tanto com a PETRONAS Grease LiX EP2/380 quanto com a PETRONAS Tutela MR SC.

Motores a diesel: o ponto principal das locomotivas

Saindo um pouco do carro-torpedo em si, a locomotiva que puxa esses vagões, claro, precisa de atenção. Afinal, sem o funcionamento dela, todo o transporte do ferro gusa fica comprometido. Dessa forma, o cuidado com os motores a diesel é imprescindível para assegurar a disponibilidade dos equipamentos.

Nesse ponto, os especialistas da PETRONAS chamam atenção para uma particularidade. Os motores utilizados nas locomotivas podem ser específicos para uso ferroviário ou, então, comuns, como aqueles utilizados em outros veículos. Conhecer esse detalhe é importante porque, a depender do modelo, diferentes produtos podem ser indicados.

No caso das locomotivas que utilizam motores comuns, João Luís ressalta que o PETRONAS Urania K é a principal indicação. Esse é um óleo 100% sintético, que atende sistemas EGR e SCR e é recomendado para motores de Diesel Euro I a Euro V. Para motores Euro VI, as opções são o PETRONAS Urania 5000 SE, também 100% sintético e o PETRONAS Urania 3000 K, semissintético. Em motores que usam diesel ferroviário, a sugestão fica por conta do lubrificante isento de zinco PETRONAS Genrail.

Como você pôde perceber, mesmo que os pontos de atenção do carro-torpedo não sejam muitos, as condições adversas de operação tornam a lubrificação dos rolamentos um assunto delicado para a manutenção. Em entrevista ao Inovação Industrial, o gerente técnico da Gerdau comentou acerca desse assunto. Leia na íntegra! Aproveite e cadastre-se, também, na nossa lista exclusiva no Telegram. Lá você recebe todas as nossas novidades em primeira mão.

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