Todo profissional de manutenção da indústria sabe bem que uma falha nunca é apenas um problema pontual. Afinal, ela não surge “do nada” e, certamente, existe uma cadeia de eventos que pode justificá-la. A Análise da Árvore de Falhas é uma ferramenta que ajuda a equipe a entender esse efeito dominó e determinar, com clareza, onde foi que tudo começou.
Esse método, que também é chamado de FTA (Fault Tree Analysis) e foi desenvolvido na década de 60, já era amplamente utilizado em segmentos bastante específicos. Indústrias como a aeroespacial, química e nuclear são algumas delas. Porém, com a exigência cada vez maior de confiabilidade trazida pela Indústria 4.0, acabou se disseminando por todos os outros segmentos.
Ao longo deste artigo, você verá, em detalhes, o que é e como fazer a Análise da Árvore de Falhas. Além disso, entenderá os impactos que chegar à causa raiz da falha traz para a rotina das plantas industriais. Acompanhe.
Saiba o que é e como estruturar a Análise da Árvore de Falhas
O nome da metodologia foi dado por conta do seu resultado expresso graficamente, como em um diagrama. Em cima, no topo da árvore, está o evento indesejado. Na sequência, são explorados os possíveis motivos desse colapso. Encontrados, começa uma nova investigação para determinar o que aconteceu para que esses fatores surgissem e assim sucessivamente. Ou seja, cada evento intermediário deve ser tratado como um evento superior.
Para ficar mais claro, confira a ilustração. Nela, trataremos a quebra de um dente em uma engrenagem como evento topo.

Mesmo com esse exemplo simples, já dá para entender como funciona a Análise da Árvore de Falhas. No entanto, os dois elementos gráficos que ligam os eventos também têm importância. A figura referenciada como Porta E mostra que o evento acima ocorre quando o anterior está presente. Nesse caso apresentado, ela significa que a quebra do dente acontecerá se houver micropitting.
Já na Porta “Ou”, o símbolo indica que o evento superior decorre se existir a presença de um ou outro fator subsequente. No exemplo, a presença de micropitting pode ser resultado tanto da existência de contaminantes quanto da ineficiência da graxa industrial aplicada.
Note também que o ideograma traz as legendas “Falha básica” em cada uma das seções. A falta de manutenção e inspeção dos dentes da engrenagem poderia ter identificado as ranhuras a tempo de evitar o colapso. Assim como uma estratégia de controle de contaminação bem disseminada e o alinhamento entre manutenção e compras são responsáveis por prevenir o aparecimento de pequenas ranhuras na superfície.
As diferenças entre a Análise da Árvore de Falhas (FTA) e FMEA
A Árvore de Falhas (FTA) é muito comparada com a Análise de Modos de Falha e Efeitos (do inglês, Failure Modes and Effects Analysis ― FMEA). O fato de ambas serem usadas na busca pela causa raiz da falha e também por pontos de melhoria, faz até com que, muitas vezes, sejam tratadas como sinônimos. Mas acontece que, embora existam similaridades, essas duas metodologias são bem diferentes.
De um lado, o FTA parte de uma falha e chega a uma conclusão abrangente. Por outro, o FMEA parte de um componente e, então, descreve vários modos de falha que já constam no histórico do equipamento. Ainda, o primeiro considera eventos externos na sua investigação, enquanto o último não leva em conta essas informações.
Confira as principais vantagens de implementar a Análise da Árvore de Falhas
Agora que você já sabe o que é e como conduzir a Análise da Árvore de Falhas, deve ter percebido alguns dos motivos que a tornam tão importante. Afinal, qualquer profissional de manutenção sabe que, quanto antes um problema for detectado, mais rápida ― e menos custosa ― será sua resolução. Ao fazer com que os eventos sejam fragmentados e investigados um a um, dá para encontrar diversos gargalos. Além de sanados, eles deverão servir para que a equipe trace estratégias que evitem novos surgimentos.
Como essa é uma metodologia usada para análise de confiabilidade, o primeiro impacto é o aumento significativo nesse indicador. Saber como os sistemas podem falhar, entender os riscos associados e instituir medidas para reduzi-los, naturalmente, tornam os ativos mais seguros e confiáveis.
Ainda, o fato de os profissionais se dedicarem exaustivamente a encontrar a raiz de uma falha faz com que as manutenções sejam otimizadas. Isso acontece porque o conhecimento aprofundado do ativo, adquirido na Análise da Árvore da Falha, servirá para guiar as rotinas e pontos de atenção.
Além disso, essas informações podem ajudar a determinar a probabilidade de uma falha, bem como o reconhecimento dos fatores que favorecem o problema. Encontrar erros humanos, identificar atualizações necessárias em um sistema e possibilitar que as prioridades de manutenção sejam determinadas também aparecem como benefícios significativos de investir nessa metodologia.
Conheça os impactos da FTA na indústria
É claro que, neste artigo, trouxemos uma ferramenta que está voltada, especialmente, para a área de manutenção. Entretanto, o seu impacto extrapola os benefícios que ela leva para esse setor. Aderir a metodologias que contribuam para a confiabilidade e disponibilidade dos ativos é uma forma de adequar a indústria ao cenário 4.0.
Isso porque a manutenção tem papel central nos objetivos dessa nova revolução. Produtividade, eficiência, performance e aumento da competitividade estão entre os principais. Desse modo, é importante ter em mãos métodos que facilitem o atingimento dessas metas. Análise Makigami, Análise RAM e Curva PF são outros recursos que podem ser implementados para levar mais agilidade, otimização de processos e previsibilidade para a manutenção.
Agora que você já sabe o que é a Análise da Árvore de Falhas, conheça mais a fundo outra metodologia citada neste artigo. Em “Análise dos Modos de Falhas e Efeitos (FMEA): qual sua importância na Mineração?”, você encontra todos os detalhes.
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