Manutenção Industrial

Curva PF: o que é e como aplicá-la na manutenção industrial?

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Quando um equipamento é adquirido na indústria, a intenção é de que dure por tempo suficiente para valer a pena os custos envolvidos. E, obviamente, gerar retorno sobre o investimento. Para atingir esse objetivo, a manutenção precisa ser impecável e estar em dia. Logo, metodologias como a curva PF são de grande valia no cumprimento dessa meta.

Não é à toa, já que substâncias nocivas frequentes no dia a dia e a própria degradação são capazes de causar inúmeros defeitos. Ademais, a falta de avaliações constantes e o mau uso também acarretam em adversidades nos maquinários.

Os investimentos em manutenção que fazem a diferença

Como resultado, a indústria gasta tempo, dinheiro e pode até prejudicar a satisfação do cliente e os contratos fechados. Isso pode acontecer em qualquer segmento, seja no agronegócio, na siderurgia, em usinas termoelétricas ou na construção civil.

Portanto, neste conteúdo, explicaremos o que é a curva PF e como ela pode ser aplicada na manutenção industrial visando a eficiência. Leia abaixo e entenda!

Saiba a diferença entre manutenção de rotina e parada de manutenção.

O que é a curva PF e qual sua importância na manutenção industrial?

Sabemos que nenhum equipamento é eterno e que tende a se degradar com o tempo. Contudo você sabia que o envelhecimento não é o único vilão quando falamos de paradas não planejadas na indústria?

Segundo um levantamento divulgado pela Infraspeak, 34% são decorrentes do tempo de uso. Os demais, que totalizam 40%, poderiam ser evitados pelo usuário. Eles se dividem em falhas mecânicas (20%), erro operacional (11%) e falta de manutenção (9%). Portanto, com uma metodologia eficiente baseada na confiabilidade e na estratégia RCM, a maioria das chances de problemas são eliminadas.

A curva PF é uma excelente resposta nesses casos. Em resumo, trata-se de um gráfico que busca encontrar o intervalo entre a falha potencial e a falha funcional.

A primeira refere-se a um erro em seu estágio inicial, quando já pode ser percebido, mas ainda não compromete o estado do equipamento. Um ruído audível ou uma superfície quente são bons exemplos. Já a segunda acontece quando o ativo perde sua capacidade de trabalho e não atua como o planejado.

Existem ainda outros conceitos menos utilizados, mas que fazem parte dessa estratégia. Por exemplo, a falha oculta, que ainda é invisível, e a total, o último estágio, quando é necessário conserto imediato.

Utilizar a curva PF é essencial para detectar esse período entre um estado e outro. Afinal, será possível agir com rapidez e antecedência para evitar uma paralisação total e despesas enormes. Tanto quando falamos de troca de peças como de atrasos na produção. Além disso, ela também auxilia a criar um plano de manutenção de acordo com o equipamento e com seu histórico de irregularidades.

Gestão da Manutenção Industrial

Como identificar uma falha?

Talvez você pense que não é tão simples perceber as falhas, já que os sinais nem sempre são tão óbvios. Mas não se engane! Os equipamentos apresentam “sintomas” que se agravam com o tempo. Abaixo, conheça quais são eles e entenda em que etapas das revisões se encaixam.

Em dúvida sobre o melhor tipo de manutenção para a sua empresa? Saiba como escolher o programa mais indicado lendo nosso artigo!

Manutenção preditiva

  • Detecção por ultrassom: utilizada no início, principalmente em revisões analíticas. É capaz de identificar problemas praticamente na hora que eles surgem.
  • Detecção por análise de vibrações: ainda estamos em uma etapa em que a situação não é grave, mas já está mais evoluída do que no caso anterior. Aqui, pode-se perceber parâmetros de vibrações que são diferentes do comum e saber até de onde eles vêm, como lubrificação, motor ou rolamentos.
  • Detecção por análise de óleo: o fluido utilizado é levado para laboratório e avaliado com o objetivo de perceber substâncias contaminantes e seu grau de oxidação.

Manutenção preventiva ou corretiva

  • Ruído audível: representa um cenário mais sério, pois a falha já pode ser detectada a partir do som. Logo, uma revisão que corrija o problema é necessária.
  • Quente para tocar: se o dispositivo está com uma temperatura muito elevada, tornando inviável tocá-lo, é preciso correção urgente. Afinal, os próximos estágios tendem a ser mais complicados e é preciso evitá-los.
  • Solto mecanicamente: aqui, as peças já começam a se soltar por problemas de fixação do conjunto ou dos componentes. Rolamentos e eixos desgastados são alguns exemplos, bem como os parafusos frouxos.
  • Danos auxiliares: na última etapa, a falha inicial está tão acentuada que começa a prejudicar as outras peças do equipamento.

Quais as formas de aplicar a curva PF na manutenção industrial?

Bom, você já entendeu o que é a curva PF, sua importância e como visualizar os parâmetros que propõe. Agora, vale conhecer como pode ser aplicada na rotina da manutenção. Para isso, trabalharemos com dois exemplos.

Imagine que o gestor nota, por meio do gráfico, que a colhedora de cana tem excelente desempenho durante 200 horas de trabalho. Porém, após esse período, seu rendimento diminui até que exista uma parada completa.

O recomendado é que a revisão seja realizada antes do ponto de paralisação. Assim, fica fácil programá-la e garantir a confiabilidade no equipamento.

Para decidir o momento exato da manutenção, basta fazer um cálculo simples. Indica-se que ela aconteça 30% antes do tempo de baixo rendimento. Ou seja, quando chega a 70% de sua capacidade. Logo, a conta fica: 200 (total de horas) x 0,7 = 140 horas. Então, ao atingir essa duração, a inspeção deve ser iniciada.

Ainda, muitos dos problemas desse tipo de máquina surgem no sistema hidráulico. Para evitá-los, a recomendação é realizar o acompanhamento do óleo. Isso porque o fluido contaminado pode gerar entupimento de cilindros e mangueiras.

Nesse ponto, a curva PF ajuda a perceber essas complicações antes que se tornem irreversíveis. Na maioria dos casos, a escolha correta do lubrificante junto às avaliações constantes garantem o aumento da vida útil e do intervalo de troca.

Lubrificação Industrial

Você deve criar processos como esses para todos os ativos da indústria. A partir dos históricos, será possível entender o tempo até chegar ao próximo estágio, as manutenções mais adequadas e aumentar a durabilidade.

Já que estamos falando de metodologias que auxiliam o segmento industrial, temos outra dica interessante! Leia o conteúdo que explica como otimizar os processos na manutenção industrial com a Análise Makigami. Até a próxima!

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