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Euro 6: quais os impactos nas frotas da indústria brasileira?

Como você pode imaginar, a Europa foi a pioneira na adoção do sistema Euro 6. Em vigor no continente desde 2013, a norma determina novos parâmetros para a fabricação de motores a diesel, com o propósito de reduzir a emissão de gases tóxicos. Na verdade, a versão anterior, Euro 5, já tinha esse objetivo. Acontece que, com a necessidade cada vez mais urgente de evitar esse tipo de poluentes, foi percebido que as determinações já não se adequavam à realidade.

Aqui no Brasil, desde 2012, havia uma legislação semelhante à europeia, a Proconve P-7, que, assim como a Euro 5, já é considerada defasada. Buscando corrigir isso, em 2018, o  Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) publicou a Resolução nº 490. Ela estabelece a fase Proconve P-8 de exigências do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores.

Em janeiro de 2023, deu-se início a uma nova etapa do cronograma estipulado para que toda a indústria brasileira se adeque aos novos limites máximos de emissão. O assunto, claro, ainda é alvo de muitas dúvidas. Mas, para esclarecê-las, elaboramos este artigo. Continue a leitura e entenda mais.

Entenda a norma Euro 6 e suas atualizações para a indústria brasileira

A Euro 6 trouxe mudanças importantes em relação à Euro 5. Embora as tecnologias dos motores sejam as mesmas, agora, devem ser usadas de maneira simultânea. São elas:

  • recirculação de gases da exaustão (EGR): reduz a temperatura da câmara de combustão e recircula os gases antes de emiti-los pelo escapamento;
  • redução catalítica seletiva (SCR): sistema que converte os gases do escapamento em vapor d’água e nitrogênio.

Em relação aos limites estipulados, as metas buscadas pela Euro 6 são bastante ambiciosas:

  • redução de 72% na emissão de hidrocarbonetos (limitando a 0,09 gramas para cada cavalo de potência a cada hora de funcionamento);
  • em relação ao enxofre, antes era aceito 0,02 ppm. Agora, o limite passa a ser 0,01 ppm;
  • para o nitrogênio, há a maior diferença, já que ele não pode ultrapassar o valor de 0,29 g/cv.

Para alcançar esses resultados, os fabricantes de motores a diesel precisaram rever algumas coisas em relação à fabricação. Mas não é apenas isso que garantirá a menor emissão de gases poluentes. É necessário também mudar o combustível utilizado na frota para um mais limpo, o diesel S10.

Proconve P-8 e Proconve MAR-1: conheça as normas aplicadas no Brasil

O Proconve P-8 é a versão brasileira da Euro 6. Entretanto é evidente que os veículos daqui circulam em condições diferentes dos europeus. As nossas estradas, por exemplo, exigem que os veículos sejam mais robustos. Não à toa que o Peso Bruto Total Combinado (PBTC) por aqui é maior que o permitido na Europa.

Mas não são apenas os veículos pesados rodoviários que estão sujeitos às normas. O Proconve MAR-1 estabelece limites de emissões para as novas máquinas agrícolas e de construção. Abaixo, separamos os principais pontos de cada uma das determinações. Confira.

Proconve P-8

O Proconve P-8 é a equivalente nacional ao Euro 6. Mas, além do limite de emissão de gases, a norma brasileira também abrange a redução de ruídos. Como mencionamos, o Proconve P-8 foi homologado em 2018 e tem um cronograma bem definido para que a indústria nacional se adapte às mudanças.

Em 2022, a fase abrangia as homologações de novos modelos de veículos que nunca obtiveram Licença para Uso da Configuração de Veículo ou Motor – LCVM. Já em 2023, isso se estende a todos os outros veículos citados na resolução.

Proconve MAR-1

Esta já teve uma implementação concluída em 2019, mas a sua primeira etapa começou bem antes, em 2015. A Proconve MAR-1 é uma legislação semelhante à norte-americana Tier 3 ou à europeia Stage IIIA e tem como objetivo reduzir em 85% a emissão de material particulado e em 75% a de NOx (óxidos de nitrogênio).

Assim como na frota de transporte rodoviário, as máquinas agrícolas e de construção demandam a utilização de diesel com baixo teor de enxofre, que apresenta uma curva de destilação melhor definida, além do maior número de cetano. Essa substituição não traz vantagens apenas no que diz respeito à sustentabilidade – quanto maior o número de cetanos menos poluente, mas também os veículos ganham um melhor desempenho, o que faz com que os avanços na tecnologia sejam usufruídos.

Saiba quais os impactos dessas normas na frota da indústria brasileira

Com base no que você leu até agora, já ficou claro que o impacto nas empresas de transporte e, também, nas agrícolas e de construção será grande a princípio. Um deles é em relação ao preço das máquinas novas, que aumenta uma vez que há mais tecnologia aplicada na fabricação. Ainda é preciso se adaptar aos sistemas EGR e SCR, conhecer sobre a central de controle do motor (ECU) e o diagnóstico de bordo (OBD). Acontece que esse desafio inicial se traduz rapidamente em benefícios para a frota.

Com um melhor aproveitamento da queima do diesel, o desempenho do motor será melhor. Essa diferencial impacta, também, na vida útil dos componentes, que tendem a aumentar. Em relação à manutenção, vale lembrar que cada fabricante determinará os cuidados necessários, já que isso pode variar de acordo com a OEM. Entretanto, devido aos novos componentes e tecnologias adicionados aos sistemas de injeção de combustível, esse é um ponto que certamente exigirá atenção dos profissionais.

A Euro 6 já é uma realidade e é preciso se adequar. Fora as inegáveis vantagens sociais e ambientais resultantes da diminuição da emissão de gases tóxicos e materiais particulados, a frota da indústria nacional também tem muito a ganhar. Economia de combustível, maior disponibilidade por conta do menor número de paradas para manutenção e, até mesmo, a extensão da vida útil dos lubrificantes utilizados são só alguns dos benefícios.

Continue acompanhando o nosso blog para ficar por dentro das novidades da indústria nacional. Lá você recebe atualizações e insights em primeira mão!

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