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Forno elétrico da siderurgia: como fazer a correta manutenção deste equipamento?

Como qualquer outro setor da indústria, a siderurgia também sentiu os impactos da crise do novo coronavírus. Entretanto, foi um dos primeiros a retomar o crescimento, sendo que o número de contratações no ano passado foi o maior registrado nos últimos 10 anos. Com a produção recuperando o ritmo, o foco volta para a capacidade operacional. E, mais uma vez, a disponibilidade dos equipamentos deve ser a prioridade dos gestores. Entre os principais, o alto forno e o forno elétrico, uma vez que a parada não programada de um deles pode interromper todo o parque fabril.

O colapso do forno elétrico não prejudica apenas a sequência direta das atividades, mas pode ter graves consequências no que diz respeito à segurança dos trabalhadores. O balancim hidráulico é o responsável por entornar o forno para o despejo da escória e do metal fundido na panela. Então, caso esse componente quebre, todo o material pode cair fora do local determinado. E, aqui, chamamos atenção para outro ponto: a qualidade dos insumos que serão utilizados na manutenção, que precisam ter propriedades específicas para suportar temperaturas elevadas.

Para entender melhor o que priorizar na hora da manutenção do forno elétrico da siderurgia, conversamos com os especialistas técnicos da PETRONAS. Neste artigo, João Luis Santanna e Eliézer Vasconcelos falam sobre as particularidades e as melhores práticas no trato com esse ativo. Acompanhe.

Forno elétrico da siderurgia: as particularidades deste equipamento

O forno elétrico, presente no processo de siderurgia primária, tem sua primeira particularidade exposta quando observamos sua utilização. Nele, vão apenas os metais reciclados, onde são fundidos a 1800 °C. Outra diferença para o alto forno, é que o elétrico trabalha por meio de bateladas (lotes) e não de forma contínua.

A sucata é colocada no forno elétrico com a ajuda de um guindaste. Com a matéria-prima já no interior do equipamento, este é fechado com uma tampa onde se encontra uma série de eletrodos. A corrente elétrica, então, passa por eles, formando um arco ― motivo pelo qual esse ativo pode ser chamado por alguns de forno de arco elétrico. O calor gerado funde o metal e, nesse momento, ligas ferrosas são adicionadas para dar ao aço as características desejadas. Junto a isso, cal e espatoflúor também entram em ação, mas com a missão de se combinar às impurezas e formar a escória.

Glossário de Lubrificação

O aço e a escória têm densidades diferentes, o que ajuda na separação do aço que irá para a siderurgia secundária, ou para o fundidor, dos rejeitos da reciclagem. O forno é, então, virado para que esses elementos sejam despejados em locais diferentes. Esse movimento é realizado pelo balancim que, de acordo com os especialistas, é um dos principais pontos de atenção para os profissionais da manutenção. “Esse sistema exige um fluido diferente, que seja resistente a fogo. Além disso, é preciso averiguar com frequência a calibração do balancim para evitar trancos, desperdício energético ou acidentes”, comenta João Luis Santanna.

O isolamento térmico, revestimento refratário e o controle constante da temperatura do forno elétrico são outros pontos destacados pelo especialista. “É necessário que o calor gerado pelo forno se mantenha dentro dele. Caso contrário, o desperdício energético é muito grande. Aquecer um ativo como esse, com energia elétrica, é bastante caro, por isso, é preciso ter certeza de que não há fuga de calor. Porém, a baixa temperatura também representa desperdício. Então, os controles devem ser inspecionados com frequência”, pontua João Luis.

As exigências em lubrificação do forno de arco elétrico

Os diferentes pontos de lubrificação do forno elétrico exigem características específicas dos lubrificantes utilizados. Embora, mancais de escora e engrenagens abertas demandem o uso de graxas, os dois sistemas têm necessidades diferentes. Enquanto os mancais exigem propriedades de extrema pressão e resistência à oxidação, as engrenagens necessitam de ótima proteção antidesgaste e antiferrugem.

As altas temperaturas e as constantes demandas por manutenção nos ativos fazem deste um dos setores com maior risco de incêndio. Consequentemente, com os valores mais altos para o seguro de equipamentos e planta industrial.

A utilização de óleos inadequados faz com que esse perigo aumente. Justamente por conta das temperaturas extremas, as quais é submetido, e por ser necessário nos ativos-chave da indústria, é fundamental que o fluido utilizado nos sistemas seja não inflamável.

Pensando neste cenário, a PETRONAS desenvolveu o fluido hidráulico PETRONAS Hydraulic FR. O lubrificante, além de todas as propriedades necessárias para o bom desempenho nos sistemas, possui um ponto de combustão bastante superior aos dos óleos comuns. Isso significa que, mesmo exposto por muito tempo às temperaturas escaldantes, não há o risco de incêndio nem a produção de gases tóxicos. A qualidade e segurança do produto são testadas e aprovadas pelo FM Approvals, entidade internacional de serviços de ensaios e certificações.

Entenda a importância da certificação FM Approvals para o setor siderúrgico

A FM Approvals é uma empresa ligada à companhia internacional de seguros FM Global, especializada na prevenção de sinistros patrimoniais. Por meio de ensaios e pesquisas científicas, testa produtos em condições extremas. A certificação FM Approved garante que o lubrificante foi rigorosamente testado e está em conformidade com os mais altos padrões de qualidade.

Essa certificação tem um impacto ainda maior na indústria: ao utilizar insumos submetidos à aprovação FM, o prêmio do seguro da empresa é reduzido, uma vez que o risco de explosões e incêndio do maquinário é eliminado.

A tecnologia utilizada pela PETRONAS na fabricação de seus produtos foi um dos temas da entrevista realizada pelo Inovação Industrial com o gerente técnico da Gerdau, Thiago Nakata. Confira a conversa na íntegra: [ENTREVISTA] GERDAU comenta importância da lubrificação na siderurgia e parceria estratégica com a PETRONAS.

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