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De acordo com dados do Observatório Metro-Ferroviário da Universidade Federal de Santa Catarina, vagões do tipo FFF podem chegar a um peso total de 120 toneladas, sendo 30t de tara e 70t de capacidade. Ou seja, as altas cargas exigem que a lubrificação dos trilhos esteja sempre em dia para que a produtividade se mantenha. Isso porque haverá um menor atrito entre eles e a flange das rodas do trem, o que resulta, até mesmo, em economia de combustível.
Mas não é apenas nesse ponto que a lubrificação dos trilhos se mostra uma prática importante para qualquer empresa do segmento. Ou, ainda, para aquelas que utilizam locomotivas na planta industrial, como é o caso dos carros-torpedos da siderurgia. Neste artigo, você verá outras vantagens de instituir um plano eficiente e, também, como tudo isso se traduz em produtividade nas ferrovias. Acompanhe!
Confira a importância da lubrificação dos trilhos do sistema ferroviário
Como em qualquer atividade industrial, os cuidados de manutenção tem o objetivo de aumentar a vida útil dos materiais e manter a produção funcionando do modo que foi estipulada. Qualquer colapso leva a uma parada não programada que acarreta outros problemas: deslocamento da equipe em caráter emergencial, custos fora do orçamento e, claro, a interrupção das atividades.
No sistema ferroviário, embora os trilhos não sejam parte dos equipamentos, merecem atenção especial por conta da alta carga transportada sobre eles. Um dos primeiros pontos que se pode observar quando a lubrificação deles é bem feita é o aumento da durabilidade, tanto do material rodante quanto dos trilhos. Isso acontece porque é prolongado o período de esmerilhamento (no caso dos trilhos) e de perfilamento (relacionado às rodas).
Nesse sentido, um estudo da Associação de Ferrovias Americanas apontou que, quando há a correta lubrificação dos trilhos, eles conseguem aguentar até o dobro da tonelagem antes de precisarem ser substituídos do que aqueles que não recebem esse cuidado. Além dos ganhos econômicos, tudo isso ainda traz um impacto socioambiental positivo. Isso ocorre por conta da menor necessidade de substituição de peças e, também, pela da redução de emissão de gases poluentes, uma vez que há menos consumo de combustível.
Saiba como é feita a lubrificação dos trilhos
Comumente, ela pode ocorrer de duas maneiras: a embarcada ou não embarcada. No primeiro modelo, a lubrificação e o sistema responsável por ela são acoplados em vagões. Aqui, pode-se utilizar lubrificantes sólidos diretamente na flange da roda, spray de óleo, ejeção de graxas industriais, entre outros métodos que variam a depender da empresa.
Já no segundo, o lubrificador, como é denominado o equipamento necessário para esse trabalho, fica localizado nas laterais das vias férreas, normalmente posicionado antes de uma curva. Nesse modelo bastante comum no transporte de mercadorias no país, é utilizado um sensor que identifica a passagem das rodas sobre o trilho. Após, o lubrificante é ejetado por meio de mangueiras diretamente no canto da bitola.
Entenda como isso impacta na produtividade das concessionárias ferroviárias
A parada de um trem por conta de problemas relacionados à falta de lubrificação nos trilhos é um cenário que deve ser evitado a todo custo. Como mencionamos no início deste artigo, um único vagão pode transportar até 70 toneladas de carga. Considerando que uma locomotiva moderna tem tração para puxar até 100 vagões, dá para imaginar quanta mercadoria imobilizada ficaria sobre os trilhos.
Desse modo, o primeiro impacto da correta lubrificação se mostra por meio da ininterrupção dos trabalhos. Aumenta-se, também, a confiabilidade nos sistemas. Isso significa ter a certeza de que uma locomotiva não falhará durante as operações. Conheça o cálculo que mensura a confiabilidade de um ativo neste link.
Outro ponto que se deve destacar é em relação ao trabalho dos profissionais de manutenção. Em uma concessionária ferroviária, não são apenas os trilhos que exigem atenção. Fora eles, uma série de componentes precisa de acompanhamento constante em relação ao desgaste e vida útil. Portanto, evitar paradas não programadas é uma forma de otimizar, também, a rotina dessa equipe.
Saiba como o lubrificante correto auxilia na busca pela produtividade
Realizar a indicação acertada de um lubrificante é sempre um assunto delicado. Isso porque uma série de fatores deve ser considerada. Entre eles, necessidade do maquinário, cargas, velocidade e condições de operação, tipo de atrito e normas industriais e, inclusive, quais os objetivos da concessionária ― estender os períodos de relubrificação ou combater o desgaste excessivo, por exemplo. Dessa forma, a correta lubrificação dos trilhos pode ser uma tarefa muito mais complexa do que parece.
Não à toa, muitos gestores têm recorrido à assistência técnica em lubrificação para alcançar melhores resultados. Ao contactar o serviço, o cliente recebe a visita de uma equipe especializada, que realiza as seguintes atividades:
- cataloga todos os ativos disponíveis e identifica os principais pontos de lubrificação deles;
- analisa o desempenho do ativo e a compatibilidade do fluido que vem sendo utilizado. Essa etapa é importante para direcionar o setor de compras na aquisição dos insumos corretos;
- elabora, por fim, um plano de lubrificação industrial, focado em reduzir o desperdício e estender a vida útil tanto de equipamentos quanto do próprio óleo utilizado.
Os profissionais realizam, inclusive, análises constantes do fluido. O principal objetivo é garantir maior vida útil para o óleo e aumentar o intervalo entre as trocas. Com isso, ganha-se maior disponibilidade dos ativos e, claro, produtividade.
Agora que você já entende qual a relação entre a lubrificação de trilhos e a performance das ferroviárias, leia também o artigo “Qual a importância das OEMs na escolha do lubrificante industrial?”. Aproveite e cadastre-se no nosso canal exclusivo no Telegram para receber nossas dicas e insights em primeira mão!