As empilhadeiras-retomadoras, também conhecidas como retomadoras de minério, são ativos importantes para a eficiência operacional de uma mineradora. Isso porque o trabalho desempenhado por elas ― transferir o material processado para os vagões ou estocagem ― pode até ser feito por caminhões ou escavadeiras. Mas estamos falando da operação em pátios com pilhas de toneladas de produto. Então, utilizar veículos menores torna essa tarefa lenta e bastante custosa.
“O tamanho da retomadora permite, inclusive, o melhor aproveitamento do pátio, uma vez que as pilhas de minério podem ser enormes. Algumas chegam a ser maiores que muitos prédios. Com veículos comuns, isso não seria tão simples”, comenta Rafael Tavares, especialista técnico da PETRONAS.
Para falar sobre os sistemas das empilhadeiras-retomadoras que mais exigem atenção, conversamos, também, com o engenheiro e executivo de serviços técnicos da PETRONAS, Eliézer Vasconcelos. Acompanhe as indicações dos especialistas.
Lubrificação de empilhadeiras-retomadoras: os principais pontos de atenção
Por ser um equipamento bastante robusto, os pontos de lubrificação da empilhadeira-retomadora são muitos. Mas, segundo Tavares, ao analisarmos a máquina de forma compartimentada, podemos perceber que ela não exige uma grande variedade de lubrificantes.
Esteiras transportadoras
De acordo com Tavares, os principais pontos de lubrificação neste sistema são os rolamentos das esteiras que carregam o minério processado.
“As graxas utilizadas precisam resistir à carga e rotação elevada. O produto deve ser compatível com as recomendações do fabricante. Mas existem aplicações tanto das de complexo de lítio quanto das de complexo de lítio com bissulfeto. Isso depende muito, também, da velocidade de operação”, pontua.
A graxa deve ter um desempenho superior por conta da carga, que eleva a temperatura do equipamento. Esses fatores fazem com que o filme protetor se rompa, deixando as faces de metal em contato. Entretanto, a aplicação não deve ser excessiva, sob o risco de prejudicar a estabilidade mecânica dos rolamentos. Um dos produtos indicados é o PETRONAS Grease LiX MEP, uma graxa de complexo de lítio com lubrificante sólido. Aditivada com propriedades que a tornam apta para o trabalho em extrema pressão, foi desenvolvida para o uso severo onde há movimentos oscilantes ou rotativos.
Redutores
Eles atuam diminuindo a velocidade do motor principal para que ele alcance o torque e a rotação adequados. Então, é natural que esses componentes ganhem prioridade na manutenção das empilhadeiras-retomadoras.
“Nos redutores, a indicação geral é por lubrificantes minerais. Mas, em relação à viscosidade, cada um tem uma exigência. Isso porque, para determiná-la, é preciso examinar alguns fatores, como a rotação e carga”, observa Tavares.
Para esse sistema, os especialistas recomendam a aplicação do PETRONAS Gear MEP, um fluido desenvolvido especialmente para redutores e caixas de transmissão. Formulado a partir de óleos minerais de alta qualidade, possui aditivos importantes para a operação severa a qual o redutor da empilhadeira-retomadora está exposto. Entre os principais, antidesgaste, antiferrugem, antiespuma e inibidores de extrema pressão.
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Sistemas hidráulicos
“Já existem empilhadeiras-retomadoras que não utilizam cabos, mas, sim, sistemas hidráulicos auxiliares para acionamentos da roda da pá; da correia da lança, correia intermediária; giro; e da própria locomoção da recuperadora, o que torna o ativo mais seguro”, explica Eliézer Vasconcelos. Se a retomadora de minério for desse modelo, a parte hidráulica deve receber atenção especial dos profissionais da manutenção. Inclusive, por questões de segurança dos colaboradores que a operam. Outro ponto que a torna tão sensível é que ela tem impacto direto no consumo de energia do equipamento.
De acordo com os especialistas consultados, o PETRONAS Hydraulic ESF é o fluido hidráulico mais indicado para esses sistemas. A formulação semissintética inclui óleos básicos rigorosamente selecionados, enriquecidos com melhorador de viscosidade ― polímeros orgânicos solúveis em óleo que o “engrossam” na medida em que ele aquece, de acordo com a temperatura operacional. Outros aditivos presentes são os antidesgaste, antioxidantes, antiferrugem e antiespuma.
Em relação ao consumo, proporciona uma redução direta de até 6% no consumo de combustível de equipamentos móveis. Já nos fixos, o desempenho é ainda superior: 10% de economia de energia.
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Análise do óleo: uma forte aliada da produtividade
Mesmo que não sejam usados muitos lubrificantes, isso não significa que a manutenção da empilhadeira-retomadora seja mais simples. A parada de uma retomadora de minério pode prejudicar a cadeia produtiva ao interromper o abastecimento dos vagões ou estoques. E, como vimos, os caminhões e escavadeiras, nem de longe, conseguem transportar tanto material processado quanto um equipamento como esse.
Portanto, o colapso da empilhadeira-retomadora deve ser evitado a todo custo. Até porque isso não coloca apenas a produtividade em xeque mas, também, a lucratividade, visto o alto custo envolvido nos consertos. Outro ponto que não pode ser deixado de lado, de acordo com os especialistas da PETRONAS, são as dificuldades logísticas. Por operar em um ambiente hostil e de difícil acesso, o deslocamento de uma equipe para manutenções corretivas demanda tempo e, claro, mais recursos.
Por isso, eles chamam a atenção para outro cuidado preventivo importante: a análise do óleo. A partir dos testes, é possível saber o real estado do lubrificante utilizado e, inclusive, monitorar sua performance. Assim, também fica mais fácil encontrar irregularidades no desempenho que, se não corrigidas a tempo, podem ser a causa raiz de falhas graves.
A PETRONAS desenvolveu seu próprio método de análise de óleo, o LubTime. O objetivo é monitorar o lubrificante periodicamente. Com base na avaliação dos resultados dos ensaios laboratoriais, é definida uma extensão da troca do fluido, tudo de forma segura e sem expor os equipamentos a riscos. Para saber todos os detalhes desse serviço, confira o artigo neste link.
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