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Por que a governança corporativa é essencial na área de compras?

O conceito de governança corporativa não é novidade para a indústria. Afinal, todos os negócios precisam ser guiados por processos claros, políticas e regras que determinam como a empresa deve ser gerida. Entretanto, essa visão pode ser um pouco generalista quando falamos de organizações maiores, com departamentos bem delimitados. O setor de compras é um bom exemplo de como é preciso instituir normas e posicionamentos específicos para cada área.

Na verdade, o setor de suprimentos tem conquistado protagonismo quando o assunto é a adoção de processos que garantam a transparência e a responsabilidade corporativa. E não é para menos: essa área tem papel fundamental no relacionamento da indústria com seus stakeholders e, também, no saving financeiro. A seguir, você confere mais detalhes do porquê a governança corporativa estar tão em voga nesse departamento.

Governança corporativa: qual a relação com o setor de compras?

Em 2016, grandes líderes da indústria norte-americana assinaram um documento intitulado “Commonsense Principles of Corporate Governance”. O objetivo era promover mais transparência na relação das organizações com o público, por meio de políticas efetivas. A governança corporativa é baseada em 4 pilares. São eles:

  • responsabilidade social e ambiental: a visão precisa ser ampla e ir além dos deveres legais e fiscais, levando em conta todo o impacto socioambiental da empresa;
  • transparência: as informações devem estar disponíveis não apenas aos envolvidos, mas a todos que possam se interessar por elas;
  • equidade: dos sócios ao chão de fábrica, o tratamento dispensado deve ser o mesmo, não fazendo distinções quanto ao cargo;
  • prestação de contas: todas as atividades devem ser relatadas de forma clara e concisa.

Empresas de todos os setores aderiram à proposta. Na sequência, esses pilares foram implementados, especificamente, na área de compras. Um bom exemplo da adoção de novas metodologias é o crescimento do procurement. Mas por que o foco está todo nesse departamento?

A resposta é simples: é ele quem está em contato direto com fornecedores, clientes e as negociações são rotina para quem trabalha nele. Portanto, instituir as práticas da governança corporativa é uma forma de inibir fraudes e posicionar-se como um parceiro confiável. Entretanto, adotar essas políticas também tem uma grande importância quando falamos nos aspectos internos da indústria.

A importância de adotar políticas no combate e prevenção a fraudes

Como você viu acima, a transparência é um dos pilares fundamentais da governança, que vale para todos os envolvidos na organização. Essa medida é fundamental para a segurança da empresa, pois é no setor de compras que muitas fraudes podem ser cometidas. Uma pesquisa da Price Waterhouse Coopers (PWC), realizada com 7.200 participantes de 123 países, revelou que metade das companhias entrevistadas havia sido vítima de fraude ou crime financeiro.

O estudo, feito em 2018, mostrou um aumento de 36% em relação aos resultados obtidos em 2016. No Brasil, o número passou de 12% para 50%. As irregularidades nesse setor correspondem a 34% dos casos, perdendo apenas para o roubo de ativos (51%).

Já em relação às pessoas que mais cometem fraudes, o levantamento O Perfil Global do Fraudador, que analisou 750 casos em 81 países, mostrou que as fraudes se dão, em sua maioria, por influências externas, como no caso dos fornecedores. Normalmente, quando o fraudador age sozinho, é descoberto rapidamente nas auditorias internas.

Inibir as ações fraudulentas é um dos principais objetivos de adotar a governança corporativa em compras, uma vez que as políticas visam a fomentar a confiança entre as partes. Quando instituída, reduz os conflitos de interesse que possam existir, já que todas as negociações e contratos são acompanhados e monitorados por todos os envolvidos.

Checklist: Contrato de fornecedores industriais

Como implementar a governança corporativa em compras

A tecnologia tem se mostrado uma grande aliada do setor de compras. Por meio dela, é possível interligar as áreas da empresa e ter em mãos as informações do estoque, em tempo real. Além disso, é com ela que os responsáveis contam na hora de realizar o benchmark e ter acesso aos dados compartilhados entre diferentes organizações. Dessa forma, adotá-la é fundamental, também, para a instituição da governança corporativa.

Claro que a tecnologia pode ser uma excelente ferramenta na missão de garantir o cumprimento dos pilares, mas o fator humano ainda é indispensável. É preciso que os gestores instituam um comitê de monitoramento, que ficará responsável por apurar as transações e convocar auditorias periódicas.

Suprimentos na era da transformação

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