Manutenção Industrial

O que todo gerente de manutenção precisa saber sobre lubrificação?

Dentre todas as atividades de um gerente de manutenção, manter a lubrificação dos equipamentos em dia é uma das principais. Afinal, ela tem participação significativa na disponibilidade dos ativos, no aumento da vida útil das peças e pode garantir muita economia. Entretanto, é preciso enfatizar que gerir esse trabalho nem sempre é fácil. Conhecer as particularidades não só das máquinas, como também dos lubrificantes, exige cuidado e muito estudo por parte dos gestores.

Para facilitar a administração dessa atividade, reunimos, neste artigo, os principais tópicos sobre lubrificação industrial. Você entenderá o que deve ser considerado na hora de escolher os insumos e, claro, o que fazer para que esse trabalho cumpra seu propósito. Acompanhe!

Entenda quais as funções da lubrificação nos equipamentos

Obviamente, a redução do atrito entre as faces de metal é a função primária de todo e qualquer lubrificante. Mas eles vão muito além, sendo responsáveis, também, por resfriar os componentes, limpá-los e protegê-los do desgaste. Em sistemas hidráulicos, são ainda encarregados de transmitir a energia.

Entretanto, para que todas essas funções sejam cumpridas, a lubrificação precisa seguir o chamado “princípio correto”. Este determina que os fluidos devem estar de acordo com 4 critérios:

  1. lubrificante adequado;
  2. aplicado no local certo;
  3. no momento oportuno;
  4. na quantidade exata.

Estar atento a esses requisitos já dá uma boa base para que a lubrificação do equipamento seja acertada. Por outro lado, ter ciência deles é apenas o começo para uma manutenção eficiente. Veja, a seguir, outros detalhes que todo gestor precisa conhecer.

Gestão da lubrificação: os principais pontos de atenção

A lubrificação, por si só, implica uma série de tarefas e exige controle rígido do gerente de manutenção. Adiante, falaremos melhor sobre o plano que pode ser instituído para coordená-las. Mas, antes disso, é preciso conhecer alguns detalhes técnicos a respeito desses insumos.

Viscosidade

Sem dúvidas, a principal característica de um lubrificante e o primeiro parâmetro a ser considerado na hora da compra. Basicamente, a viscosidade é a medida da resistência do líquido ao escoamento sob determinada temperatura. Sua importância se deve ao fato de estar diretamente relacionada às condições de operação do equipamento. Portanto, sua escolha se baseia no tipo de serviço desempenhado pela máquina, do clima, ambiente e aplicação. 

Lubrificantes de viscosidade baixa podem ser insuficientes para manter o filme que separa as faces de metal. Por outro lado, são recomendados em equipamentos que operam em baixas temperaturas ou exigem a rápida circulação do óleo nas partidas a frio. Enquanto isso, os mais viscosos são indicados para partes que trabalham com altas cargas. Assim, mesmo sob extrema pressão, a película lubrificante não se rompe, o que garante a proteção dos componentes.

Leia também: Entenda a classificação de viscosidade de lubrificantes para escolher o ideal

Aditivos

O óleo lubrificante pode ser de origem mineral ou sintético. Mas, independente da base, todos precisam ser enriquecidos com aditivos. São eles que mudam quimicamente a estrutura do fluido, conferindo outras propriedades que melhoram o desempenho. Alguns dos mais presentes nos produtos industriais são:

  • Antioxidantes: inibe a oxidação por conta da altas temperaturas, proporcionando uma vida útil maior ao óleo;
  • Extrema pressão: evita a soldagem e o desgaste superficial ao reduzir o atrito, mesmo sob altas cargas;
  • Melhorador de índice de viscosidade: reduz a variação de viscosidade sob mudanças de temperatura;
  • Abaixadores do ponto de mínima fluidez: permitem a operação em baixas temperaturas;
  • Antiespuma: remove o ar do lubrificante, que compromete a sua estabilidade;
  • Detergente: protegem as superfícies e limpam os depósitos.

Cada equipamento requer um cuidado diferente. E, por vezes, produtos derivados do mesmo óleo podem ter aplicações totalmente distintas por conta dos aditivos. Assim, o melhor guia para saber quais as necessidades de lubrificação do maquinário continua sendo o manual de instruções. Lá estarão todas as informações a respeito do desempenho esperado e especificações recomendadas dos insumos.

Saiba mais: Conheça a importância dos aditivos para óleos lubrificantes

Armazenagem

Saindo dos quesitos técnicos, vamos tratar um pouco mais sobre outra responsabilidade do gerente de manutenção: a estocagem dos lubrificantes. Essa etapa exige cuidado, uma vez que grande parte dos casos de contaminação acontece durante o manuseio e alocação dos recipientes. Os fluidos são bastante sensíveis à variação de temperatura e umidade, fazendo com que esses fatores sejam rigorosamente acompanhados.

Para a gestão do estoque, o método FIFO (“first in, first out”) é um dos mais utilizados por garantir que o óleo esteja sempre “fresco”. Assim, elimina os riscos de deterioração causados pela estocagem prolongada. A armazenagem dos lubrificantes é um assunto complexo e que envolve uma série de cuidados.

Armazenagem e manuseio de lubrificantes

Aprenda a elaborar um plano de lubrificação em 4 passos

Esse plano é onde o gerente de manutenção irá elencar todos os processos, equipamentos, produtos, prazos e demais atividades voltadas à lubrificação do maquinário.

É claro que elaborar um plano completo e detalhado é uma tarefa complexa e que deve levar em conta muitas das características do negócio. Entretanto, 4 passos são fundamentais na criação de um guia de lubrificação eficiente.

1. Relatório de equipamentos e pontos de lubrificação

Essa primeira etapa é, certamente, a mais importante. É nela que será feito o levantamento de todos os ativos da planta que devem constar no plano de lubrificação. Após isso, todos devem ter seus pontos de atenção detalhados, assim como o insumo utilizado e o intervalo de troca.

Nesse momento, o gerente de manutenção deve contar com dois auxílios essenciais: um engenheiro especialista e o manual do fabricante. Este, por sinal, precisa ser sempre consultado antes de qualquer rotina com os equipamentos.

2. Digitalização das informações coletadas

É fundamental contar com o apoio da tecnologia para que o plano de lubrificação seja eficiente. Com o grande volume de dados coletados, junto às instruções detalhadas sobre rotinas e prazos, ter um software de gestão reduz a chance de erros.

Uma ferramenta de qualidade será capaz de processar corretamente todos os dados inseridos e desenvolver o mapeamento de modo adequado. Além disso, pode facilitar o compartilhamento das informações. Assim, o setor de suprimentos fica a par das necessidades de lubrificação e pode programar melhor as compras.

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3. Identificação dos produtos e controle da lubrificação

A contaminação cruzada, que ocorre quando se misturam dois lubrificantes diferentes, pode trazer grandes prejuízos para a indústria. Para evitá-la, todos os tambores devem ter rótulos e etiquetas claras, que garantam a identificação correta do produto. É recomendado evitar métodos de rotulagem ilegíveis ou com possibilidade de se desgastarem com o tempo.

Nessa etapa, é preciso estabelecer todos os detalhes do lubrificante que será utilizado. Isso é importante para evitar problemas decorrentes do uso indevido. 

4. Treinamento

Para que o plano de lubrificação apresente os resultados esperados, o gerente de manutenção deve investir no seu cumprimento. Mesmo que a elaboração seja sua responsabilidade, esse documento precisa ser compartilhado com todos que trabalham diretamente com os equipamentos, inclusive os operadores. Eles são grandes aliados da equipe de manutenção e podem relatar aspectos importantes, como vibrações ou ruídos anormais.

Por esse motivo, o treinamento dos colaboradores também é um dos passos que deve ser considerado durante a criação do plano. Essa já é uma prática adotada pelo agronegócio, que aproveita as entressafras para investir na qualificação dos profissionais.

Para conhecer mais detalhes sobre o assunto, confira o material Plano de Lubrificação Industrial: o guia completo para gestores, elaborado pelo Inovação Industrial em parceria com os especialistas da PETRONAS Lubricants Internacional.

Plano de lubrificação industrial

Como você pôde ver, o gerente de manutenção precisa ter um bom conhecimento sobre lubrificantes industriais para garantir as rotinas adequadas. Ao longo deste material, diversos outros conteúdos foram indicados para complementar a leitura e dar mais segurança na hora de estruturar suas ações. Continue acompanhando o Inovação Industrial para mais artigos sobre manutenção e o mercado B2B.

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