No setor sucroenergético, o custo dos insumos industriais é motivo de preocupação constante. Por esse motivo, a gestão de fornecedores precisa ser rigorosa. Logística, prazos e condições de pagamento, valor agregado, cumprimento dos termos do acordo, homologação… são muitas as atividades que envolvem esse gerenciamento e, grande parte das vezes, algumas delas se tornam verdadeiros desafios.
E é para falar melhor sobre essas dificuldades que criamos este artigo. Nele, você verá como a gestão de fornecedores pode ser a chave para superá-las. Acompanhe.
Os 4 principais desafios da gestão de fornecedores no setor sucroenergético
Em qualquer segmento do agronegócio, a safra exige cuidado e paciência. Mas acontece que o setor sucroenergético demanda ainda mais esforços. Afinal, do plantio à colheita da cana ― cujo bagaço servirá de matéria-prima para a geração de energia ―, existe uma janela de 18 meses até o primeiro corte. Ou seja: a gestão empresarial deve ser eficiente e o planejamento de todas as ações é fator decisivo na busca pela lucratividade.
O setor de compras, por sua vez, tem papel fundamental em alcançar essa meta. Isso porque os gastos fixos desse setor são responsáveis por consumir boa parte do orçamento. Isso faz com que o saving conquistado nas negociações ganhe mais importância. E, aqui, temos o primeiro desafio da gestão de fornecedores. Confira abaixo.
1. Olhar além do saving
Esse ainda é um dos indicadores mais relevantes para a área de compras. Entretanto, para quem quer utilizar a gestão de fornecedores de forma estratégica, ele deve ter um peso um pouco menor. No setor sucroenergético, o custo-benefício é que tem sido cada vez mais buscado e, para isso, contar com fornecedores que atuem como mais que meros vendedores de insumos faz toda a diferença.
A compra de lubrificantes é um bom exemplo. Em entrevista ao Portal Inovação Industrial, o gerente de manutenção da Usina Coruripe, Alberto Toledo, comentou acerca do assunto: “No caso dos lubrificantes sintéticos, por exemplo, quando eu aplico no maquinário um produto de ponta, ele vai gerar um custo menor de operação e uma disponibilidade dos ativos maior, uma vez que irão parar menos e produzir mais. O ganho operacional é maior, o que leva a uma redução de custos significativa.”
2. Diminuir a dependência de insumos importados
Esse não é um assunto novo, mas segue sendo um dos mais importantes quando falamos na gestão de fornecedores do setor sucroenergético. Assim como outras áreas do agronegócio, a produção de cana sofreu um grande impacto com a subida nos preços dos defensivos agrícolas. Pandemia, crise na Ucrânia e outros entraves encareceram a produção e, mesmo agora em 2023, há quem diga que o país corre o risco de um “apagão” de insumos na próxima safra.
Não à toa, a regionalização do fornecimento tem sido a saída mais buscada pelas áreas de compras do setor sucroenergético. Mesmo que não seja possível nacionalizar 100% dos produtos necessários, é preciso reduzir ao máximo a participação estrangeira no abastecimento. Os derivados de petróleo, como graxas e lubrificantes, ao contrário de muitos fertilizantes e defensivos agrícolas, já contam com fornecedores expressivos no Brasil. Portanto recorrer a esses parceiros pode proteger a indústria de variações na oferta de óleos básicos.
3. Instituir o compliance
Ainda é comum encontrar compradores que tratam o bom relacionamento com o fornecedor como fator decisório. Porém essa é uma atitude arriscada e que vem sendo combatida por meio do compliance em compras. O termo tem origem no inglês “to comply” que, em tradução literal, significa “cumprir”. Ele é um documento onde há total transparência sobre as regras e normas que devem ser seguidas por todos que fazem parte da empresa.
O assunto ganhou evidência a partir de 2013, quando foi sancionada a Lei Anticorrupção. Esta coloca sobre pessoas jurídicas a responsabilidade por práticas ilícitas cometidas por funcionários e quaisquer outros que estejam envolvidos na atividade ― terceirizados e fornecedores, por exemplo. Para quem lida com o plantio da cana-de-açúcar, há também as questões que envolvem o Proconve MAR-1, versão brasileira da Euro 6 para veículos agrícolas. Dessa forma, a gestão de fornecedores deve considerar aqueles que estão em consonância com essa regra, especialmente no caso da compra de lubrificantes.
4. Mudar os processos internos
Fornecedores não homologados, contratos perto do vencimento, erros nas entregas e outras adversidades semelhantes a essas ainda fazem parte da rotina de muitos compradores do setor sucroenergético. Olhando de perto esses casos, é possível ver que eles têm um ponto em comum: processos internos antigos, documentos não digitalizados e controles manuais.
Leia também: Digitalização de suprimentos no campo: barreiras e vantagens.
Por isso, uma gestão de fornecedores eficiente passa, necessariamente, por uma revisão desses fluxos. A boa notícia é que a Indústria 4.0 não levou a tecnologia apenas para o maquinário e para as manutenções preditivas, mas também para os departamentos gerenciais. Por meio de softwares específicos, dá para acompanhar a parceria de perto, avaliando os fornecedores e gerindo contratos de forma simples.
Neste artigo, buscamos trazer os principais desafios e, também, ajudar os gestores e compradores a superá-los. Afinal, a gestão de fornecedores, quando realizada de maneira eficiente, é capaz de alçar o setor de suprimentos a um patamar mais estratégico. Para o setor sucroenergético, isso é ainda mais importante, uma vez que a lucratividade não depende exclusivamente do desempenho da safra, mas, em boa parte, de ações inteligentes e planejadas na aquisição de insumos.
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