Lubrificação

Lubrificantes com grau alimentício: como eles funcionam?

Em todos os setores da indústria, os vazamentos são uma preocupação constante. No setor alimentício, entretanto, a atenção deve ser redobrada, uma vez que este problema não afeta apenas os cofres da empresa, mas coloca em xeque a qualidade e segurança dos produtos. Neste segmento, a escolha de insumos, como o lubrificante de grau alimentício, deve ser ainda mais criteriosa.

Como você pode imaginar, este tipo de produto deve obedecer a uma série de exigências e especificações. Além dos critérios básicos de desempenho recomendado pelas OEMs, o fluido utilizado na indústria de alimentos também precisa de certificações especiais, como a concedida pela NSF International (National Sanitation Foundation). O processo para autorizar a comercialização do produto é bastante rígido e, por isso, poucas marcas têm o lubrificante alimentício em seu portfólio.

Para saber mais sobre esse tipo de lubrificante, conversamos com o consultor técnico da PETRONAS, João Luís Sant’anna, que explicou como é feita a classificação dos produtos e os caminhos que o levam do laboratório à indústria.

Lubrificante alimentício: quais as diferenças para os demais fluidos?

Os lubrificantes utilizados no segmento de alimentos e medicamentos devem oferecer proteção semelhante aos utilizados em outros setores da indústria. Isso quer dizer que devem proteger as superfícies contra atrito e desgaste, calor, corrosão e depósitos de borra. Por outro lado, estão expostos à circunstâncias que, nem sempre, são comuns a outros setores, como processos químicos, bactérias e vapor, sendo imprescindível que tenham resistência à degradação nessas condições.

Os fluidos precisam ser seguros, caso haja o contato acidental com o alimento. Essa, claro, é a diferença mais significativa que pode ser citada entre os demais lubrificantes. Entretanto, para quem o produz, as discrepâncias são muitas. 

A começar pela aprovação do produto. “A ANP (Agência Nacional do Petróleo) é quem regulamenta a comercialização de todo e qualquer lubrificante presente no mercado brasileiro. Os alimentícios, claro, também precisam desse aval. Porém, para consegui-la, uma série de outras exigências precisam ser atendidas”, explica João Luís.

De acordo com a Resolução 804 da ANP, devem ser apresentados “(…) certificados de que o produto e o produtor atendem à norma ISO 21469 – Safety of Machinery – Lubricants with Incidental Product Contact – Hygiene Requirements, no caso de óleos e graxas lubrificantes para aplicações que requeiram especificação sobre contato alimentar incidental”. Tal norma garante que o lubrificante pode ser comercializado como grau alimentício e envolve testes de composição, avalia os riscos de fabricação e auditora as instalações para garantir que o produto cumpre todos os requisitos de segurança alimentar. Ou seja: conseguir a aprovação junto ao órgão nacional é apenas o final de um longo processo de testes e avaliações. 

Certificação ISO 21469 e NSF International: prova incontestável de qualidade

Qualquer lubrificante alimentício deve ostentar no rótulo a marca “NSF ISO 21469”. Esse é o indicativo de que o fluido pode ser usado em equipamentos ligados ao processamento de alimentos, e que é seguro no caso de contato com o produto. A concessão desta certificação é feita por meio da NSF Internacional, que designa um profissional para acompanhar e supervisionar todo o processo.

O órgão classifica os lubrificantes em três categorias:

  • H1: utilizados em locais onde há chance de contato acidental com alimentos. Esses fluidos devem ser compostos apenas por um produto base, aditivos e espessantes (no caso das graxas) listados na 21 CFR 178.3750;
  • H2: aqui, não há possibilidade de contato com produtos alimentícios. Por conta disso, não há uma lista de substâncias a ser seguida, mas é vetado o uso intencional de metais pesados na composição;
  • H3: esses são conhecidos como “comestíveis” e são, de fato, seguros para o consumo humano. Esses lubrificantes são utilizados para limpar e evitar ferrugem em carrinhos, ganhos e outros componentes do maquinário.

“É interessante ressaltar que a certificação não diz respeito apenas ao produto final, mas também ao local de produção. A NSF acompanha o passo a passo da composição para garantir que nenhum fator contaminante possa interferir na segurança do lubrificante”, pontua Sant’anna.

Glossário de Lubrificação

PETRONAS Compressor R SYN FG Series: produção nacional certificada internacionalmente

Ao fim do processo de certificação, uma carta da NSF é enviada para o local de produção avaliado. “A carta é a prova, em caso de fiscalização, de que o lubrificante, o local e o processo de fabricação, atendem aos requisitos do ISO 21469”, comenta o consultor técnico.

O laboratório da PETRONAS instalado na fábrica da companhia em Contagem, Minas Gerais, ostenta esse documento. Ele foi emitido após o fluido Compressor R SYN FG, utilizado em compressores de câmaras frigoríficas, ser submetido à avaliação do órgão americano e ter sido aprovado nos critérios técnicos estabelecidos pela norma. Feito a partir de óleo básico sintético, o lubrificante foi enriquecido com antioxidantes, antiespumantes e proporciona um excelente controle de depósitos e verniz.

Uma das particularidades do PETRONAS Compressor R SYN FG está na sua adaptabilidade às características da produção de alimentos ou medicamentos. Diferente de outros fluidos, sua formulação preza por manter um ponto de fluidez extremamente baixo, o que evita a formação de depósitos no evaporador.

Além da qualidade comprovada pela NSF e pelo ISO 6743-3: DRA, outro diferencial importante merece destaque. Com a produção do lubrificante acontecendo no Brasil, o mercado consumidor não fica à mercê das variações que impactam na importação de produtos, como tem acontecido em alguns setores pelas restrições impostas por conta da pandemia de Covid-19.

João Luís ressalta que a produção nacional também dá mais segurança ao comprador, que tem acesso facilitado ao suporte técnico. “No caso dos produtos importados, qualquer questionamento ou necessidade do cliente pode levar algum tempo até ser solucionado, considerando as dificuldades de contato e, até mesmo, do idioma.”

Para conhecer todos os detalhes técnicos do PETRONAS Compressor R SYN FG, acesse a ficha do produto neste link. Se você quer contar com a qualidade comprovada dos produtos PETRONAS na sua planta industrial, entre em contato!

Você também vai gostar

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×
Next Article:

0 %