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Uma das tarefas mais importantes da manutenção de equipamentos industriais é a lubrificação. O lubrificante funciona como uma camada protetora, reduzindo o atrito entre superfícies e protegendo contra efeitos corrosivos, o que prolonga a vida útil do maquinário e contribui para sua eficiência operacional. No entanto, nada adiantará se não houver uma correta identificação dos pontos de lubrificação. Por quê?
Acontece que, além de saber o local correto, é importante aplicar o lubrificante mais adequado, na quantidade certa e no momento exato. A identificação serve para determinar essas questões. Infelizmente, muitas empresas pulam esse planejamento, e acabam desperdiçando produtos e recursos e comprometendo a integridade dos equipamentos.
Neste artigo vamos apontar diferentes maneiras de identificar esses pontos de lubrificação. Acompanhe!
O que são pontos de lubrificação?
Pontos de lubrificação são locais específicos nos equipamentos onde serão aplicados os produtos lubrificantes. São componentes e superfícies que normalmente estão expostos a agentes nocivos e precisam de proteção contra algum tipo de corrosão ou sofrem atritos que podem gerar desgaste, aquecimento e outros danos.
Por que é importante identificá-los?
Uma das primeiras etapas do plano de lubrificação industrial consiste no mapeamento de todos os pontos de lubrificação dos ativos da empresa.
O objetivo é identificar exatamente quais locais precisam ser tratados e apontar que tipo de produto, com que frequência isso precisa ocorrer, e que ação deve ser tomada. Dessa forma, minimiza a possibilidade de erros, que poderiam trazer danos aos equipamentos.
A identificação dos pontos de lubrificação está inserida dentro de um processo maior do plano de manutenção dos ativos da empresa. Como tal, ela interfere diretamente em três indicadores muito importantes relativos ao processo produtivo e ao patrimônio industrial:
- confiabilidade: é a probabilidade de um ativo cumprir sua função dentro de um prazo conhecido e em condições específicas. Se em condições ideais e dentro de um tempo considerado válido o equipamento falhar, ele não é confiável;
- disponibilidade: é o tempo que um equipamento está disponível para cumprir suas funções;
- mantenabilidade: é a capacidade de um ativo ser mantido ou recolocado mantendo as condições de funcionamento.
Se a lubrificação não for feita nos pontos certos, a probabilidade de haver queda nesses indicadores é alta. Por outro lado, o plano de lubrificação permite que o gestor alcance um controle maior sobre as atividades de manutenção, elevando os indicadores de qualidade dos processos operacionais.
Esse plano de lubrificação industrial é dividido em 5 etapas principais:
- levantamento de todos os ativos da empresa (equipamentos, sistemas e seus componentes);
- identificação e classificação de todos os pontos de lubrificação;
- seleção dos lubrificantes mais adequados para cada ponto;
- dosagem do volume de lubrificante aplicado;
- determinação da frequência de lubrificação e substituição do fluido.
Os principais pontos de lubrificação
Geralmente, os pontos de lubrificação estão presentes em:
- acoplamentos;
- cabos de aço;
- compressores de ar;
- correntes;
- eixos cardans;
- geradores de energia;
- lubrificação de engrenagens;
- motores elétricos;
- motores estacionários;
- pinos e buchas;
- redutores e multiplicadores de velocidade;
- rolamentos;
- sistemas hidráulicos.
Após o mapeamento desses pontos de lubrificação, é necessário identificá-los, normalmente com símbolos e códigos. Entenda melhor como fazer isso, a seguir!
4 passos para identificar os pontos de lubrificação
1. Gestão visual
Os pontos de lubrificação são geralmente identificados com símbolos. Esse método visual é muito útil e se baseia na norma DIN 51502. Os códigos indicam algumas condições da aplicação do lubrificante naquele ponto específico. Conheça algumas dessas condições e códigos empregados:
Periodicidade
A cor informa a frequência com que aquele ponto é lubrificado. Por exemplo, um adesivo amarelo pode indicar uma aplicação semanal, ao passo que o vermelho informa que deve ser lubrificado diariamente.
Tipo de lubrificante
A norma determina que a identificação de lubrificantes deve ser feita por meio de letras e números. Cada elemento desse código vai representar uma informação sobre esse produto. Por exemplo, a letra K indica que se trata de uma graxa, utilizada em trilhos, guias ou mancais de rolamentos.
Relação entre forma geométrica e lubrificante
Dentro da gestão visual, também é possível utilizar formas geométricas para determinar se o lubrificante de um ponto é de uma graxa de base mineral ou um óleo com base sintética.
Símbolo de ação
Há também símbolos previstos pela norma que determinam a ação que será realizada nos pontos de lubrificação. Eles podem indicar, por exemplo, que o nível de óleo deve ser completado, o óleo deve substituído ou que o nível de lubrificante deve ser monitorado.
Dessa forma, o conjunto desses símbolos e códigos darão uma informação completa sobre a periodicidade, o tipo de lubrificante, a ação a ser tomada e o elemento lubrificante utilizado.
2. Elaboração de rotas de lubrificação
A rota de lubrificação é um registro que informa o nome do ativo, a frequência da aplicação do produto, nome do ponto de lubrificação, descrição do que deve ser feito, que lubrificante precisa ser utilizado e que condição está o ativo (em movimento ou parado). Esse documento é feito após a definição de todos os pontos de lubrificação.
3. Quantificação dos produtos
Com base em todos os pontos identificados, será possível calcular o volume de produtos no estoque. Isso evita desperdícios ou atraso nas operações pela falta de lubrificantes adequados, no momento em que se precisa.
4. Rota de inspeção
O último passo é fazer rotas de inspeção. Seu primeiro objetivo é conferir se todos os pontos de lubrificação estão funcionando em condições normais. Se houver, isso deve ser registrado em uma ficha específica.
Além disso, durante a rota de inspeção, será possível determinar se algum ponto está consumindo lubrificantes de forma exagerado, o que pode ocorrer por superaquecimento ou por vazamentos. Assim, a inspeção buscará as intervenções necessárias para corrigir problemas de lubrificação.
Como escolher o lubrificante correto?
Existem diferentes tipos de lubrificantes industriais, e a compra vai depender de diversos aspectos, sejam eles técnicos, sejam financeiros. Dentro dos aspectos mais técnicos, é preciso levar em conta um padrão mínimo de qualidade.
Além disso, é fundamental considerar a recomendação dos fabricantes, consultando o manual de instruções. Isso será essencial para prolongar a vida útil do equipamento. Ao avaliar os aspectos financeiros, é preciso equilibrar a qualidade com o custo-benefício da aquisição. Por exemplo:
- lubrificantes minerais são mais baratos, mas são trocados com maior frequência, elevando gastos com paradas. São geralmente indicados para motores pesados a diesel, para transmissões, eixos e sistemas de circulação;
- lubrificantes graxos são direcionados para pinos e buchas, maquinário industrial, sistema centralizado de lubrificação etc.;
- lubrificantes sintéticos têm um desempenho superior e conseguem atuar em temperaturas bem diversificadas, mas apresentam alto custo;
- lubrificantes compostos necessitam de menos trocas e pode ser mais difícil calcular o volume para a utilização, além de ter custos também mais elevados.
A cada dia, a tecnologia em lubrificantes avança mais, tornando a ação desses produtos mais eficientes. No entanto, essa performance ainda dependente da correta identificação dos pontos de lubrificação, como parte integrante de um plano de lubrificação completo e atuante.
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Estou gostando muito das dicas sobre lubrificação de equipamentos industriais.
Parabéns pela iniciativa de compartilhamento deste conhecimento, que é muito importante na gestão de manutenção.
Obrigado.