Lubrificação

4 erros ao desenvolver um plano de lubrificação industrial que podem aumentar seus custos

Elaborar um plano de lubrificação industrial pode ser um desafio e tanto, concorda? Afinal, a prática exerce um grande impacto sobre os custos de manutenção e interfere de maneira significativa na produtividade da indústria. Levando isso em consideração, entrevistamos José Tyndall, que é gerente de assistência técnica na PETRONAS — organização especializada na produção de lubrificantes industriais de alta performance. 

Ao longo do texto, você entenderá quais são os principais erros cometidos na elaboração do plano, por quais motivos eles podem aumentar os custos e o que pode ser feito para evitá-los. Boa leitura!

A importância do plano de lubrificação industrial 

De acordo com Tyndall, a importância do plano é que ele é “fundamental para os gestores de manutenção das indústrias estabelecerem um controle efetivo sobre a manutenção e gestão de lubrificantes na planta industrial”. O especialista acrescenta, “sem um bom plano, perde-se a moderação. Pense em um parque com mil maquinários — como seria controlada a frequência ideal para trocar óleo, graxa etc. na ausência de determinações prévias sobre produtos, quantidades e afins?”

Abrir mão de um planejamento detalhado pode resultar em perda de disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos, gerando custos mais altos e queda na produtividade. Falhas no processo podem causar problemas diversos: complicações no rolamento, contaminação e assim por diante. “Cada ponto de lubrificação tem uma periodicidade — um único equipamento pode ter vários fluidos diferentes com variados períodos de troca”, explica Tyndall. 

Etapas para o desenvolvimento do plano de lubrificação industrial

Além de contar com um guia para plano de lubrificação industrial, que tende a auxiliar em todas as etapas do processo, é necessário realizar um levantamento de campo com precisão. Nesse procedimento, um engenheiro de assistência técnica vai até a indústria, a fim de catalogar os equipamentos e seus respectivos pontos de lubrificação.

Depois disso, deve-se conferir os manuais de todos os equipamentos para saber quais são os lubrificantes indicados pelos fabricantes. Em um momento posterior, é preciso pensar em formas de viabilizar o lançamento do plano de lubrificação em alguma planilha ou software especializado, como têm feito várias organizações para otimizar a tarefa e automatizar a integração de dados — medidas cada vez mais comuns no contexto da indústria 4.0.

“Na PETRONAS, contamos com um gestor de lubrificação que possibilita visualizar períodos distintos para controlar o volume de lubrificante e ver se existe algum problema”, relata Tyndall. De acordo com ele, um dos indícios que merecem bastante atenção é observar se há um consumo elevado de lubrificante no local, porque isso ajuda a definir a quantidade e funciona como uma manutenção preventiva.

Porém, de pouco adianta ter um sistema avançado à disposição e não utilizá-lo do modo correto — não à toa, o treinamento dos colaboradores responsáveis é primordial para potencializar as funcionalidades oferecidas. “Nós fazemos esse treinamento in loco e ele dura um dia, pelo menos. Fornecer treinamentos e capacitação a respeito dos próprios lubrificantes para toda a equipe de manutenção é essencial” recomenda o especialista.

4 erros comuns no desenvolvimento do plano de lubrificação industrial 

Confira, a seguir, alguns dos principais erros que acontecem no desenvolvimento do plano.

1. Indicar o uso de um produto inadequado

Para Tyndall, isso acontece porque muitas vezes é preciso usar uma graxa especial e acaba-se usando uma opção simples e inadequada. Um problema semelhante ocorre quando se usa um fluido de baixa performance em circunstâncias que demandam um lubrificante de alta performance. A forma de evitar esse equívoco é seguir as recomendações dos manuais dos fabricantes com total atenção aos detalhes e recomendações.

2. Não acompanhar a periodicidade

Sem que haja um acompanhamento constante, tanto a periodicidade da relubrificação quanto a da substituição podem estar erradas, o que causa uma série de complicações. Na maioria das vezes, isso é calculado a partir das horas de trabalho do equipamento — softwares também contribuem para essa finalidade. 

3. Não ficar de olho no top up

Quando os vazamentos estão muito frequentes, é um sinal da necessidade de manutenção. Nesse sentido, o top up, que consiste em apenas completar um óleo, sem trocá-lo, é um sintoma de que podem haver um vazamento. Tyndal diz que “nesse caso, o sistema pode indicar o excesso e o gestor pode providenciar a manutenção corretiva para sanar o problema”. 

4. Insistir no controle manual

Levando em consideração que existe a possibilidade de automatizar e controlar a periodicidade de modo otimizado, bem como o produto recomendado e o ponto onde deve ser feita a lubrificação, insistir em uma gestão manual tende a ser um equívoco e tanto. “Negligenciar o poder da tecnologia e tentar fazer essas tarefas só ´no papel´ é um grande erro. A má utilização e a falta de treinamento podem comprometer as atividades” adverte o especialista. 

Benefícios da implantação do plano de lubrificação industrial 

Evitar os erros na lubrificação industrial é benéfico por inúmeros motivos, sendo que o principal deles é a redução de custos com a manutenção. Afinal, com um bom controle, é possível diminuir a quantidade de fluido e optar por produtos de desempenho premium. A redução no consumo de energia também é evidente, visto que alguns lubrificantes têm uma performance tão alta que garantem o mesmo desempenho com menor demanda energética.

A disponibilidade dos equipamentos, por sua vez, melhora bastante. Lembre-se de que quanto mais o equipamento trabalhar da maneira correta, mais ele produzirá e o lucro obtido tende a crescer. A partir dessa lógica, ocorre um relevante ganho de produtividade industrial, pois os equipamentos não ficarão danificados ou com baixa performance.

A vantagem se estende à questão da sustentabilidade, em virtude das trocas menos frequentes de óleo, da diminuição no descarte de lubrificantes e embalagens e da maior vida útil dos equipamentos. Há, ainda, uma diminuição de retrabalho e de reparos.

Enfim, um plano de lubrificação industrial é decisivo, de incontáveis maneiras. Por isso, vale a pena evitar alguns dos erros comentados ao longo do artigo. Se você gostou do conteúdo, aproveite para baixar gratuitamente o nosso e-book: “Plano de lubrificação industrial: o guia completo para gestores”.

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