Lubrificação

5 propriedades dos lubrificantes para considerar na hora da escolha

Prefere ouvir o áudio deste artigo? Utilize o player abaixo.

Ao avaliar a compra de um óleo lubrificante, é necessário levar em conta não somente o preço, mas também o tipo de aplicação e a qualidade do produto. Conseguir esse equilíbrio é a chave para garantir um custo-benefício interessante para o negócio. Mas essa decisão só será acertada se o gestor considerar as propriedades dos lubrificantes.

Para evitar problemas nas máquinas e evitar o desperdício de recursos, é necessário analisar as informações técnicas sobre esses fluidos. Por isso, produzimos este artigo para você conhecer melhor os principais tipos de lubrificantes disponíveis no mercado e quais propriedades precisam ser avaliadas para não errar na hora da compra!

Importância de uma boa escolha

Em primeiro lugar, é necessário que você compreenda bem como funcionam os lubrificantes. Essas substâncias são aplicadas entre duas superfícies, ou peças, nas quais pelo menos uma delas é móvel. Esse movimento gera:

  • atrito entre as partes que causa desgastes;
  • lentidão;
  • travamentos;
  • aumento da energia necessária para o mecanismo funcionar;
  • entre outros problemas.

O fluido cria uma película protetora entre elas, reduzindo esse atrito. Com isso, o movimento dos componentes ocorrerá com maior facilidade. Assim, o principal objetivo da aplicação do lubrificante é o aumento da vida útil do equipamento e de suas peças.

Além desses, outros ganhos serão alcançados, como menor consumo de combustível/energia do motor e melhora na capacidade de resposta do equipamento em condições adversas. Com um melhor desempenho do maquinário, reduz-se o downtime, ou seja, o tempo de indisponibilidade dos equipamentos.

Esses benefícios vêm por conta das principais funções do óleo lubrificante:

  • lubrificação das peças que entram em atrito, reduzindo o desgaste entre as superfícies;
  • criação de uma película de vedação que evita a passagem de gases para o cárter na hora da expansão;
  • retenção de resíduos carbonosos gerados pela combustão incompleta do combustível — motivo pelo qual os óleos dos motores escurecem com o tempo;
  • arrefecimento do calor gerado pelo motor, ou seja, ele ajuda a reduzir a temperatura do equipamento, evitando sérios problemas;
  • formação de uma película de proteção contra ferrugem e corrosão, uma vez que o lubrificante neutraliza contaminantes gerados pela queima do combustível.

Tipos de óleos lubrificantes

A ação dos óleos lubrificantes e a forma como eles serão aplicados depende bastante do tipo de fluido. Entenda o que são e como funcionam.

Óleo lubrificante mineral

O refinamento do petróleo bruto resulta no óleo mineral. É um tipo muito popular, porque atende bem a demanda de motores mais antigos, apresentando um preço mais em conta.

Além disso, fornecem boas características, como alta demissibilidade, resistência e estabilidade. Ele evita a oxidação das tubulações e que se formem vernizes.

Óleo lubrificante graxo

Os lubrificantes graxos foram os primeiros fluidos utilizados depois da água. Sua origem animal ou vegetal apresenta grande concentração de ácidos graxos. Por sua composição orgânica, não mantém boa estabilidade, reduzindo sua durabilidade, além de ser facilmente oxidáveis, especialmente quando se elevam as temperaturas.

Por esse motivo, eles não são mais utilizados em sua forma primária, ou bruta, mas sim entram na composição de óleos minerais para agregar propriedades importantes, como emulsibilidade, pressão e oleosidade. Eles são pastosos e são aplicados para diferentes finalidades. São geralmente empregados em equipamentos industriais em componentes abertos.

Óleo lubrificante semissintético

Também conhecido como lubrificantes compostos, trata-se de um fluido com características que ficam entre o mineral e o sintético, pois é o resultado da mistura dos dois tipos. São mais duráveis e apresentam requisitos de desempenho superiores aos minerais.

Óleo lubrificante sintético

Os sintéticos são lubrificantes de alta performance, pois são um produto da alta tecnologia na fabricação de fluidos. Sua composição química é muito mais elaborada. Em virtude dos aditivos sintéticos adicionados, conseguem atingir um alto nível de durabilidade e eficiência, reduzindo manutenções e elevando o intervalo de trocas.

Por sua alta tecnologia, são muito recomendados para veículos mais modernos. Por esse mesmo motivo, têm um preço maior, condizentes com os resultados que apresentam. Além do tipo de lubrificante, é necessário ficar de olho em suas propriedades, a fim de garantir uma boa escolha. É sobre que falaremos a seguir!

5 propriedades dos lubrificantes

1. Formulação

Um óleo lubrificante pode ser composto apenas por óleos básicos, como o caso do óleo mineral puro ou por aditivos e agregados. Esses aditivos podem compor em média entre 0,25% e 28% do volume total do produto. Mas o óleo básico terá um impacto elevado no desempenho do lubrificante. É importante, então, avaliar esse conjunto.

2. Índice de viscosidade

A viscosidade do óleo é uma das características mais importantes. Esse índice representa a fluidez do lubrificante quando em determinada temperatura. Quanto mais viscoso, menor sua capacidade de escoar, ao passo que um índice menor de viscosidade representará maior fluidez.

Isso precisa ser bem equilibrado conforme as necessidades da máquina, pois o óleo precisa ser viscoso o suficiente para manter uma película de proteção, mas não pode ser tão grosso que atrapalhe os movimentos dos componentes. Esse cuidado é muito importante, por exemplo, em sistemas de lubrificação centralizada.

3. Estabilidade à oxidação

Essa propriedade precisa ser bem avaliada, pois reduz a vida útil do produto. A oxidação é o processo que consiste na transformação do óleo com a polimerização das moléculas orgânicas.

Dessa forma, suas propriedades originais se modificam, a viscosidade aumenta, entupindo filtros e depositando sedimentos no motor. Um dos fatores que podem aumentar a resistência dos lubrificantes à oxidação é o uso de aditivos nos produtos.

4. Aditivação

Os aditivos são compostos químicos que são incorporados aos óleos para aprimorar as propriedades dos lubrificantes, reduzindo características indesejadas e aumentando aspectos almejados.

Dessa forma, eles podem reduzir a oxidação, como já dito, aumentar a vida útil do lubrificante e garantir muitos outros benefícios, conforme sua aplicação. Os mais utilizados são:

  • dispersantes: limpeza dos resíduos de carbono, que são gerados na combustão;
  • anticorrosivos: protege o motor das agressões químicas no processo de queima do combustível;
  • antiespumantes: desfaz a formação de bolhas de ar formadas em movimentos bruscos do lubrificante;
  • antioxidante: ajuda a inibir a oxidação;
  • aumentador de viscosidade: mantém a integridade e a função do lubrificante mesmo com variações na temperatura.

5. Especificações

O grau SAE (Sociedade dos Engenheiros Automotivos) é expresso em números para definir a viscosidade. Quanto mais elevado, mais alta a viscosidade.

Você já deve ter visto siglas como 10w40 ou 15w30. Cada equipamento vai precisar de um grau de viscosidade específico. O w significa winter ou inverno, em inglês. O primeiro número indica a viscosidade em baixas temperaturas, e o segundo a viscosidade do óleo a 100 C°.

Nas especificações, fique atento também ao tipo de lubrificante, característica que já mencionamos: mineral, sintético ou semissintético. E, por fim, observe as siglas para o tipo de aplicação. A norma americana utiliza a classificação API, indicando o grau de severidade de exposição do motor:

  • S — motores a combustão, ou seja, veículos de passeio, caminhonetes e vans;
  • de A a M, sendo “M” de maior qualidade para motores que exigem alto desempenho.

Na norma europeia (ACEA), temos as classificações:

  • A — motores a gasolina de veículo de passeio;
  • B — motores a diesel rápido, como caminhonetes;
  • C — veículos a diesel pesado, como ônibus e caminhões.

Essas letras podem ser acompanhadas de um número para indicar o nível de qualidade:

  1. baixo;
  2. médio;
  3. alto.

É muito importante avaliar essas propriedades dos lubrificantes para garantir uma decisão acertada na hora da compra e garantir o melhor desempenho e a mais alta durabilidade dos equipamentos.

Gostou do artigo? Então, saiba mais sobre manutenção lendo nosso post sobre como montar um plano de lubrificação industrial!

Você também vai gostar

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×
0 %