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Manufatura reversa: qual sua relação com a sustentabilidade na indústria?

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Ações que promovem a sustentabilidade na indústria têm sido amplamente fomentadas. Economia circular, ESG e a própria norma Euro 6 ― adaptada no Brasil como Proconve-P8 ―, são algumas dessas iniciativas. Assim como a manufatura reversa, conceito que vem ganhando espaço na indústria brasileira.

Com o objetivo de reduzir o consumo de matéria-prima a partir de um processo de desmontagem de equipamentos obsoletos, a manufatura reversa se mostra uma opção viável e inteligente para quem busca uma operação mais ecológica. Neste artigo, mostraremos como fazer isso e os benefícios que a manufatura reversa levará para sua indústria. Acompanhe.

Saiba o que é manufatura reversa

Antes de tudo, é preciso entender que logística reversa e manufatura reversa são coisas diferentes. No primeiro caso, estamos tratando do recolhimento de embalagens ou resíduos com os clientes finais. Ou seja, o que seria descartado retorna da ponta final para a empresa ou um parceiro contratado. Já no outro, o equipamento a ser desmontado, em alguns casos, nem chega a sair do parque fabril. A logística, claro, faz parte desse processo, seja na movimentação dentro da indústria ou com empresas terceirizadas.

É bastante comum confundir os dois conceitos, uma vez que eles se entrelaçam em vários momentos. A PNRS ― Política Nacional de Resíduos Sólidos ― é um exemplo. Ela foi instituída no país, por meio da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, e dispõe sobre “as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos”.

Nesse sentido, a logística reversa aparece como uma das ações essenciais para o cumprimento dos objetivos da normativa. Esse é mais um ponto onde os dois conceitos se cruzam. Isso porque mesmo que a manufatura reversa consiga devolver boa parte dos componentes à linha de produção, gera, inevitavelmente, resíduos inservíveis. O desmonte de um trator, por exemplo: ainda que diferentes peças consigam ter uma sobrevida quando aplicadas a outros veículos, grande parte precisa de destinação correta. Portanto, pensar na logística acaba sendo indispensável para quem deseja se valer dos benefícios da manufatura reversa.

Conheça alguns exemplos de manufatura reversa na indústria

Na hora da desmontagem de um equipamento obsoleto, é preciso um olhar acurado para conseguir separar “o joio do trigo”. Isto é, o que ainda pode ser aproveitado daquilo que, de fato, não serve mais. Existem alguns pontos que são dignos de atenção, pois, comumente, conseguem ser reaproveitados. Veja os principais a seguir.

  • Recuperação de metais preciosos: em muitos produtos eletrônicos, há quantidades significativas de metais preciosos, como ouro e prata, que podem ser recuperados por meio da manufatura reversa e reutilizados na produção.
  • Recondicionamento de baterias: em vez de descartar baterias usadas, algumas empresas as desmontam e recondicionam para serem reutilizadas em outros dispositivos ou veículos.
  • Remanufatura de motores: o desmonte e a limpeza das peças são possíveis, do mesmo modo que a substituição das partes desgastadas e a reutilização delas em motores remanufaturados.
  • Reutilização de eletrônicos: componentes em bom estado são facilmente realocados em outros equipamentos.

Esses são apenas alguns tipos de manufatura reversa. Mas existem muitas outras maneiras pelas quais essa prática pode ser implementada de forma eficaz, para promover a sustentabilidade na indústria e a responsabilidade social.

Entenda a relação da manufatura reversa com a sustentabilidade na indústria

Apenas pela descrição do que é manufatura reversa já fica claro como ela contribui para a sustentabilidade. Afinal, por meio dela, uma série de peças e componentes que seriam descartados retornam ao uso, o que reduz significativamente a geração de resíduos sólidos.

Mas, ainda, há o fato dessa prática ajudar a reduzir a procura por matérias-primas virgens. Isso porque, ao invés de buscar metais ou outros componentes não renováveis da natureza, é possível fazer a extração das ligas utilizadas em um equipamento que será descartado.

É interessante ressaltar que instituir a manufatura reversa é uma maneira de fomentar um pensamento mais sustentável em toda a indústria. Mas para que isso aconteça, o conceito não deve ficar restrito aos setores que farão, de fato, a desmontagem e recuperação das peças.

Outro ponto importante é que, embora a manufatura reversa esteja intimamente ligada à sustentabilidade industrial, ela não deve ser a única ação relacionada ao tema. Existe, até mesmo, um termo para designar empresas que, por trás de uma fachada ecológica, não praticam os valores que pregam: o greenwashing. Ou seja, de nada adianta investir nessa ação e realizar o descarte do óleo lubrificante de maneira equivocada.

Saiba o que a indústria tem a ganhar ao adotar a manufatura reversa

Além de estar em consonância com determinações e iniciativas importantes, como o ESG, a manufatura reversa traz outras vantagens para as indústrias que a implementam. Em primeiro lugar, como não poderíamos deixar de citar, está a redução de custos. Com a volta de componentes importantes para a produção, é inevitável que os custos com reposição diminuam drasticamente.

Ainda, o envolvimento de qualquer empresa com práticas sustentáveis tem um forte impacto na imagem corporativa. Com consumidores mais preocupados e vigilantes, ter iniciativas que fomentem essa agenda melhora e valoriza a percepção da marca, o que se torna um excelente diferencial competitivo.

Agora que você já sabe como a manufatura reversa contribui para a sustentabilidade na indústria, entenda o papel que os profissionais de compras desempenham nesse âmbito. No artigo “Sustentabilidade na cadeia de suprimentos: como aplicar na sua indústria?”, você encontra mais informações sobre o tema.

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