Há algum tempo, a formação de verniz em sistemas de lubrificação vem chamando atenção de quem atua nessa área. A cada substituição de óleo, lá está ele. Mas por que isso tem sido cada vez mais detectado? A resposta é simples: as rotinas de manutenção nunca foram levadas tão a sério e a necessidade de disponibilidade dos ativos faz com que as inspeções sejam muito mais frequentes. Também há o fato de todos estarem mais conscientes sobre os impactos desse problema no maquinário, o que leva os profissionais a estarem muito mais atentos aos depósitos de subprodutos.
A formação de verniz em sistemas de lubrificação se dá por conta da degradação do óleo. Com o passar das operações e da vida útil do fluido, os materiais insolúveis do lubrificante se depositam nos componentes da máquina e dão origem a uma camada espessa, comumente, castanho-avermelhada, de detritos. Esse é um ponto que atinge todas as indústrias, independente do segmento.
Na construção civil, o verniz se mostra, principalmente, nos sistemas hidráulicos. E eles são muitos nessa atividade! Na verdade, são quase onipresentes, o que significa que os principais ativos do canteiro de obras estão sujeitos a essa formação.
Neste artigo, você entenderá como um problema tão comum pode impactar nos prazos ― e no orçamento ― da construção civil. Mas, antes, é preciso conhecer quais os danos que podem ter o depósito de detritos como causa raiz da falha. Saiba mais!
Conheça alguns dos danos causados pela formação de verniz em sistemas de lubrificação
Quando falamos dos sistemas de lubrificação, a formação de verniz tem relação direta com o entupimento dos canais de controle. E esse é apenas o primeiro problema que tem a como causa. Decorrente da obstrução, a troca de calor entre o equipamento e o ambiente fica prejudicada, o que aumenta a temperatura da operação ― fator que contribui para acelerar a degradação do restante do óleo. Sem contar, claro, o impacto na circulação do óleo, que fica comprometida.
Para o setor da construção civil, assim como acontece em outras atividades sujeitas a condições externas, a presença de verniz traz outra preocupação. Por, comumente, ser pegajoso, ele facilita a aglomeração de outras partículas, tanto de desgaste quanto de contaminantes, que aceleram o desgaste do equipamento. Vale ressaltar, também, que a performance da máquina é reduzida.
Aprenda a identificar a formação de verniz nos equipamentos
Os lubrificantes se degradam de maneiras diferentes e os resultados dessa deterioração é o que chamamos de verniz. Em certos casos, os depósitos se formam no local exato onde o óleo se degenerou. Mas, também, acontece dos resíduos condensarem em outro lugar.
Com o tempo, alguns depósitos podem curar termicamente, ou seja, tornarem-se endurecidos, até formarem uma camada resistente de esmalte. Já em lugares mais frios, permanecem macios ou pegajosos. Isso quer dizer que a sua apresentação acontece de diversas maneiras. Veja alguns exemplos de onde e como o verniz pode ocorrer:
- detritos viscosos acinzentados nas portas de descarga do motor NG;
- filmes aderentes em válvulas de carretel em sistemas hidráulicos EHC;
- acúmulos semelhantes a carvão em mancais de deslizamento babbitt;
- esmalte preto duro na coroa do pistão e terminais do anel;
- crostas pretas em almofadas de mancal de impulso;
- material lodoso em filtros de óleo de motor diesel;
- depósitos de crosta negra em selos mecânicos.
Práticas que contribuem para a formação de verniz em sistemas de lubrificação
Existem, pelo menos, 25 mecanismos exclusivos de degradação que levam à formação de verniz em sistemas de lubrificação. Nitração, aeração do fluido e degradação térmica são apenas alguns dos mais comuns. A análise dos resíduos ajuda a revelar as causas do seu surgimento. A verificação em laboratório do óleo utilizado pode ajudar a dar algumas pistas e descartar hipóteses sobre o que levou a isso. Entretanto, é importante que o depósito seja analisado diretamente, por meio de um conjunto de técnicas e parâmetros próprios.
Em contrapartida, certas práticas são unanimidade em contribuir para a formação do verniz em sistemas de lubrificação. A principal delas, sem dúvidas, é o reaproveitamento do óleo. Afinal, quanto maior for o intervalo de troca do lubrificante, menos interrupções para a substituição e, claro, menos custos envolvidos, certo? Sim, é verdade. Mas, infelizmente, muitos ainda tentam levar o fluido ao limite, extrapolando a sua vida útil ou estendendo drenos. O pior, sem dúvida, é a mistura de óleo antigo com novo, a fim de aumentar o período de atividade.
O impacto da formação de verniz na disponibilidade dos ativos
Como você pôde ver até aqui, a formação de verniz em sistemas de lubrificação é um problema inerente à indústria. Entretanto, o fato de ser tão corriqueiro não o torna menos nocivo para as operações. Canais entupidos, impedindo a circulação adequada do óleo, e superaquecimento são consequências diretas dos depósitos de subprodutos. E elas são bastante significativas em termos de disponibilidade de equipamentos, uma vez que podem levá-lo ao colapso.
Na construção civil, a indisponibilidade de um ativo custa muito caro. Especialmente, porque esse é um setor bastante pressionado por prazos, então, na falta de um equipamento, é preciso providenciar a substituição, além dos reparos naquele que apresentou a falha.
Desse modo, é necessário que a formação de verniz nos sistemas de lubrificação receba atenção redobrada dos profissionais de manutenção. Isso porque a parada não programada, propriamente dita, pode demorar a acontecer, mas os efeitos que são cumulativos se mostram muito antes do colapso.
Agora que você já conhece as consequências da formação de verniz na disponibilidade dos ativos, confira, também, o artigo Melhores práticas para manutenção de equipamentos para construção civil. Continue acompanhando o nosso blog para mais dicas sobre a construção civil e outras áreas da indústria brasileira. Aproveite e cadastre-se na lista exclusiva do Portal Inovação Industrial no Telegram para receber tudo em primeira mão.