Lubrificação

Condições externas: porque se preocupar com elas e como contorná-las

Por mais que haja planejamento e análise, nem sempre as circunstâncias da produção estão sob o controle dos gestores. Setores da indústria como cimenteiro, mineração e agronegócio precisam lidar com uma série de condições externas que podem prejudicar o desempenho das rotinas e, por vezes, até levar ao colapso dos ativos. Poeira, chuvas, umidade do ar são apenas algumas das questões que merecem atenção de quem tem a disponibilidade dos equipamentos sob sua responsabilidade.

Entretanto, não são apenas nas máquinas que os efeitos das condições externas podem acarretar prejuízos. A contaminação dos insumos, em especial do fluido lubrificante, também é um problema comum enfrentado por quem coordena o estoque e armazenagem dos produtos. A principal fonte de contaminação? A umidade atmosférica.

Hoje, você vai entender melhor como as condições externas podem afetar seu negócio e, claro, o que fazer para mitigá-las. Continue a leitura e saiba mais. 

Condições externas no maquinário: quais são e como contorná-las?

Um bom exemplo de como as condições externas podem prejudicar os negócios vem das colhedoras de grãos. Esse equipamento lida diretamente com a cultura, dessa forma, fica totalmente exposto ao atrito e ao acúmulo de solo entre as facas e navalhas. Na colheita do arroz irrigado, esse problema se potencializa ao inserirmos a abrasão causada pelo contato com a palha. Essa condição afeta profundamente o desempenho da plataforma de corte. Segundo a Embrapa, é nesse equipamento que ocorrem, aproximadamente, 85% das perdas de grãos durante a colheita.

As condições externas podem ser a causa raiz de muitas falhas não programadas em setores sujeitos a elas. O acúmulo de sujeira na parte externa dos radiadores, por exemplo, pode impedir o resfriamento da água, fazendo com que o motor ferva. Os gastos consequentes disso, como você pode imaginar, são altíssimos.

O fato é que a exposição prolongada ao sol, chuva, ventos e às adversidades da própria atividade, comprometem significativamente peças como borrachas e componentes elétricos. Assim, a vida útil dos sistemas e, consequentemente, do equipamento, diminuem drasticamente.

Leia também: Depreciação de máquinas agrícolas: quanto isso custa, afinal?

De todo modo, essas condições são inerentes às atividades e, portanto, nem sempre é possível anulá-las. Entretanto, pode-se minimizar seus danos realizando o acompanhamento preventivo. Confira outras dicas abaixo.

Como minimizar os efeitos

No agronegócio, a construção de galpões para a armazenagem e reparo dos ativos é uma das soluções mais eficazes. É imprescindível que as máquinas sejam guardadas após o uso para evitar exposição às condições externas.

A limpeza externa dos ativos é fundamental para que não ocorram acúmulos que prejudiquem o desempenho. É recomendado também que seja utilizada uma camada de graxa fina ou óleo com propriedades anticorrosivas nas partes ativas. Isso previne o aparecimento de ferrugem (a pintura deve receber retoques periódicos de modo a evitá-lo).

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Quando não estiverem em uso, recomenda-se que os equipamentos estejam sobre calços ou pranchões de madeira. Essa medida visa a evitar a corrosão que pode ocorrer se as partes estiverem em contato prolongado com o solo.

Como as condições externas afetam os lubrificantes

A ação dessas condições vai além dos danos externos provocados às máquinas. Poeira e umidade do ar também são grandes fatores de contaminação para os lubrificantes utilizados na indústria.

Como exemplo, podemos citar os lubrificantes para freios. Eles são considerados fluidos higroscópicos, o que significa que possuem propriedades que atraem água. Por conta disso, qualquer gotícula presente na atmosfera é “puxada” para o óleo, fazendo com que a sua homogeneidade seja comprometida. Como consequência, tem-se a baixa no ponto de ebulição.

Aqui, classificam-se como condições externas também o manuseio dos barris. Qualquer descuido do operador pode deixar o óleo exposto, podendo ser contaminado por partículas de poeira que, assim como a água, afetam sua homogeneidade e desempenho. Muitos têm investido pesado na lubrificação automatizada, visando  eliminar a interação humana com o óleo, o que mitiga os riscos de contaminação.

Abaixo, você confere outras ações que têm como objetivo a reduzir o impacto das condições externas nos lubrificantes.

Como minimizar os efeitos

Os lubrificantes podem ser contaminados também dentro dos equipamentos, nos casos em que o desgaste das peças, que mantém contato com o fluido, solta partículas metálicas. Logicamente, essa situação pode ser contornada com a correta manutenção e acompanhamento dos ativos. 

Entretanto, evitar que as condições externas impactem no desempenho do óleo exige medidas mais estratégicas, como o alinhamento dos setores de estoque e manutenção.

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O cuidado com a não contaminação dos lubrificantes deve acontecer antes mesmo da sua negociação. É necessário que sejam avaliadas as circunstâncias de armazenamento do insumo e a capacidade de estocagem. Deve-se considerar que é nesse momento que o fluido está mais sujeito a entrar em contato com umidade e poeira. 

Evite manter os barris com os bocais virados para cima. Isso faz com que poeira e outros contaminantes se acumulem no local, deixando o fluido sujeito à degradação tão logo forem abertos. O local de armazenamento também deve ficar longe da circulação de operadores, máquinas ou estruturas voltadas à manutenção dos equipamentos. 

As condições externas são, muitas vezes, negligenciadas na hora de compor o calendário de manutenções preventivas. Agora que você já sabe quais os impactos que a sua indústria pode sofrer em decorrência delas, coloque em prática as dicas para minimizá-las! De fato, há setores em que elas não podem ser anuladas, mas com ações simples já é possível mitigar seus efeitos e, consequentemente, aumentar a disponibilidade dos equipamentos.

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