Prefere ouvir o áudio deste artigo? Utilize o player abaixo.
Conhecer as especificações dos lubrificantes ajuda a empregar o “princípio correto” na sua utilização. Isso é: o fluido correto, aplicado no local certo, na quantidade exata e no momento adequado. Para auxiliar no entendimento, a PETRONAS utiliza a pirâmide de especificações, uma metodologia própria, baseada nos níveis de avaliação de qualidade dos óleos para motor.
Com cada vez mais tecnologia sendo inserida nas linhas de produção, entender as carências dos equipamentos ampara a tomada de decisão do gestor. Assim, consegue-se planejar as rotinas de manutenção e dar ao setor responsável as especificações técnicas adequadas à realidade do maquinário.
A indústria do papel e celulose é um exemplo. Saber que as engrenagens abertas do tambor descascador têm necessidades que são supridas por graxa, enquanto os acoplamentos do mesmo equipamento utilizam óleo de turbina, permite medidas antecipadas de negociação com fornecedores e provimento de estoque.
Os motores a gasolina também têm forte presença na indústria, seja na frota utilizada ou na partida de equipamentos. Isso faz com que mais uma gama de produtos específicos sejam levadas em consideração pelo gestor. Um dos mais importantes, sem dúvidas, é o óleo lubrificante. Para que um fluido seja considerado adequado, é preciso que seja testado rigorosamente, seguindo as especificações exigidas por órgãos internacionais e também pelos fabricantes.
São esses testes que compõem a pirâmide de especificações utilizada pela PETRONAS. Neste artigo, você vai entender melhor o que é especificado em cada uma das camadas dessa pirâmide e como isso ajuda a escolher o óleo lubrificante correto para a sua indústria. Acompanhe.
A pirâmide de especificações e suas etapas
Todos os lubrificantes devem passar por uma série de testes para a certificação de qualidade. As entidades regulamentadoras são de diversos países, o que torna esse processo ainda mais complexo. É preciso observar a integridade química dos fluidos para o desempenho da função, mas também cumprir uma série de requisitos que podem variar de acordo com a localização.
A pirâmide de especificações é dividida em 4 camadas:
Durante essas etapas, são avaliados aspectos imprescindíveis para um bom desempenho, como viscosidade do lubrificante, compatibilidade com novas tecnologias, poder de limpeza,formação de borras e vida útil sob condições extremas. Também são exigidos testes específicos solicitados pelos fabricantes dos equipamentos.
Conheça as especificidades de cada etapa da pirâmide
A pirâmide de especificações, como já dito, é uma metodologia PETRONAS para o controle de qualidade dos óleos lubrificantes para motores a gasolina. Eles asseguram que os lubrificantes tenham ótimo rendimento e auxiliam no bom desempenho dos equipamentos em que serão utilizados.
Saiba agora como cada classificação contribui para garantir a qualidade de um lubrificante PETRONAS.
SAE e ISO VG
A viscosidade de um lubrificante é um dos aspectos mais importantes de serem avaliados. Os produtos PETRONAS passam por duas metodologias de teste que avaliam este quesito: SAE (Society of Automotive Engineers) e ISO VG. A SAE, como o próprio nome diz, verifica a viscosidade de lubrificantes utilizados em automóveis, enquanto a ISO VG é responsável pelos produtos para a indústria.
Um óleo, quando muito viscoso, isso quer dizer, mais denso, sofre menos variações de temperatura. Em lugares frios, por exemplo, um produto com essas características tem um problema sério: a partida a frio. Com menos alteração, a alta viscosidade impede o óleo de circular por todo o sistema. Por este motivo, é possível encontrar nos rótulos a identificação W, de winter. Isso quer dizer que o produto assim identificado é mais leve e reage bem a baixas temperaturas. Ao se deparar com uma especificação do tipo SAE 25W50, por exemplo, você deve ler da seguinte forma: o número anterior ao W, neste caso o 25, corresponde à viscosidade do óleo frio, em temperatura ambiente; enquanto o segundo número diz respeito a viscosidade a 100ºC, com o motor em funcionamento. Quanto maior o primeiro número, mais denso é o óleo.
Ainda em relação à viscosidade, os fluidos industriais são classificados de acordo com o ISO VG. A sigla que acompanha a norma significa viscosity grade e nada mais é que a representação da viscosidade sob 40ºC. Essa norma determina que os produtos podem se alterar 10% para mais ou para menos a partir do ponto médio e usa a unidade de medida de cSt (centistokes). A viscosidade adequada para o funcionamento do equipamento deve ser consultada no manual de instruções.
Desta forma, um produto que apresenta no rótulo a informação VG 100 quer dizer que esta é a viscosidade média a 40ºC, podendo variar entre o mínimo de 90 cSt e máximo de 110 cSt. Confira outros valores na tabela abaixo:
API
Nas provas para receber a certificação API (American Petroleum Institute) os fluidos são submetidos a testes que avaliam a sua utilização prática. Para óleos de motor essa é, talvez, a mais importante avaliação. Isso porque mensura o desempenho da capacidade de proteção e limpeza, formação de borra no pistão, performance junto às novas tecnologias empregadas na engenharia e eficiência junto a biocombustíveis.
À medida que o avanço tecnológico foi empregado nos motores, os testes e categorizações também evoluíram. Desta forma, a API oferece uma classificação progressiva dividida em duas categorias de motor: S para os flex ou a gasolina e C para os movidos a Diesel. Essas letras são seguidas de uma segunda, que mostra o quão atual é o produto. De uma maneira simples, quanto mais distante a segunda letra estiver do “A” no alfabeto, mais recente é o óleo. Assim, um óleo classificado como API SM é superior ao API SL.
Atualmente, o N é a versão mais recente desta classificação. Isso assegura que o óleo proteja os êmbolos, motor e tenha boa compatibilidade com os sistemas de emissão de poluentes.
ACEA
A Association des Constructeurs Européens d’Automobiles, ou simplesmente ACEA, é a associação que representa os maiores fabricantes de automóveis da Europa. Assim como a API, sua classificação é progressiva e, atualmente, a mais alta é a ACEA Cx.
As aplicações são representadas da seguinte maneira:
- A: motores a gasolina de veículos leves;
- B: motores a Diesel de veículos leves;
- C: veículos com filtros de partículas (DPF), ou seja, sistema de pós-tratamento;
- E: motores a Diesel de veículos pesados.
É interessante pontuar que a ACEA não realiza testes, apenas estabelece os parâmetros que o fluido deve seguir para conseguir a classificação. Os responsáveis pelos exames são os desenvolvedores de lubrificantes que enviam à ACEA a comprovação dos resultados para certificação. No caso da PETRONAS, todos os fluidos são testados rigorosamente em laboratórios próprios e, para as especificações nacionais e latino-americanas, o processo é realizado no novo centro de pesquisa de produtos, instalado em Contagem/MG.
OEM
No topo da pirâmide de especificações, encontramos a avaliação OEM (Original Equipment Manufacturer), que diz respeito aos cuidados recomendados pelo fabricante do equipamento. Esses testes são bastante rigorosos e complexos, o que faz com que poucas linhas de produtos ostentem sua recomendação no rótulo.
Na verdade, o trabalho para conquistar o selo OEM começa ainda na concepção do produto, quando são estipulados pelo fabricante a composição exata para o bom desempenho do fluido no equipamento. Este primeiro passo garante que o lubrificante está em conformidade com as exigências.
Após o desenvolvimento, o óleo lubrificante pode ser testado de acordo com os parâmetros exigidos. A etapa de testes é realizada pela própria OEM ou por laboratórios independentes, desde que devidamente aprovados pela organização. Só então é concedida a certificação.
Observar as orientações do fabricante é de suma importância para quem quer o desempenho máximo do equipamento. É desta forma que se garante que o lubrificante utilizado irá cumprir o necessário para o aumento da vida útil e disponibilidade do maquinário industrial.
A metodologia desenvolvida pela PETRONAS é uma forma de garantir que todos os óleos lubrificantes para motores a gasolina estejam totalmente de acordo com os parâmetros estipulados. Vale lembrar que a pirâmide de especificações se refere exclusivamente a essa classe de produto. Todas as camadas podem ser utilizadas de forma independente para o exame de outros tipos de lubrificantes e complementadas com outros testes, que dependem das especificações exigidas para cada fluido.
Além da pirâmide de especificações, outro assunto merece atenção quando falamos da importância da lubrificação: a tabela de equivalência. Confira o artigo que explica melhor essa outra ferramenta que auxilia na aplicação do “conceito correto” e ajuda a entender a análise de similaridades dos óleos lubrificante. Acesse este link e baixe a tabela de similaridades para a indústria.