A PETRONAS Lubricants Internacional se orgulha em dizer que desenvolve soluções tailor-made para vários dos seus clientes. Entretanto, algumas proporcionam resultados tão expressivos que passam a ser incorporadas ao portfólio da empresa. Um exemplo é o PETRONAS Arbor MTF BF.
O lubrificante semissintético surgiu da busca por um óleo de qualidade, que atendesse, simultaneamente, a vários requisitos. A elaboração da fórmula passou por uma série de testes e, para entender como foi esse processo, conversamos com o diretor de mecanização da Bom Futuro, José Vengrus. Acompanhe a entrevista.
As novas exigências do maquinário
P: A agricultura de precisão parece que, finalmente, está tomando forma no agro brasileiro. Os equipamentos pesados, fundamentais para o segmento, se modernizam rapidamente. Quais os desafios que essas máquinas impõem para o setor, em termos de lubrificação?
BF: A tecnologia já se mostra no campo há, mais ou menos, uns 20 anos. Mas, ainda hoje, é uma implementação bastante cara. E, no Brasil, precisamos que elas sejam “tropicalizadas”, adaptadas à nossa realidade. Todas as inovações vêm de fora, então, ficamos dependentes de softwares exclusivos e ainda estamos nos adaptando.
Agora, a respeito das máquinas agrícolas, tudo aconteceu muito rápido. Estávamos parados no tempo há 10 anos e, de repente, passamos a receber equipamentos fabricados no mundo todo. Isso mexeu profundamente nos nossos processos, uma vez que os lubrificantes que tínhamos à disposição eram minerais, muito simples. Um produto bem básico, sem grandes especificações, e ainda não contávamos no mercado com óleos multiviscosos.
Esses equipamentos vêm de países frios, portanto, o cuidado recomendado pelo fabricante leva isso em consideração, a temperatura do local. Para eles, é importante que o óleo não congele, mas, aqui, é preciso um insumo que opere a 40 ºC, 50 ºC. Então, a própria engenharia de fábrica teve que rediscutir essa questão. Lá nos Estados Unidos, para um eixo dianteiro eles recomendaram viscosidade 10W30. No Brasil, percebemos que um 85W140 seria melhor, nos daria muito mais cobertura, muito mais performance, devido às nossas condições. Por isso, falo em “tropicalização”. A gente teve que acabar “tropicalizando” o insumo.
P: Além da melhora no desempenho do maquinário, quais outros aspectos foram impactados pelo desenvolvimento de um óleo multifuncional?
BF: Antes, era preciso um grande estoque, com um enorme volume de lubrificantes diferentes. Isso é um problema para o setor, não apenas no aspecto financeiro, mas, também, nas chances de erro de aplicação. Com um fluido multifuncional, multiviscoso, temos a segurança de que uma máquina moderna irá performar bem com ele, mas uma mais antiga, também. Então, o PETRONAS Arbor MTF BF diminuiu a nossa necessidade de compra de vários produtos para um mesmo equipamento.
O desenvolvimento do PETRONAS Arbor MTF BF
P: Quando o desenvolvimento do PETRONAS Arbor MTF BF começou a ser desenhado?
BF: Cerca 8, 10 anos atrás, ouvimos falar de um único óleo para atender tudo, o motor, a transmissão, o freio, o sistema hidráulico. Então, fui até à Itália para tentar entender como isso funcionava. Tive acesso, também, a outras informações, a respeito de máquinas um pouco maiores, que trabalhavam com uma linha de lubrificantes totalmente vedados a vácuo, com uma durabilidade bem maior. Porém, esses fluidos ainda não estavam disponíveis para o nosso mercado.
As máquinas agrícolas, embora sejam caras ― uma colhedora de algodão custa na faixa de US$1 milhão ― não são máquinas de um tamanho determinado, como um ativo florestal ou da mineração, que tem uma aplicação bem mais específica. Foi quando passamos a perceber que teríamos que usar um óleo para cada aplicação. Precisávamos, então, de um lubrificante que atendesse a todas essas especificações, inclusive com os aditivos para redução de atrito, algo que facilitasse a nossa rotina.
P: Foi nesse momento que nasceu a parceria com a PETRONAS?
BF: Sim. A PETRONAS coloca à nossa disposição, um suporte técnico sempre disponível, com quem podemos discutir vários assuntos. Com eles, tiramos dúvidas sobre troca, volume etc. Isso nos ajudou a reduzir os estoques, armazenando apenas o necessário, mas percebemos que os erros de aplicação lá no campo diminuíram, também.
No desenvolvimento do PETRONAS Arbor MTF BF, eles toparam o desafio de investir em um insumo complexo. O lubrificante precisava atender várias marcas e muito deveria ser estudado para ir compondo a fórmula, a medida que os testes evoluíram.
As grandes demandas do agronegócio exigem cada vez mais dos lubrificantes. A PETRONAS aceitou o desafio de criar um novo produto, uma solução avançada, que aumentasse a disponibilidade desses equipamentos por meio da extensão do período de troca. Confira no vídeo os detalhes do desenvolvimento do PETRONAS Arbor MTF BF:
PETRONAS Arbor MTF BF: os testes e os resultados
P: Gostaríamos que o senhor nos contasse mais sobre esse processo. Como foi o período de testes?
BF: Esse período durou, no total, 5 anos. Como comentei há pouco, era preciso um lubrificante que performasse bem em diversas marcas, então, é natural que seja um processo longo. Fomos incluindo o fluido nos equipamentos, aos poucos, e a equipe da PETRONAS, a partir dos resultados, trabalhava na melhoria da fórmula.
Por estarmos lidando com o desenvolvimento de um produto, podíamos usar os parâmetros dos fabricantes nos testes, a fim de superá-los. Um exemplo disso é o intervalo de troca, em que a indústria recomenda que seja feita a cada 1.500 horas. Conseguimos estendê-lo para 2.000, com segurança.
P: E quais foram os resultados obtidos?
BF: No terceiro ano de testes, já tínhamos definido que o PETRONAS Arbor seria nosso principal lubrificante. Bom, o produto deu tão certo que o próprio nome leva o BF, de Bom Futuro! Foi, de fato, um desenvolvimento muito casado.
Os resultados foram muito expressivos, superaram todas as expectativas. Toda a indústria deu o aval para o uso do PETRONAS Arbor MTF BF, então, é uma qualificação muito significativa para o lubrificante. A todo momento, tivemos o acompanhamento, inclusive, dos fabricantes, que atestaram a eficácia do óleo.
P: O que o senhor espera da parceria com a PETRONAS no futuro?
BF: Eu acredito que a parceria não é um único momento, ela está ligada a um relacionamento e isso é o que dá sustentação à nossa vida. Já trabalhamos há anos anos e superamos alguns desafios. Agora, precisamos enfrentar mais um, como um óleo totalmente sintético e de alta especificação para os motores, principalmente das máquinas mais novas. Elas vêm com padrão Euro 6 e operam de maneira diferente, por isso, já temos testes para atender essa necessidade. As máquinas estão sempre evoluindo, não podemos parar.
O nosso intuito é que essa parceria se fortaleça. Como estamos em uma zona que o nosso clima proporciona um teste específico com contaminação de poeira, altíssima temperatura e uso em trabalho severo, acredito que esse é um laboratório perfeito para atender o mundo inteiro. E já mostramos como os resultados são positivos. Esperamos continuar desenvolvendo soluções junto à PETRONAS por muito tempo, trabalhando em comum acordo e buscando a satisfação de todos.
Esta entrevista faz parte de uma série produzida pela PETRONAS com clientes de diferentes segmentos. Continue acompanhando o Inovação Industrial para ficar a par das novidades do cenário industrial brasileiro. Confira o portfólio completo neste link.