Com mais de 30 anos de atuação, a Bom Futuro é destaque em todas as áreas que atua. Na parte de grãos, são mais de 1,7 milhão de toneladas por ano; o algodão, 300 mil toneladas de pluma produzidas. Este número, inclusive, a torna a maior produtora brasileira e uma das mais expressivas algodoeiras do mundo. Sediada em Cuiabá, Mato Grosso, a empresa sempre esteve à frente, baseando suas operações em tecnologia e inovação na busca por resultados ainda melhores.
Neste artigo, conversamos com o diretor de mecanização da Bom Futuro, José Vengrus, para saber mais sobre o impacto da agricultura de precisão no campo. Falamos também sobre as mudanças provocadas neste ano pela pandemia de Covid-19 e como a PETRONAS ajuda a empresa a reduzir custos e continuar inovando. Acompanhe a entrevista completa a seguir.
Agronegócio brasileiro: os desafios enfrentados hoje
II: O Brasil é um país agrícola por “vocação”, dizem alguns. Agora, frente à pandemia de Covid-19, o que mudou no setor? Quais os impactos dessa crise no nosso agro?
BF: O que mudou com a pandemia? Tudo! Estamos vivendo em um cenário fora da normalidade. O agro, claro, também foi impactado. Nosso segmento depende, principalmente, de informações. Ou seja, quem controla o setor é a Bolsa de Mercadorias, então, nesse determinado momento, o mercado fica meio sem saber o que acontecerá. Isso porque tem país comprando, outros que querem negociar, os estoques não nos dão previsibilidade… Então, com a crise, a situação saiu da normalidade que conhecíamos.
Mas uma coisa ficou clara: para nações não industrializadas, é o agronegócio que segura toda a estrutura do país. O agro brasileiro é o único com competência. No restante do mundo, esse setor é subsidiado pelos governos. Aqui, ele produz sem auxílio nenhum.
II: O agronegócio ainda depende de insumos estrangeiros para dar continuidade às atividades. Como o setor vem lidando com isso?
BF: Dependemos, basicamente, dos químicos importados. Então, praticamente, toda a área de adubação, que precisa de nitrogênio, fósforo, potássio etc., é comprometida. A única coisa que produzimos aqui no Brasil, e muito pouco, é a ureia. Para fugir disso, está se criando, hoje, o controle biológico por meio de fungos ou bactérias que estão disponíveis na natureza. Então, estamos nos aproveitando disso para diminuir a quantidade de químicos e, também, reduzir o nosso custo.
Já no ramo das sementes, as variedades que nós plantamos são todas desenvolvidas aqui no país, só o know-how que vem de fora, e isso acabou agregando um alto valor ao negócio. Para se ter uma ideia, há 20 anos, um saco de semente de milho continha 60 kg. Hoje, você compra uma saca com 60 mil sementes de alta tecnologia.
II: Quais os benefícios de poder contar com fornecedores nacionais?
BF: Um bom exemplo de como é importante contar com fornecedores nacionais é quando falamos dos lubrificantes usados no segmento. No Brasil, essa é uma indústria muito defasada em tecnologia, onde a direção da empresa não está aqui no país e várias coisas são terceirizadas. Até um tempo atrás, era comum encontrarmos produtores que recorriam a pequenos laboratórios para fabricação sob medida, onde eram utilizados, até mesmo, porções de óleos reciclados na composição.
Com a PETRONAS, vimos uma diferença significativa por ser uma empresa com tecnologia mundial. Então, conseguem entregar um produto de especificação internacional. Isso, para nós, é um ponto muito importante, porque sabemos que estamos trabalhando com o que há de melhor. Para nós, contar com o fornecedor aqui no Brasil nos deu uma tranquilidade muito grande.
Agricultura de precisão: a tecnologia no campo
II: A agricultura de precisão tem se mostrado cada vez mais presente nas lavouras brasileiras. Como essas novas tecnologias influenciam na escolha dos insumos?
BF: A agricultura de precisão começou há, mais ou menos, uns 20 anos. Ela possibilitou, a grosso modo, poder observar toda a lavoura como se fosse um único vaso de planta. Isso nos permite conhecer melhor a terra, explorar os talhões individualmente, tratando-os um a um. Antes, trabalhávamos nos baseando em uma média: a cada 200 hectares, eram coletadas amostras de alguns pontos e o resultado dessa amostragem era aplicado em todo o campo. A tecnologia veio para auxiliar nisso e, agora, corrigimos o que é, realmente, necessário.
Nessa nova fase, passamos, também, a trabalhar on-line, com a possibilidade de mandar para a sua máquina certas informações, como a forma que você quer que a operação ocorra, momento de interrupção, tudo depende de dados que vêm do campo. Uma estação meteorológica, por exemplo, passa relatórios sobre a velocidade do vento, temperatura, umidade, o que deve ou não ser feito. Ou seja, você passa a ter um controle maior dessa operação diária no campo. Infelizmente, essas tecnologias são bastante caras, mas elas também estão sendo tropicalizadas. Mas o cenário evoluiu muito nesses últimos anos. Para se ter uma noção, a precisão do GPS de um carro é de 10 metros; as máquinas agrícolas, 3 centímetros. O erro admissível é de 1,5 para cada lado.
O agronegócio está em rápida transformação. Com a agricultura 4.0, as tecnologias digitais chegam ao campo e otimizam o ciclo produtivo. A PETRONAS está sempre ao lado desse segmento, dando o suporte necessário, oferecendo benefícios exclusivos e soluções sob medida para o setor durante essa transição. Veja mais sobre a nossa participação no campo:
A parceria estratégica com a PETRONAS Lubricants Internacional
II: De que maneira a PETRONAS ajuda empresas como a Bom Futuro a absorver essa demanda tecnológica? Quais os pontos positivos de se ter a PETRONAS como parceira estratégia?
BF: Hoje, na Bom Futuro, operamos com máquinas de diversos fabricantes. Quando isso acontece, é comum os produtores se tornarem “reféns” da marca, especialmente, por não ter muito conhecimento sobre o assunto e não arriscar contrariar as recomendações da OEM. Estamos com a PETRONAS há uns 12 ou 13 anos e, durante esse período, nunca nos vimos dependentes de um único insumo. Até porque, precisamos de um lubrificante que atenda qualquer marca de veículo, que tenha chancela internacional, um nome respeitado no mundo inteiro. Com a PETRONAS, conseguimos isso.
A PETRONAS, por ter uma estrutura mundial pesada e forte, nos possibilitou iniciar uma parceria. Então, passamos a desenvolver projetos, trabalhar com tecnologias em conjunto. A Bom futuro começou a ser a usuária das inovações que iriam se lançar nos próximos anos dentro do segmento agrícola. Inclusive, os próprios fabricantes pegaram o resultado desse trabalho e passaram a aceitá-lo na sua gama de produtos.
II: Qual foi o impacto dos lubrificantes PETRONAS na produtividade da empresa?
BF: No Brasil, aconteceu um fato interessante. Permanecemos muito tempo parados no tempo e, de repente, começamos a receber máquinas fabricadas no mundo inteiro. Então, os nossos lubrificantes eram baseados, simplesmente, em óleos minerais e sem ter variações de especificações. Ou seja, era um produto e ainda não haviam os óleos multiviscosos.
Já tínhamos ouvido falar a respeito de um único produto atender a máquina inteira: motor, transmissão, freios e direção, sistema hidráulico, e fomos atrás para tentar entender melhor como isso acontecia. Como esses equipamentos modernos exigiam um óleo superior, fomos os primeiros a trabalhar com uma base sintética em um multifuncional. Esse é um óleo que, antes, era importado. Ele mostrou um resultado espetacular, tanto é que foi o sucesso do PETRONAS Arbor MTF BF. Tanto para nós, quanto para outros lugares do mundo, ele passou a se comportar muito melhor que um de base totalmente mineral. Além disso, deixamos de ter vários produtos na prateleira, o que diminui as chances de erros na aplicação.
Esta entrevista faz parte de uma série produzida pelo Blog Inovação Industrial com clientes de diferentes segmentos da PETRONAS. Em breve, você conhecerá os detalhes da parceria com a Bom Futuro que resultou no PETRONAS Arbor MTF BF. Continue acompanhando o Inovação Industrial para ficar a par das novidades do cenário industrial brasileiro. Confira o portfólio completo neste link.