Manutenção Industrial

Quais são os regimes de serviços no transporte de passageiros e seus impactos na manutenção?

Os caminhões que atuam no transporte rodoviário de cargas e os veículos que rodam nas cidades, especialmente os que fazem o transporte de passageiros, têm uma diferença muito clara entre eles. Embora estejamos falando de ônibus e caminhões, os regimes de serviços são bem distintos. Isso porque, no primeiro caso, são poucas as alterações de velocidade, o que força menos os componentes como freios e motor. Já no segundo, as paradas constantes e as condições, nem sempre favoráveis das vias, exigem muito mais dos ônibus.

Uma operação pesada, consequentemente, tem impactos severos na manutenção. E, aqui, vale ressaltar que muito da lucratividade das empresas está atrelado às ações preventivas e preditivas. Afinal, os consórcios não têm autonomia sobre os preços praticados nas tarifas. Dessa forma, deve-se buscar o saving por meio da extensão da vida útil dos veículos e redução no número de paradas de manutenção.

Neste artigo, falaremos mais sobre os regimes de serviços impostos aos ativos de transporte de passageiros. Para isso, conversamos com o gerente comercial do setor de transportes da PETRONAS, André Luiz Póvoa Inácio. Acompanhe e conheça as melhores práticas para a manutenção desses ativos.

Entenda como os tipos de regimes afetam a manutenção dos veículos de transporte

Em qualquer segmento industrial, as rotinas de manutenção devem considerar, antes de mais nada, o ambiente de operação. Isso acontece na siderurgia, onde as altas temperaturas são presença constante, no agronegócio, que precisa minimizar os danos provocados pela poeira e condições externas, assim como na produção de papel, onde os químicos envolvidos no branqueamento da celulose estão entre os principais mecanismos de desgastes. Portanto, o mesmo acontece na hora de determinar os cuidados preventivos e preditivos dos veículos.

Isso porque os regimes de serviços do transporte de passageiros são distintos. Dessa forma, não faz sentido considerar os mesmos pontos e prioridades de um ônibus rodoviário em um urbano e vice-versa. Para se ter uma ideia mais clara do impacto dos regimes de serviços, enquanto um veículo do regime rodoviário demanda a troca de lubrificantes a cada 80 mil quilômetros rodados, em um ônibus urbano esse período baixa para 20 mil.

[FAQ] Principais dúvidas sobre lubrificação de veículos leves e pesados

Transporte de passageiros: conheça os diferentes regimes de serviços dessa atividade

Até aqui, você já compreendeu os motivos que diferem o transporte de cargas do de passageiros. Entretanto, ainda existem subdivisões importantes a serem consideradas acerca desse último. Afinal, os ônibus que rodam na cidade têm condições de operação distintas daqueles que fazem rotas nas rodovias e também dos utilizados no fretamento. “As próprias montadoras falam nos seus manuais de instruções acerca dos três tipos de regimes de serviços: severo, rodoviário e misto”, explica Póvoa.

  • Regime severo: os ônibus urbanos lidam com cargas extremamente pesadas, uma vez que, comumente, existem mais passageiros que assentos. Além de estarem sujeitos a muitas paradas, vias em más condições e subidas de morros, por exemplo. “Isso exige muito do veículo, o que torna necessário redobrar os cuidados com motores a diesel”, pontua o gerente de transportes da PETRONAS.
  • Regime rodoviário: aqui, se enquadram os ônibus que percorrem distâncias maiores, como os intermunicipais fretados, para transporte de colaboradores de uma determinada empresa. Os veículos já não sofrem tanto com o anda-e-para das cidades e conseguem manter uma velocidade mais constante. “Esse é o regime mais ameno para os ativos por conta dessas particularidades da operação. O motor e seus componentes são menos afetados, uma vez que não há tanto impacto com troca de marchas ou paradas constantes, comenta André Pó
  • Regime misto: como o próprio nome sugere, essa modalidade de serviço engloba um pouco de cada mencionado anteriormente. São veículos que, em alguns momentossão expostos ao regime severo e, em outros, a uma operação mais suave.

Póvoa explica que essa divisão tem a ver, especialmente, com o período de troca do lubrificante. Ônibus submetidos ao regime severo têm necessidades distintas daqueles dos regimes misto ou rodoviário e isso deve ser considerado pela equipe de manutenção.

Gestão de Frotas

Os impactos dos diferentes regimes de serviços na manutenção

Independente do regime de serviço, todos os veículos têm um ponto comum quando o assunto é manutenção: os motores a diesel. “Esse combustível produz muito mais ácidos, o que corrói o motor e as partes metálicas, por exemplo. Por isso, os insumos utilizados devem ter um bom potencial de reserva alcalina para conseguir neutralizá-los”, explica Póvoa. Compressor de ar, que faz o sistema de freio, é outro componente que precisa ser frequentemente inspecionado.

Entretanto, é inegável que os submetidos ao regime severo sejam os mais delicados em termos de manutenção. Afinal, a operação pesada faz com que o desgaste seja muito mais rápido que nos outros modelos. E isso diz respeito, inclusive, ao lubrificante utilizado. Quando rodando em rodovias e longas distâncias, a tendência é que o fluido resista por mais tempo. O que não acontece no transporte urbano de passageiros. Por isso, os ônibus que atuam nas cidades devem ter atenção especial em relação a esse insumo. Isso porque a escolha correta impacta em uma série de outros componentes.

Um bom exemplo vem da Viação São José dos Pinhais, do Paraná. Em entrevista ao Portal Inovação Industrial, o diretor de operação da Auto Viação São José dos Pinhais, Dante Filho, comentou sobre o gasto com turbinas: “comparando nossos dados com outros do consórcio, percebemos que o nosso gasto com as turbinas é menor. Quanto ao compressor de ar, que faz o sistema de freio, a diferença com outras empresas em relação aos custos é de 70%”.

Entretanto, é preciso monitorar constantemente os veículos da frota para assegurar que o lubrificante ainda não chegou ao fim de sua via útil. Por isso que a manutenção preditiva, no caso dos ativos do transporte de passageiros, é tão fundamental.

No artigo Saiba tudo sobre a linha de produtos Urania da PETRONAS você conhece os detalhes dos lubrificantes capazes de aumentar a vida útil e a rentabilidade das empresas de transporte de passageiros. Inscreva-se também na lista exclusiva do Inovação Industrial no Telegram e receba todas as nossas novidades em primeira mão.

Acompanhe o que há de novo na industria também pelo Telegram

You may also like

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×
Next Article:

0 %