Na área de suprimentos, não é nada fácil lidar com a constante necessidade de reduzir despesas no setor de transportes. Afinal, os gastos fixos são altos e os variáveis sofrem oscilações que estão fora do alcance dos gestores. Para se ter ideia, estima-se que apenas a compra de combustível e lubrificantes represente 30% do custo total. Sabendo que o saving nem sempre é possível, focar no custo-benefício se mostra como uma opção de economia.
Para muitos compradores, pode parecer contraditório ter que investir mais quando o objetivo é gastar menos. Contudo, neste artigo você verá como é possível observar, claramente, os resultados disso. Nele, trouxemos alguns exemplos de como o setor de suprimentos ganha ao buscar o custo-benefício e o papel que os fornecedores têm nessa meta. Acompanhe.
3 pontos em que o custo-benefício dos suprimentos pode ser observado no setor de transportes
1. Diminuição do “custo petróleo”
Como mencionamos no início, até 30% dos custos de uma empresa do setor de transportes é referente ao diesel e aos lubrificantes. Mas há um detalhe nesse percentual: apenas 1% dele representa os gastos com lubrificação. Em entrevista ao Portal Inovação Industrial, o especialista técnico da PETRONAS, Rodrigo Shinzato, comentou que esse é “um valor irrisório quando comparamos ao alocado na compra de diesel e pneus, por exemplo. Entretanto, se o fluido não for adequado à aplicação, pode trazer prejuízos bem significativos, como a necessidade de retificar o motor”.
Ainda observando a relação entre combustível e lubrificantes, investir em produtos mais robustos, alinhados às especificações do fabricante, leva à redução do consumo de combustível. Sem contar, claro, que os óleos de qualidade superior têm maior durabilidade, o que reduz a necessidade de compras tão frequentes.
2. Redução de paradas para manutenção
Uma ótima maneira de entender o custo-benefício de um fornecedor é perceber o quanto ele contribui para a produtividade. Pneus que desgastam antes da hora são um exemplo, assim como os lubrificantes que degradam rapidamente. Em ambos os casos, o veículo precisa ser parado para substituições e, no setor de transportes, isso se traduz, facilmente, em prejuízos.
O gerente comercial da PETRONAS para o segmento de CRT, André Luis Povoa Inácio, ressalta a importância de buscar opções de fornecimento que melhorem o desempenho da frota: “Um caminhão que precisar parar para trocar o óleo com 20 mil km, se ele conseguir estender esse período para 35 mil, o saving gerado é muito significativo”. Porém, o ganho não se dá apenas no âmbito financeiro, com o menor consumo de óleo. Nesse setor, veículo parado significa atrasos, mão de obra e carga imobilizadas. Ou seja: mais custos para a transportadora.
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3. Aumento da vida útil das peças ― especialmente do motor
Embora o regime de serviço imposto aos veículos do transporte rodoviário de cargas não seja considerado severo, os motores a diesel são um ponto de atenção. Isso porque “esse combustível produz muito mais ácidos, o que corrói o motor, e as partes metálicas, por exemplo. Por isso, os insumos utilizados devem ter um bom potencial de reserva alcalina para conseguir neutralizá-los”, explica André Povoa.
Portanto, contar com fornecedores que entendam essa característica e sugiram maneiras de estender a vida útil é fundamental para diminuir os custos. Isso, visto que a retífica de um motor é bastante custosa, pequenas aplicações em insumos de melhor qualidade são extremamente vantajosas.
Gestão de fornecedores: ação-chave para um melhor custo-benefício
Do mesmo modo que os compradores técnicos ocupam, hoje, uma posição de destaque em qualquer segmento, o mesmo acontece com os fornecedores. Eles já não podem ser vistos como meros vendedores de insumos, mas, sim, parceiros estratégicos importantes. Por isso, a gestão desses stakeholders deve ser levada a sério.
Sabemos que é comum no setor de transporte existir parcerias de longo prazo e que, muitas vezes, o bom relacionamento acaba sendo um fator decisório na hora de fechar negócio. Porém, caso o foco seja obter um bom custo-benefício na negociação de suprimentos, essa é uma prática que deve ser repensada. Ainda, inovar a base de fornecedores é recomendado para que se tenha mais opções e novas oportunidades sejam exploradas.
Análise de dados: a melhor aliada da gestão de fornecedores
Gerenciar fornecedores vai além de, simplesmente, homologar os parceiros e ficar de olho nos vencimentos dos contratos. Todo o ciclo de vida do relacionamento deve ser acompanhado de perto e, para isso, nada melhor que dados concretos sobre o desempenho do parceiro.
Todavia, não dá para negar que eles são muitos e não conseguir fazer a escolha de quais indicadores acompanhar, desperdiçará o tempo dos profissionais de suprimentos. Dessa forma, é crucial saber quais métricas acompanhar para medir o custo-benefício dos fornecedores.
O Indicador Custo de Suprimentos é uma delas. Ele faz o comparativo entre o volume total de vendas (de viagens fechadas, no caso do setor de transportes) e o volume de aquisições. Ou seja, mede o percentual de uma venda que é investido na compra de suprimentos. O TCO (do inglês, Total Cost of Ownership e traduzido como “Custo Total de Propriedade”) deve também ser observado de perto. Como o nome sugere, ele busca evidenciar o valor real de uma aquisição, considerando todos os gastos que podem ser inerentes a ela.
Conhecer essas métricas e aplicá-las no setor de transportes trará resultados significativos. Isso porque, com base em informações reais, os gestores passam a ser guiados por dados e não há espaço para achismos. Ou seja, dão a base para que as decisões possam se apoiar.
Agora que você já sabe como perceber o custo-benefício dos fornecedores, complemente sua leitura com o artigo “Como diferenciar custo de investimento na sua indústria?”. E para continuar por dentro das novidades e insights acerca do setor de transporte, assine a newsletter. Ou faça parte do nosso canal exclusivo no Telegram e receba tudo em primeira mão!















