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Blockchain e cadeia de suprimentos: o que esperar dos próximos anos?

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A transformação digital em compras mudou completamente a forma de trabalho dos profissionais de suprimentos. Plataformas, transações digitais e compras on-line agora são essenciais para essa área. Isso, é claro, traz uma preocupação genuína com a segurança dos dados. Afinal, com tudo ocorrendo on-line, inclusive modalidades mais dinâmicas, como os leilões, é necessário garantir que as informações estejam livres de invasões ou vazamentos. E é aqui que outro conceito passou a fazer parte da rotina de quem atua na cadeia de suprimentos: o blockchain.

Esse é um termo comumente relacionado às moedas virtuais. Porém, sua aplicação vai muito além de garantir a segurança das movimentações financeiras. Na verdade, o blockchain existe há muito mais tempo que o bitcoin, sendo criado duas décadas antes, em 1991. Neste ano, um artigo científico foi fraudado, o que levou os cientistas da computação Stuart Haber e Scott Stornetta a pensarem em um sistema de registro descentralizado e imutável, ou seja, que não possibilitasse nenhum tipo de edição.

É interessante pensar que, até o ano de 2008, o blockchain não tinha nome e, tampouco, uma aplicação real. E, agora, nem quinze anos depois, essa tecnologia revolucionou a segurança das informações, sendo utilizada em diferentes projetos e segmentos. Para a área de suprimentos, o potencial é enorme. De acordo com o Disruptor Daily em seu “Guia definitivo para Blockchain na cadeia de suprimentos” (que você pode ler aqui, em inglês), ele aumenta a segurança e agilidade das transações, fomenta a integração entre os elos da cadeia e aprimora a automação dos processos. Neste artigo, você verá mais sobre o assunto e saberá o que esperar em um futuro próximo. Acompanhe!

Suprimentos na era da transformação

O que é blockchain e como ele funciona?

A tradução literal é “corrente de blocos”. E, de certa forma, o nome é autoexplicativo, uma vez que foi justamente nisso que Haber e Stornetta criaram: blocos de informações atrelados, de forma permanente, uns aos outros. Cada um desses blocos leva um conteúdo e um timestamp, uma espécie de carimbo digital com a data e hora da inclusão.

Esse conteúdo é, então, misturado de forma aleatória e dá origem a um hash, um código criptografado que resume e identifica os principais dados. Dessa forma, o bloco 2 contém as novas informações e timestamp + o hash do bloco 1. No bloco 3, acontece a mesma coisa: são inseridos dados, mas que contém o hash anterior, com todo o histórico do que aconteceu até aquele momento.

É desse modo que as informações são encadeadas. O blockchain pode ser comparado a um tecido, onde é impossível puxar um único fio sem alterar toda a trama. Isso torna os registros imutáveis, uma vez que é impossível editá-los em um bloco sem que isso modifique toda a cadeia.

Qual o impacto do blockchain na cadeia de suprimentos?

Pela explicação que você leu acima, já dá para perceber que a segurança é um dos pilares mais sólidos do blockchain. Para a cadeia de suprimentos, isso tem um valor inestimável, especialmente se olharmos alguns dados recentes do levantamento O Perfil do Fraudador, realizado entre 2020 e 2021 pela empresa de consultoria KPMG.

Ele apontou que a área de compras foi responsável por 48% das ações dolosas praticadas contra as organizações. Ainda mostrou que, em 68% das fraudes, o autor compactuou com terceiros em casos de conflito de interesses. Portanto, é de se imaginar que ter uma tecnologia imune a alterações e que garanta a lisura das transações que constam na rede é fundamental para aumentar a confiança das transações.

Porém, esse é apenas um dos pontos de melhoria que se tornam visíveis quando a tecnologia blockchain é incorporada à cadeia de suprimentos. Abaixo, veja alguns outros.

Rastreabilidade e transparência

Com todos os stakeholders conectados e com acesso às mesmas informações, o nível de transparência em toda a cadeia aumenta uma vez que a blockchain garante a validação dos dados. Assim, a troca, além de rápida, é confiável. Essa característica confere outra vantagem para a gestão da supply chain: a rastreabilidade. Ao utilizá-la, é possível saber quem e quando registrou algum novo conteúdo, bem como ter acesso ao histórico completo da transação.

Gestão de Documentos na indústria 4.0

Otimização de recursos

Com os registros em mãos, os gestores podem atuar, inclusive, para uma gestão de risco mais eficiente. Mas essa é uma consequência mais elaborada (e estratégica) de um benefício que se pode observar já no primeiro momento: a redução de custos. Isso porque a blockchain permite mapear toda a cadeia e encontrar gargalos que estejam contribuindo para o aumento de gastos. Também, há de se considerar as despesas ocultas que vêm junto aos processos manuais, onde a chance de erros é infinitamente maior.

O que considerar antes de implementar a blockchain?

Assim como qualquer outro assunto relacionado à transformação digital, a dica é a mesma: antes de iniciar com as tecnologias, é preciso “preparar o terreno”. Isso porque elas dependem do engajamento e de uma cultura diferente, muito mais analítica, por parte dos profissionais. Para auxiliar nesse processo, a empresa de consultoria norte-americana Gartner elencou 4 lições que devem ser praticadas antes de entrar de cabeça nesse mundo. Conheça quais são:

  1. avalie os processos da cadeia de suprimentos e a maturidade digital;
  2. mantenha o escopo dos pilotos compacto;
  3. observe a cultura, a governança e os processos;
  4. invista à medida que a tecnologia amadurece.

A blockchain vem recebendo muita atenção e as previsões são de que será cada vez mais difundida. Afinal, a transformação digital não irá retroceder. Portanto, é natural que as formas de lidar com a segurança dos dados em prol da agilidade sejam constantemente aprimoradas ― e difundidas entre os stakeholders envolvidos na cadeia de suprimentos.

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