Manutenção de Classe Mundial (WCM): o que é e como aplicar esta metodologia?

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Embora o foco esteja na manutenção, a WCM (World Class Maintenance) é uma metodologia que vai além. Seu objetivo é a melhoria contínua de tudo que envolve a produção, de modo a maximizar a produtividade e reduzir os custos. Para isso, a Manutenção de Classe Mundial investe no alinhamento entre os setores e na gestão de processos.

Como toda metodologia, ela é composta por certos passos que visam guiar sua implementação. Neste caso, são 10 e você verá cada um deles ao longo deste artigo. Mais que isso, entenderá a importância de ter uma Manutenção de Classe Mundial e como isso pode se traduzir em um grande diferencial competitivo. Acompanhe e saiba mais!

Entenda o que é Manutenção de Classe Mundial (WCM)

A Manutenção de Classe Mundial (WCM) é uma metodologia que pode ser considerada uma soma de diversas outras ferramentas de gestão, como o Lean Manufacturing. Seu objetivo principal é elevar a indústria a sua máxima eficiência e aumentar a confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos, ao passo que reduz custos.

A manutenção ganha destaque nessa metodologia por dois fatores: o primeiro diz respeito aos gastos envolvidos. Esse é um dos setores mais custosos para qualquer indústria e todas as tentativas de minimizar o impacto financeiro são válidas. O segundo aspecto é referente ao quanto esse setor está diretamente ligado aos demais: financeiro, compras, logística etc. Qualquer percalço relacionado à manutenção pode trazer consequências para as demais áreas, de modo que a gestão da manutenção deve ter papel central ao implementar essa ou outra metodologia.

A manutenção de classe mundial é, inclusive, um dado importante, especialmente quando falamos da análise do ERV (Estimated Replace Value), que indica quando os custos de manutenção extrapolam o aceitável. No momento em que o cálculo é realizado e o resultado é menor ou igual a 2%, a manutenção está seguindo o planejado. Valores acima desses devem ser analisados com cautela.

Confira os detalhes no artigo “Custo de Manutenção sobre Valor de Reposição (CPMV): o que é e como analisar na indústria?”

Conheça os 10 passos necessários para implementar a Manutenção de Classe Mundial (WCM)

Como mencionado anteriormente, a metodologia WCM é subdividida em 10 pilares técnicos. Entretanto, existe um passo que necessita ser dado antes mesmo de organizar a implementação dessas etapas: o alinhamento gerencial. É imprescindível que todos estejam cientes da aplicação e comprometidos com o seu sucesso. Dito isso, confira, na sequência, os 10 pilares que sustentam a Manutenção de Classe Mundial.

1. Produtividade

Fazer mais com os recursos iguais e reduzir desperdícios (sejam eles de materiais ou de tempo). Fator diretamente ligado à disponibilidade dos equipamentos, uma vez que esse critério tem impacto direto na produtividade da indústria.

2. Custos

Reduzir e controlar os gastos industriais sem que isso diminua a qualidade do produto final. É interessante fazer um mapa de custos, a fim de identificar os maiores vazamentos e fontes de desperdício. Esse passo prega que pequenas ações práticas são capazes de gerar uma grande diferença.

3. Confiabilidade

Pouco adianta um equipamento disponível, mas não confiável para a operação. Isso pois a confiabilidade é a probabilidade de um item – componente, equipamento, máquina ou sistema – realizar sua função, as condições especificadas para sua operação em um determinado período.

4. Qualidade

Nenhuma das ações que objetivam a redução de custos deve impactar na qualidade do produto final. Até porque manter os equipamentos disponíveis, confiáveis e com o cronograma de manutenções em dia tende a elevar os resultados.

5. Pontualidade

O cumprimento de prazos e cronogramas é um dos pilares essenciais para quem busca uma Manutenção de Classe Mundial (WCM). Afinal, a eficiência de uma fábrica não se mede somente por aquilo que acontece no parque, como também deve considerar as etapas logísticas e entregas aos clientes para que seja alcançada a excelência.

6. Moral

Neste, a Manutenção de Classe Mundial fomenta uma ideia que há muito é discutida aqui, no Portal Inovação Industrial: o importante papel da indústria no desenvolvimento dos profissionais. Oferecer cursos, atualizações e debates sobre as estratégias que estão sendo adotadas, bem como compartilhar quais são os resultados esperados dessas ações, ajuda a engajar esse público fundamental para o sucesso da WCM.

7. Estoque

Evitar excessos e faltas nos estoques é uma premissa do lean manufacturing que é absorvido pela Manutenção de Classe Mundial. Afinal, produto parado é sinônimo de capital imobilizado enquanto a falta dele pode se traduzir em aumento do lead time e produções não planejadas. Portanto, mantê-los em níveis seguros é uma boa prática para quem busca redução de custos e de desperdícios.

8. Flexibilidade

Quanto mais ajustado aos cronogramas, melhor. De toda maneira, imprevistos acontecem e é sempre bom saber lidar com eles imediatamente. Reagir de forma rápida às mudanças, sejam elas de demanda ou de mercado, é um forte diferencial competitivo.

9. Segurança e meio ambiente

Impossível implementar um conceito de gestão sem, necessariamente, considerar a segurança dos colaboradores e a preservação ambiental. As empresas devem garantir ambientes de trabalho seguros e que estejam em consonância às regulamentações ambientais, de modo a controlar o impacto da atividade no seu entorno.

10. Liderança e gerenciamento

Mencionamos sobre incluir a gestão na implementação do WCM. E essa informação é retirada no décimo passo da Manutenção de Classe Mundial. Todos aqueles que lideram ou gerenciam setores precisam servir como exemplo e têm o dever de vigiar o cumprimento dos demais pilares.

Ao fim desse pequeno manual de boas práticas, vale ressaltar que a WCM tem como foco a melhoria contínua. Sendo assim, esses passos devem ser revistos constantemente e mudanças feitas de acordo com os resultados obtidos.

Agora que você sabe o que é e como aplicar a Manutenção de Classe Mundial (WCM), continue aprimorando seus conhecimentos com o artigo “Análise Makigami: como otimizar processos na manutenção industrial?”.