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Na hora de iniciar uma obra, todos os custos já estão calculados e os gestores sabem ao certo de quanto precisam ter para dar seguimento. Porém, ao fim dos trabalhos, muitas vezes, essa conta não fecha e os gastos superam as expectativas. Como sacrificar a qualidade não é uma opção, resta observar as oportunidades da supply chain na construção civil em busca de saving.
Embora essa necessidade sempre tenha existido, ela se mostrou ainda mais urgente durante a pandemia iniciada em 2020. Segundo o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), fevereiro de 2021 registrou o maior aumento desde 2002 em relação aos gastos com materiais e equipamentos, totalizando 4,38%. Neste ano, o mesmo mês registrou uma variação de 0,48%, o que representa um acumulado de 13,04% em 12 meses.
Vistos esses números, fica fácil de entender por que a redução de custos é a prioridade dos gestores. E a supply chain da construção civil é uma grande aliada na busca por esse objetivo. Neste artigo, mostraremos como ela desempenha esse papel. Acompanhe.
Como a supply chain na construção civil pode contribuir para a economia do setor
1. Analise toda a cadeia
Quando falamos em supply chain, é comum ela ser associada, diretamente, ao processo de compra e relacionamento com fornecedores. Porém, é preciso ter em mente que a cadeia abrange outros stakeholders. Com as mudanças trazidas pela Indústria 4.0, o alinhamento interno e a visão do canteiro de obras como um só projeto ― não mais como uma série de tarefas isoladas ― passou a ser fator-chave para garantir o saving.
Profissionais de manutenção, por exemplo, devem atuar junto ao setor de compras para guiar as escolhas pelos melhores insumos. Os responsáveis pelo estoque, por sua vez, contribuem estimando quantidades e as necessidades de armazenagem. Essa troca interna é importante para munir os compradores de informações valiosas para as negociações. Além disso, ajudam a filtrar a base de fornecedores por meio de critérios bem estabelecidos, otimizando o ciclo de compra e reduzindo o lead time.
2. Desenvolva parcerias estratégicas
Contar com bons parceiros comerciais traz grandes vantagens para qualquer tipo de negócio ou indústria. Por meio de uma boa gestão de fornecedores, é possível aumentar sua capacidade de operação e criar diferentes estratégias de crescimento. Para isso, o primeiro passo é inovar a base. O que não significa que os parceiros atuais serão descartados, mas sim que haverá uma atualização importante.
Embora o bom relacionamento com os fornecedores seja essencial, deve-se ter cuidado para que ele não se torne dependência. Caso isso aconteça, a empresa fica à mercê da capacidade, preços e oscilações do mercado. Por esse motivo repensar o rol é tão fundamental para obter saving. Buscar novas opções de abastecimento pode abrir as portas para insumos mais tecnológicos, negociações mais vantajosas e contribuir para acelerar o seu processo de inovação.
3. Saiba diferenciar custo de investimento
Todo recurso financeiro aplicado em na execução de um projeto pode ser considerado um gasto. Ou seja, consumo de energia, mão de obra, insumos, ferramentas e tudo mais que envolver o processo de entrega do serviço prestado deve ser encarado dessa forma. O que acontece é que, em determinado momento, esses gastos se transformam em custos ou em investimentos. Saber distingui-los é o que faz da área de compras um centro estratégico para qualquer negócio.
Para ficar mais claro, utilizaremos os gastos em manutenção como exemplo. O salário dos colaboradores, as ferramentas e os insumos, como lubrificantes, fazem parte disso. Dessa forma, devem ser encarados como custos. Entretanto, alguns dos recursos alocados podem facilmente ser convertidos em investimentos. Uma aplicação financeira um pouco maior na compra de óleos de qualidade superior pode parecer impensável em um primeiro momento. Porém, deve-se observar o retorno desse desembolso. Caso o novo produto consiga estender o período de troca e diminuir as paradas para substituição do fluido, torna-se um investimento.
Leia também: Custo-benefício: entenda o desafio da área de compras na indústria
4. Explore novas modalidades de negociação
As negociações entre a área de suprimentos e a supply chain na construção civil acontecem, em sua imensa maioria, da mesma forma que em outros setores. Os compradores recebem as solicitações internas, passam as especificações para os fornecedores, checam os orçamentos e, então, avaliam as melhores propostas. Porém, esse método tradicional vem disputando espaço com formas mais ágeis. Entre as principais, estão:
BID: do inglês “to bid” (licitar), também é chamado de oferta de compra. Os BIDs na indústria acontecem quando uma empresa interessada em adquirir um produto ou serviço anuncia essa demanda entre os fornecedores. Após definir as especificidades do pedido e receber as propostas, começa, então, o processo de seleção. Essa modalidade de compras ganhou espaço com a exigência de padrões mais rígidos e transparentes para as negociações. Ao lançar um BID, tanto empresa quanto participantes têm claras as regras de concorrência e especificações que devem ser cumpridas.
Leilões: agora, eles ocorrem de maneira eletrônica e muito mais simples. Por meio dele, a indústria e os fornecedores dão início a outro tipo de relação. Muito mais técnico, regrado e racional, nesse modelo a prioridade é sempre o menor valor. Ou seja, para quem tem o saving como objetivo, é uma ótima oportunidade.
Como você pôde ver, a supply chain na construção civil pode ser explorada de diversas formas quando o objetivo é conquistar o saving. Porém, para que isso aconteça, é preciso que os profissionais de compras olhem além do preço e explorem outras métricas importantes, como o ROI (Return On Investment). Analisar a cadeia de forma holística, considerando todos os seus pontos, é o que tornará essa área muito mais rentável e eficiente.
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